A China decidiu impor tarifas de 25%, 20% e 10% em determinados produtos dos EUA, com início a 1 de junho, segundo anunciou a Comiss?o de Tarifas Alfandegárias ao Conselho de Estado em um comunicado emitido na segunda-feira.
As tarifas ter?o como alvo bens estadunidenses no valor de 60 bilh?es de dólares, segundo o comunicado, acrescentando que os produtos abaixo do limite tarifário de 5% n?o seriam afetados por esta ronda taxativa.
A parte chinesa desde há muito reconheceu que a introdu??o de tarifas por parte dos EUA é, de fato, uma espécie de estratégia de apostas. Trata-se de uma medida contrária à tendência corrente, contrária à opini?o pública, e que, no final será em v?o.
“A China op?e-se à cobran?a de mais tarifas, as quais n?o podem ajudar a resolver a quest?o comercial ou beneficiar ambas as partes ou mundo”, disse Liu He, vice-primeiro-ministro chinês e líder da delega??o chinesa participante nas negocia??es com os EUA, após a mais recente ronda de consultas realizada em Washington. Ele expressou também confian?a na capacidade da economia chinesa resistir à press?o imposta pelas tens?es comerciais.
“A posi??o chinesa tem sido sempre clara e consistente, ou seja, oposi??o firme a tarifas unilaterais adicionais”, disse Gao Feng, porta-voz do Ministério do Comércio da China. “N?o existem vencedores em uma guerra comercial. Tal n?o é condizente com os interesses de ambas as partes ou do mundo”, destacou Gao.
A China n?o pretende uma guerra comercial mas n?o teme uma, de acordo com um comunicado emitido pela embaixada chinesa nos EUA.
Em um editorial publicado a 10 de maio, após Washington ter decretado o aumento de tarifas em 200 bilh?es de dólares em produtos chineses, o New York Times qualificou as tarifas como “um novo imposto para os americanos”, dado que as tarifas extra ir?o, ao fim e ao cabo, ser pagas pelo tecido empresarial americano ou pelos consumidores do país.
Larry Kudlow, líder do Conselho Econ?mico Nacional dos EUA, admite que os EUA ir?o sofrer com as tarifas, durante uma entrevista a 13 de maio, contradizendo os argumentos do presidente Trump, que defende que as tarifas representam uma receita multibilionária de sentido único da China para o tesouro americano.
Jon Taylor, um professor de ciência política da Universidade de St.Thomas em Houston, afirma que a atitude chinesa para com a implementa??o de tarifas significa que a China n?o irá tolerar nada que n?o se traduza na equidade na rela??o negocial.
O único caminho a seguir, considera Taylor, é a coopera??o e a consulta com base no respeito pelas preocupa??es essenciais de ambas as partes.
Davie Stephens, presidente da Associa??o de Soja Americana, disse em um comunicado que os produtores de soja americanos se encontram na mira das medidas retaliatórias chinesas, e que uma batalha prolongada será ainda mais danosa.
As a??es americanas registraram uma queda na segunda-feira, em meio às tens?es comerciais EUA-China, com o Dow Jones a cair em 700 pontos, o S&P 500 com quedas de 2,72% e o Nasdaq com 3,53, respetivamente.
O índice S&P 500 sofreu a maior queda desde 3 de janeiro às 11:38, hora de Nova Iorque, a Boeing registrava perdas de 3,7%, a Caterpillar Inc. 4,8% e a Apple 5,1%, respetivamente.