Por Beatriz Cunha e Fátima Fu

Desde a ocorrência do surto de Covid-19, a doen?a causada pelo novo coronavírus, escolas e centros de ensino se viram obrigados a interromper suas atividades, uma vez que com a epidemia muitos locais ficaram em isolamento e a popula??o foi sujeita à quarentena.

Em vista da quarentena, crian?as e jovens tiveram seus estudos interrompidos, o que colocou muitos pais e seus familiares em grande preocupa??o em rela??o ao prosseguimento das atividades letivas.

O Ministério da Educa??o da China anunciou em fevereiro a coordena??o e integra??o dos recursos do país para a continuidade das aulas, enfatizando que. embora as aulas tenham sido interrompidas, o mesmo n?o ocorreria em rela??o aos estudos.

As aulas passaram a ser realizadas através da internet durante o período do surto de coronavírus. Considerando as dificuldades de sinais em áreas rurais, passaram a ser transmitidas também, em vários canais televisivos, para o ensino primário e médio.

O Ministério da Educa??o, em nota oficial, lembrou sobre a importancia de coordenar a quantidade e o tempo dos recursos de aprendizagem de cada disciplina, fortalecer o aconselhamento psicológico, proteger a vis?o, dar enfoque em atividades físicas e concluir com êxito as tarefas de aprendizagem.

No entanto, a medida de aulas on-line n?o englobou creches. As creches na China abrangem o 3o período, ou, alfabetiza??o, as séries onde os alunos aprendem a se acostumar com a rotina escolar de estudos e atividades, e, por isso, s?o essenciais para que possam iniciar o 1o ano do primário sem grandes dificuldades.

Como as aulas dessas séries foram interrompidas, muitos pais e responsáveis pelos alunos se viram obrigados a lidar ativamente com a rotina de estudo dessas crian?as. Muitos por inexperiência na didática de determinados assuntos, recorrem aos centros de ensino on-line e planejam o tempo de estudo por conta própria.

Com essa nova demanda muitos centros de ensino que já atuavam fora da internet migraram para as aulas on-line. Além disso, os centros que se baseiam exclusivamente na educa??o online, ampliaram a oferta, uma vez que aumentou a concorrência.

Durante a epidemia do coronavírus, o número de novas empresas envolvidas em educa??o on-line chegou a 4.238. Segundo dados da Qichacha, uma plataforma de inteligência corporativa da China, em 5 de mar?o de 2020, quase 230.000 empresas no país asiático estavam envolvidas em negócios relacionados à educa??o on-line.

De acordo com o 45o relatório estatístico sobre o desenvolvimento da internet na China, emitido pelo Centro de Informa??es da Rede de Internet da China (CNNIC, na sigla em inglês), o número de usuários de educa??o on-line na China alcan?ou 423 milh?es em mar?o de 2020, um aumento de 110,2% em compara??o com o final de 2018, representando 46,8% do total de internautas.

As aulas pararam, n?o o estudo, e os alunos que se preparam para entrar na escola primária no próximo ano letivo, que até ent?o é iniciado em setembro, correm contra o tempo para revisar e aprender principalmente o mandarim e o inglês, seguidos do raciocínio lógico matemático, ciências e princípios de engenharia mecanica (Lego), além de artes (pintura e dan?a).

Cada família prioriza determinada aula conforme suas necessidades e, também, limita??es. Atualmente, nas redes sociais, muitos pais compartilham os resultados das crian?as em aulas on-line, uma op??o que a maioria dos aplicativos oferece para que aqueles já inscritos recebam bonifica??es e os n?o inscritos se sintam atraídos para a plataforma de ensino.

Para o ensino de mandarim, o idioma oficial do país, é difícil encontrar institui??o de ensino on-line ou aplicativo que disponibilize aulas com professores, a maioria dos produtos s?o jogos interativos ou com sistema inteligente.

Já para o estudo de inglês, que na China é o idioma estrangeiro mais estudado, há uma variedade de plataformas on-line, algumas com intera??o direta com professores estrangeiros, outras com sistema de professor estrangeiro de Inteligência artificial, ou ainda aulas de sistema inteligente que utilizam uma metodologia de intera??o obrigatória com a ferramenta.

Para as aulas de raciocínio lógico matemático e ciências, há vídeo-aulas e cursos de intera??o entre o aluno e o sistema. No entanto, para cursos de princípios de engenharia mecanica, com blocos montáveis tipo Lego, a intera??o aluno-professor é priorizada.

As aulas de artes plásticas e visuais, pintura e dan?a, respectivamente, vem sendo desenvolvidas no sistema de vídeo-aula e vídeo-conferência entre professor e alunos.

De todos os métodos disponíveis, aqueles que deixam as crian?as ativas mesmo em frente a uma tela, s?o os mais eficientes, uma vez que é através do lúdico que a crian?a tem resultados efetivos na aprendizagem.

Em meio a tantas aulas, cabe ainda aos pais seguir as orienta??es do Ministério da Educa??o, lembrando de proteger a vis?o das crian?as e, aproveitando a oportunidade da flexibilidade do tempo livre, permitir que as crian?as saiam com suas máscaras e interajam com os amigos, pratiquem atividades ao ar livre e, assim, fortale?am também a vertente psicológica.