Beijing, 31 jul (Xinhua) -- A China reiterou nesta ter?a-feira sua oposi??o à multilateraliza??o do Tratado de For?as Nucleares de Alcance Intermediário (INF, em inglês), dizendo que os Estados Unidos devem reduzir ainda mais seus estoques nucleares de acordo com os tratados existentes em vez de transferirem os deveres para outros países.
Segundo reportagens da imprensa, o ministro das Rela??es Exteriores japonês, Taro Kono, pediu uma nova estrutura incluindo EUA, Rússia, China, Gr?-Bretanha e Fran?a em caso de expira??o do Tratado de INF, observando que países de fora do acordo ainda est?o expandindo armamentos.
O Tratado de For?as Nucleares de Alcance Intermediário é um pacto de mísseis assinado por Washington e Moscou no final de 1987 para coibir a corrida armamentista.
"A China está preocupada e se op?e ao possível abandono do tratado como resultado da retirada unilateral dos Estados Unidos", apontou Hua Chunying, porta-voz da chancelaria chinesa. Ela pediu que os EUA e a Rússia solucionem divergências por meio de diálogo e tentem seu melhor para preservar o pacto.
"A China n?o concordará de nenhuma maneira em tornar o Tratado de INF multilateral", disse Hua em uma entrevista coletiva, acrescentando que a multilateraliza??o do acordo, que é bilateral por natureza, envolve quest?es políticas, militares, legais e uma série de outros assuntos complexos.
Segundo a porta-voz, a chamada "nova estrutura" apresentada por Kono n?o pode ajudar a salvar o tratado, mas serve essencialmente como um pretexto para a retirada unilateral dos EUA do tratado.
"As políticas de defesa nacional seguidas pela China s?o de natureza defensiva", destacou Hua, acrescentando que o desenvolvimento de mísseis de alcance intermediário do país é puramente para propósitos defensivos, o que n?o representará uma amea?a para qualquer outro país e nem é feito para isso. "O propósito verdadeiro dos Estados Unidos de sair do tratado é evitar seus deveres obrigatórios."
Quanto à proposta feita na segunda-feira pelo secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, de incluir a China em diálogos estratégicos entre os EUA e a Rússia, assim como tratados relevantes, Hua chamou-a de uma forma disfar?ada de "transferência de deveres".
"A China defende uma proibi??o abrangente e uma destrui??o completa de armas nucleares, mas o desarmamento nuclear deve aderir ao princípio internacionalmente reconhecido de 'seguran?a n?o diminuída para todos em rela??o ao controle de armas", observou Hua.
Os Estados Unidos, como o maior país nuclear no mundo, est?o sobrecarregados com responsabilidades especiais e primárias no desarmamento nuclear, de acordo com a porta-voz.