Foto combinada mostra Nicholas Lardy (E), pesquisador sênior do Peterson Institute for International Economics (PIIE), com sede em Washington D.C., e analista de pesquisa do PIIE, Tianlei Huang. (Foto: PIIE)
Washington, 5 jul (Xinhua) -- A dissocia??o financeira entre os Estados Unidos e a China é "cada vez mais improvável" apesar da retórica do governo Trump, disse Nicholas Lardy, membro sênior do think tank Peterson Institute for International Economics (PIIE), com sede em Washington D.C.
"Apesar de todo o espetáculo sobre as tarifas e restri??es ao investimento, a integra??o da China nos mercados financeiros globais continua em ritmo acelerado", de acordo com uma análise de coautoria de Lardy e do analista de pesquisa do PIIE, Tianlei Huang, publicada na quinta-feira.
"De fato, essa integra??o parece, na maioria das métricas, ter se acelerado ao longo do último ano", disseram eles, observando que as institui??es financeiras com sede nos EUA est?o participando ativamente desse processo e, portanto, a dissocia??o financeira EUA-China "n?o está acontecendo".
Lardy e Huang disseram que o melhor exemplo para o aprofundamento da integra??o da China nos mercados financeiros globais é o "aumento substancial" no papel das institui??es financeiras dos EUA e de outros países na China, já que os reguladores chineses em 2019 e 2020 aliviaram as restri??es à propriedade e outros fatores.
Eles destacaram vários exemplos, como o PayPal, que em 2019 adquiriu uma participa??o de 70% na empresa chinesa GoPay, e o Goldman Sachs, que em mar?o de 2020 recebeu aprova??o para aumentar sua participa??o minoritária de 33% em sua empresa de valores mobiliários de joint venture para uma participa??o majoritária de 51%.
Além da reforma regulatória, os autores argumentaram que a integra??o da China nos mercados financeiros globais também se reflete nos crescentes fluxos transfronteiri?os de capital, n?o apenas do investimento direto estrangeiro (IDE), mas também do capital do portfólio.
Eles observaram que a propriedade estrangeira de a??es e títulos chineses tem aumentado constantemente nos últimos anos, atingindo 4,2 trilh?es de yuans (US$ 594 bilh?es) até o final do primeiro trimestre de 2020, acrescentando que esse montante quase certamente crescerá ao longo do tempo.
As empresas multinacionais americanas têm sido ativas em termos de investimentos diretos na China, investindo US$ 14,1 bilh?es em 2019, ante os US$ 12,9 bilh?es em 2018, de acordo com Lardy e Huang, que acrescentaram que as entradas de IDE na China, incluindo por empresas americanas, provavelmente diminuir?o em 2020 como resultado da desacelera??o no crescimento econ?mico mundial, devido à pandemia do COVID-19.
Enfatizando o perigo de fazer generaliza??es com base em evidências anedóticas enganosas, os autores observaram que o único sinal de dissocia??o financeira entre os Estados Unidos e a China é o declínio acentuado do investimento direto chinês nos Estados Unidos.
Na análise, Lardy e Huang também argumentaram que negar acesso aos mercados de capitais dos EUA n?o seria um grande passo na dissocia??o e certamente n?o atrasaria o crescimento da China, devido às seguintes raz?es:
Em primeiro lugar, muito (se n?o a maior parte) do capital levantado por essas empresas chinesas nos mercados de a??es dos EUA veio de investidores internacionais, n?o de residentes dos EUA. Em segundo lugar, a deslistagem das empresas chinesas das bolsas de valores dos EUA n?o bloquearia o acesso das empresas chinesas ao capital americano, pois elas também têm acesso à ele através de empresas de private equity dos EUA.
Além disso, muitas empresas chinesas se retirar?o das bolsas norte-americanas para reabrir capital na Bolsa de Valores de Hong Kong, onde tanto residentes dos EUA quanto investidores internacionais podem continuar a investir, disseram eles.