A chegada ao fim do ano de 2019 dita o fim de uma década e de um ano de comemora??o de algumas datas marcantes na rela??o entre a China e os países de língua portuguesa, especialmente com Portugal e Brasil.
Este ano foi assinalado o 45o aniversário das rela??es diplomáticas Brasil-China, sendo que a data foi festejada, n?o só com vários eventos informais, mas também ao mais alto nível, através das visitas do chanceler chinês Wang Yi ao Brasil e dos vice-presidente Hamilton Mour?o e presidente Jair Bolsonaro à China.
A este respeito, Chen Duqing, primeiro embaixador da China no Brasil, recordou em um artigo publicado no Diário do Povo Online a evolu??o das rela??es como "um processo que levou tempo", mas que nos últimos anos tem se intensificado cada vez mais, ao ponto da China ser já há 10 anos o maior parceiro comercial do Brasil.
Para o embaixador, o princípio de n?o interferência mútua tem sido determinante no decorrer de uma rela??o de já quase meio século: "Nunca interferimos nos assuntos internos um do outro e respeitamos o sistema escolhido pela outra parte no seu caminho rumo ao desenvolvimento", relembra.
Os sinais recentes levam o embaixador a acreditar que a coopera??o entre os dois países poderá ser expandida "nos setores de alta tecnologia, inova??o tecnológica, comércio eletr?nico, entre outros afins".
Com efeito, a comitiva liderada por Jair Bolsonaro anunciou, durante a visita a Beijing, a isen??o de vistos a chineses viajando em turismo ou em negócios ao Brasil, sem que seja exigida reciprocidade.
Adicionalmente, o ano de 2019 marcou também os 40 anos de rela??es diplomáticas entre Portugal e a China e os 20 anos da transi??o da administra??o de Macau para a China, sendo que várias atividades de cariz sociocultural foram realizadas ao longo do ano nos dois países para lembrar esses acontecimentos.
Destacam-se exemplos como o Festival da Cultura Chinesa em Portugal; a exposi??o "A Rota Marítima da Seda", realizada no Palácio da Ajuda, em Lisboa; os espetáculos da Companhia Nacional de ópera da China, Companhia Nacional de Balé e Companhia de Dan?a Moderna de Guangdong em Portugal; e a Exposi??o de Fotografia em Comemora??o do 70o Aniversário da Funda??o da República Popular da China.
Este foi também um ano marcado pela visita do presidente Marcelo Rebelo de Sousa à China, sob convite do presidente Xi Jinping, que se deslocara a Portugal no final do ano passado.
Cai Run, embaixador chinês em Portugal, exalta os avan?os alcan?ados nas rela??es bilaterais ao longo dos últimos anos. Entre os vários exemplos de intera??es bem sucedidas, Cai destaca: a China é o maior parceiro de negócios de Portugal na ásia, e Portugal o quinto maior destino de investimento chinês na Europa; Portugal é o primeiro país da UE a estabelecer uma “parceria azul” com a China para a coopera??o marítima; Portugal é o primeiro país europeu a emitir cart?es Unionpay e tornar-se-á em breve o primeiro país da zona euro a emitir títulos de dívida em RMB; aumento do número de cursos de português em universidades chinesas e do interesse pelo mandarim nas universidades portuguesas, com a abertura de 2 novos Institutos Confúcio em Portugal; realiza??o de projetos de coopera??o trilateral em países de língua portuguesa e n?o só.
Macau, que assinalou a 20 de dezembro o 20o aniversário da transferência de administra??o, celebrou a data histórica com vários festejos, contando com a presen?a do presidente Xi Jinping.
Xu Yingzhen, secretária-geral do secretariado permanente do Fórum de Macau fala do sucesso da institui??o e congratula-se com a rela??o cada vez forte que Macau nutre com os países de língua portuguesa.
Xu adianta mesmo que "a rela??o da China com os países de língua portuguesa atravessa o melhor período da história", algo que se reflete no Fórum de Macau que, recentemente, passou a contar com S?o Tomé e Príncipe, congregando todos os países de língua portuguesa.
A secretária-geral diz que Macau, enquanto plataforma, pode n?o só servir de ponte econ?mica e comercial, mas também de elo de promo??o cultural e interpessoal entre a China e a lusofonia.
"No futuro, no contexto da iniciativa do 'Cintur?o e Rota' e da constru??o da Grande área da Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau, Macau poderá tirar partido da sua fun??o de ponte com os países de língua portuguesa, servindo-se da língua, cultura e semelhan?as legais com os países de língua portuguesa", asseverou.