Homem negro é espancado até a morte em supermercado do grupo Carrefour em Porto Alegre — Foto: Reprodu??o/Vídeo
O brasileiro Jo?o Alberto Silveira Freitas, fazia compras no supermercado Carrefour na quinta-feira (19), em Porto Alegre, no Brasil. Após discuss?o verbal com funcionários, ele agrediu Giovane, um dos dois seguran?as, que o acompanhava até a saída.
Após Jo?o desferir um soco em Giovane, ambos os seguran?as, partiram para agress?es, com golpes principalmente na cabe?a. Jo?o foi imobilizado e após lamentar sentir dor, um terceiro indivíduo respondeu: “Sem cena, tá? A gente te avisou da outra vez.”
A a??o violenta dos seguran?as, que trabalham para a empresa Vetor, prestando servi?o para o supermercado Carrefour resultou na morte de Jo?o Alberto, de 40 anos.
Os seguran?as foram identificados como sendo Magno Braz Borges, de 30 anos, e Giovane Gaspar da Silva, de 24 anos.
Magno possui carteira nacional do vigilante, no entanto seus dados n?o constam vinculados a empresa Vetor, que prestava servi?os ao Carrefour. A Polícia Federal (PF) informou que seu registro será suspenso, segundo noticiou o G1.
Giovane é policial militar temporário, no entanto, segundo a Brigada Militar do Rio Grande do Sul ele n?o poderia atuar como seguran?a, uma vez que "por lei, é vedado o exercício de qualquer outra atividade remunerada", disse o coronel Rodrigo Mohr Picon ao G1.
A Polícia Federal, lembrou que é necessário ter posse da carteia nacional do vigilante, emitida pela PF, para estar apto a fazer a “abordagem ativa de conten??o”.
A morte de Jo?o, ocorreu um dia antes do Dia Nacional da Consciência Negra, do Brasil, data criada em 2003 e considerada feriado em aproximadamente 1000 cidades do país latino americano.
Jo?o Alberto estava acompanhado por sua namorada, Milena Borges Alves. Ela entrou em contato com o pai da vítima, Jo?o Batista, que se digiriu ao local, mas n?o chegou em tempo hábil para ajudar o filho.
Em entrevista ao Fantástico, Jo?o Batista, que é pastor evangélico em Porto Alegre, analisou a agress?o como grosseira, e a "for?a na raiva" como proveniente de “um ato de racismo”.
O momento de refle??o sobre a inser??o do negro na sociedade brasileira, a cor de pele de Jo?o, que é mulato, e a indigna??o de seu pai, que indicou que sua morte foi motivada pelo racismo, culminaram na campanha "Vidas pretas importam", realizada em todo o território brasileiro.
O Fantástico , programa da Globo, noticiou que Jo?o Alberto, também conhecido como "Beto", era violento, tendo 25 passagens pela polícia, que envolviam violência doméstica e amea?as. O programa lembrou ainda que mesmo se ele tivesse cometido qualquer delito no estabelecimento, a Constitui??o Brasileira lhe garante ampla defesa.
O vice-presidente brasileiro, Hamilton Mour?o, questionado sobre o caso por diversas mídias, considera n?o haver racismo no Brasil, e acredita que seja uma tentativa de importar movimentos do exterior para o Brasil.
O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, n?o mencionando o incidente, fez um discuros, no sábado (21) na Cúpula do G20, abordando o tema.
Bolsonaro, assim como Mour?o, acredita se tratar de uma tentativa de importar tens?es alheias a história do Brasil. Ele afirmou que o Brasil “tem uma cultura diversa, única entre as na??es, somos um povo miscigenado: brancos, negros e índios edificaram o corpo e o espírito de um povo rico e marvilhoso”.