Macau, 16 dez (Xinhua) -- "Macau alcan?ou resultados notáveis na constru??o da Plataforma de Servi?os para a Coopera??o Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (PLPs), incluindo a constru??o de 'três centros', o desenvolvimento de servi?o financeiro e a promo??o de intercambio interpessoais", destacou Xu Yingzhen, secretária-geral do Secretariado Permanente do Fórum para a Coopera??o Econ?mica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa ( Fórum de Macau).
Estabelecida em 2003 por iniciativa do Governo Central da China, o Fórum de Macau visa consolidar o intercambio econ?mico e comercial entre a China e os PLPs, utilizando Macau como plataforma de liga??o. Oito países espalhados em quatro continentes foram acolhidos no fórum, incluindo Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Mo?ambique, Portugal, Timor-Leste, S?o Tomé e Príncipe, cobrindo uma popula??o de mais de 2 bilh?es.
"Independentemente do desenvolvimento da rela??o bilateral da China com cada um dos países participantes do fórum, Macau pode assumir um papel de coordena??o através do qual s?o desenvolvidos projetos de coopera??o multilaterais", destacou Paulo Cunha Alves, c?nsul-geral de Portugal em Macau.
Desde a cria??o do Fórum de Macau, o comércio entre a China e os PLPs registrou um crescimento robusto, mostraram dados oficiais.
Em 2003, as trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa eram de aproximadamente US$ 11 bilh?es, e este número saltou para US$ 147,35 bilh?es em 2018. Desse total, a China importou US$ 105,51 bilh?es dos PLPs e exportou US$ 41,85 bilh?es.
Macau desempenhou um papel significativo neste progresso. Com apoio do governo central, foram estabelecidos em Macau três centros, o Centro de Servi?os Comerciais para as Pequenas e Médias Empresas da China dos PLPs, o Centro de Distribui??o de Produtos Alimentares dos PLPs e o Centro de Conven??es e Exposi??es para a Coopera??o Econ?mica e Comercial entre a China e os PLPs, com objetivo de estreitar as rela??es e coopera??o comercial entre a China e as na??es lusófonas.
Segundo Xu Yingzhen, o Centro de Distribui??o de Produtos Alimentares dos PLPs já estabeleceu 32 centros de exposi??es de alimentos em Macau e na parte continental da China, com cada um exibindo cerca de 2 mil produtos alimentares desses países, incluindo vinho tinto, enlatados, gr?os de café, chá, azeite e produtos lácteos.
Célia Ferreira, sócia-gerente da AlmaViva, uma empresa de produtos portugueses sediada em Macau, está muito satisfeita de ver seus produtos expostos em diversas cidades chinesas, "Macau é uma plataforma privilegiada para as pequenas empresas lusófonas como nós terem acesso ao enorme mercado chinês", disse ela.
Em novembro, Ferreira participou da segunda Exposi??o Internacional de Importa??o da China, integrando uma comiss?o de empresários dos países de língua portuguesa organizada pelo Instituto de Promo??o do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM). "Em Shanghai, participamos de várias reuni?es com compradores da parte continental da China, com o auxílio dos tradutores do IPIM, conseguimos desta forma superar as barreiras do idioma e culturais e melhor compreender as demandas dos consumidores chineses", disse ela.
As vantagens únicas de Macau também se refletem nos servi?os financeiros entre a China e os PLPs, salientou Leong Vai Tac, secretário da Economia e Finan?as de Macau, citando a cria??o do Centro de Liquida??o em RMB para os PLPs, da Plataforma de Financiamento Empresarial para os PLPS, o desenvolvimento de atividades de loca??o financeira, a gest?o de recursos e seguros de crédito para exporta??o, entre outras.
Em 2016, na 5a Conferência Ministerial do Fórum de Macau, a China e os países de língua portuguesa decidiram incorporar a Iniciativa do Cintur?o e Rota no seu Plano de A??o. Neste ano, a constru??o da Plataforma de Servi?os para a Coopera??o Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa foi incluída nas linhas gerais do plano do desenvolvimento da Grande área da Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.
A articula??o de Macau com as estratégias nacionais de desenvolvimento, como a constru??o da Iniciativa do Cintur?o e Rota, e o desenvolvimento da Grande área da Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, expandirá ainda mais a amplitude e a profundidade da coopera??o econ?mica e comercial entre a China e os PLPs e tornará mais relevante o papel de Macau como plataforma, apontou Xu Yingzhen.
Para apoiar a constru??o do Cintur?o e Rota, o IPIM realiza anualmente o Fórum Internacional de Investimento e Constru??o de Infraestrutura, mencionou à Xinhua U U Sang, membro executivo do instituto.
Em 2018, o fórum contou com a presen?a de mais de 56 autoridades governamentais de nível ministerial de quase 40 países e regi?es. Desde 2017, o fórum passou a lan?ar o índice de Desenvolvimento de Infraestrutura do Cintur?o e Rota, e em 2019, emitiu pela primeira vez o índice de desenvolvimento de infraestrutura para China e os PLPs.
"Macau tem servido como uma plataforma de comércio, servi?os e intercambio cultural entre a China e os PLPs, " observou Maria Jo?o Gregório, vice-presidente do Fórum de Empresários de Língua Portuguesa, acrescentando que a participa??o e integra??o de Macau no Cintur?o e Rota e na Grande área da Baía atribuir?o à plataforma uma maior dimens?o e importancia, além de ajudar as empresas lusófonas a entrar no mercado chinês e compartilhar o desenvolvimento da China.