Os EUA anunciaram na ter?a-feira a sua retirada da Organiza??o Mundial de Saúde (OMS), a qual passará a vigorar a 6 de julho de 2021.

A decis?o errática ocorre após a OMS ter recusado “responsabilizar a China”. A política em torno das elei??es americanas e os interesses partidários afetaram, assim, a política externa americana de modo arbitrário.

O que é caprichoso é que esta decis?o, que obviamente vai contra a necessidade dos EUA cooperarem com o mundo para combater a pandemia de Covid-19, se assume como tendo superioridade moral. Washington tem vindo a espalhar publicamente que a OMS é uma “marioneta” da China e que gasta o dinheiro dos contribuintes americanos. Existe a convic??o de que esta mentalidade poderá ajudar a administra??o atual a ganhar as elei??es em novembro. O sistema político dos EUA tornou-se demasiado velho, ou poderá estar a sofrer de Alzheimer.

A pandemia de novo coronavírus está presente no mundo há meses, e a maioria dos países est?o comprometidos na sua luta para conter a doen?a. Apenas Washington continua culpando a China e a OMS pela sua própria incapacidade de combater o vírus, enquanto alude à sua “excelente performance”.

Tal petulancia em confundir o certo com o errado funciona nos EUA, e muitos eleitores acreditam, o que revela a natureza da política e das opini?es no país.

à medida que a situa??o nos EUA sai do controle e que a China deteta poucos ou nenhum caso diariamente, Washington apercebe-se da dificuldade de manter o aparato. O seu anúncio de saída da OMS pode ser visto como a último artifício de rela??es públicas. Haverá certamente situa??es piores, mas Washington terá dificuldade em se justificar, independentemente da contundência de suas palavras e atos.

Um provérbio chinês fala de uma pessoa que mata a sede com o próprio vinho envenenado, esse provérbio adapta-se à histeria do governo americano.

Condenamos a decis?o de Washington se retirar da OMS nesta altura crítica. Esta decis?o irá inevitavelmente dividir a unidade mundial que é agora t?o necessária.

Devido ao papel de coordena??o da OMS, a luta global atrasou a dissemina??o do vírus em certa medida. A situa??o em vários países passou a ficar controlada. Mas o governo federal dos EUA quase desistiu de seus esfor?os, tornando os EUA a pior vítima do sistema global de preven??o de vírus. Embora sejam uma superpotência, os EUA n?o têm o direito de reverter a situa??o de melhoria do mundo.

Lamentamos profundamente que os americanos sejam incapazes de impedir seu governo de tomar uma decis?o t?o err?nea. O egoísmo político dos dois partidos e da lideran?a é flagrante e a sociedade americana se acostumou e até cooperou com ele. Trata-se de degenera??o.

O governo Trump está levando o país a "coexistir com o novo coronavírus". Mas devemos dizer aos americanos que essa ina??o é nefasta. A compreens?o das pessoas sobre o vírus é insuficiente, mas está provado que ele pode se espalhar rapidamente e que a sua taxa de mortalidade é muito maior à gripe comum. Se os EUA mantiverem o status quo, o número de mortes será incalculável, assim como a dura??o do vírus e o seu impacto na economia no longo prazo.

Esperamos que a popula??o americana acorde face aos danos causados pela pandemia nas suas vidas e saúde. O valor da vida e a saúde das pessoas est?o acima de tudo e esse deve voltar a ser o lema da política americana.

A retirada de Washington da OMS é a pior dentre suas retiradas de várias organiza??es e tratados internacionais. O mundo deve responsabilizar Washington por trair os interesses comuns da humanidade.