Por Beatriz Cunha
Em uma época em que o mundo está cada vez mais cibernético, as bibliotecas ainda s?o uma realidade presente na cidade de Beijing. Ao todo s?o mais de 6000 bibliotecas públicas, que além de espa?o físico diferenciado, oferecem o empréstimo de livros tanto para o residentes locais como estrangeiros.
O Diário do Povo Online esteve presente em uma das bibliotecas públicas no distrito de Chaoyang. Embora seja possível somente o acesso parcial às dependências da biblioteca, é possível desfrutar da mesma conforme idade e interesse.
No primeiro andar, mais facilmente acessível, há uma sala de leitura para o público infanto-juvenil, outra para o público infantil, e uma terceira para o público da terceira idade, onde as estantes tem alturas específicas para permitir o acesso de seus frequentadores. Já no segundo andar o espa?o é amplo, com estantes altas, e no geral é frequentada pelo público adulto.
Com um modelo t?o inclusivo de biblioteca, é fácil entender porque o número de leitores em Beijing supera a média do país. Segundo o relatório de avalia??o da leitura nacional em Beijing de 2017-2018, na cidade s?o lidos em média 11.74 livros ao ano, enquanto a média nacional chega a 4.66 livros.
Ainda de acordo com o relatório, em 2018, o número de bibliotecas públicas em Beijing atingiu 6052, um aumento de 200 bibliotecas em rela??o ao ano anterior. Contudo, esse número é relativamente baixo, s?o mais de 10 mil pessoas para cada bilioteca. A cidade tem planos de ampliar de 0.8 bibliotecas para 1.5 bibliotecas para cada 10 mil pessoas até 2020.
No intuito de facilitar mais o acesso à leitura, no distrito de Chaoyang, em maio de 2011 foram implementadas 43 bibliotecas automáticas, instaladas em pontos com grande fluxo de pessoas, como próximos a bairros residencias e pontos de ?nibus, e que permitem à popula??o realizar o registro no próprio local com sua identidade, ou utilizar o “cart?o de bibliotecas da cidade”, caso já possua o registro.
A popula??o estrangeira n?o tem com o que se preocupar, pois o registro para estrangeiros pode ser realizado em uma biblioteca, com o auxílio de um bibliotecário, mediante apresenta??o do passaporte. Para a popula??o chinesa, o mesmo pode ser realizado de forma ainda mais acessível, através de um aplicativo, que permite também acessar e reservar o acervo da biblioteca.
Enquanto no Brasil, algumas bibliotecas públicas n?o permitem o empréstimo de livros, ou limitam o empréstimo a no máximo 5 exemplares, o sistema de bibliotecas de Beijing permite ao usuário obter empréstimo de até 5 exemplares, ou até 10 exemplares.
No Brasil n?o há custos para o leitor, já em Beijing há um custo simbólico. Uma taxa de 50 yuan ou 100 yuan deve ser paga como garantia, definindo assim seu limite de adquisi??o de empréstimo de livros entre 5 ou 10 unidades. Caso o leitor cancele seu registro, o valor da garantia é devolvido.
A biblioteca é automatizada, o que permite ao usuário colocar todos os livros que deseja em uma plataforma, e, após introduzir seu número de cart?o de leitor e respectiva senha, é capaz de realizar o empréstimo de todos os itens em n?o mais de 1 minuto.
A devolu??o dos livros à biblioteca se dá de maneira igualmente simples e automatizada, e pode ser feita no máximo após 42 dias do empréstimo, o que é relativamente um período extenso, para se permanecer em posse dos livros.
Com toda essa facilidade de acesso, o livro certamente sobreviverá por muitas eras, e o número de leitores em Beijing só tende a continuar crescendo.