Líderes mundiais, que participaram de uma cúpula virtual do clima no sábado, reconheceram a importancia de enfrentar as mudan?as climáticas, no processo em que China e países europeus est?o encontrando mais pontos em comum e oportunidades de coopera??o.
No sábado, dezenas de líderes de países desenvolvidos e em desenvolvimento e de organiza??es internacionais, bem como líderes empresariais, participaram da Cúpula da Ambi??o do Clima virtual, que tem como objetivo fazer novos compromissos para enfrentar a mudan?a climática e cumprir o Acordo de Paris.
Novos compromissos foram tra?ados na cúpula, que é convocada conjuntamente pela Organiza??o das Na??es Unidas, Gr?-Bretanha e Fran?a em parceria com Chile e Itália.
Este é um claro sinal que o Acordo de Paris está trabalhando para aumentar drasticamente a a??o climática e a ambi??o.
"E ent?o minha mensagem para todos vocês, é que juntos podemos usar os avan?os científicos para proteger nosso planeta inteiro, nossa biosfera contra um desafio muito pior, muito mais destrutivo até do que o coronavírus", disse na cúpula o primeiro-ministro britanico, Boris Johnson.
ESFOR?OS CLIMáTICOS LAUDADOS DE BEIJING
A cúpula mostrou que um desafio como o aquecimento global "pode unir países, grupos e indivíduos em uma causa comum", disse à Xinhua, Martin Albrow, um renomado sociólogo britanico.
Sob essa causa comum, países como a China e os da Europa est?o agindo.
A China pretende atingir o pico de emiss?es de CO2 antes de 2030 e alcan?ar a neutralidade de carbono antes de 2060. O país também prometeu novos compromissos para 2030 para contribuir mais para enfrentar o desafio climático global.
A China reduzirá suas emiss?es de dióxido de carbono por unidade do PIB em mais de 65 por cento em rela??o ao nível de 2005, aumentará a participa??o de combustíveis n?o fósseis no consumo de energia primária para cerca de 25 por cento, aumentará o volume do estoque florestal em 6 bilh?es de metros cúbicos a partir do nível de 2005, deixará sua capacidade total instalada de energia eólica e solar em de 1,2 bilh?es de quilowatts.
Os esfor?os climáticos de Beijing s?o bem-vindos por especialistas.
O fato de a China estar tomando tais medidas ajudará a mudar a mentalidade das pessoas ao redor do mundo e a torná-las conscientes das quest?es que s?o essenciais para o futuro de nossas sociedades, disse o Prof. Leon Laulusa, vice-presidente-executivo da Escola de Negócios ESCP.
"Uma na??o grande e influente como a China se comprometendo com metas positivas de mudan?a climática só pode ser algo bom", disse à Xinhua em uma entrevista recente, Hannah Cloke, professora de hidrologia da Universidade de Reading.
Os países europeus também est?o fazendo avan?os significativos na contribui??o para a luta global contra as mudan?as climáticas.
Líderes da Uni?o Europeia (UE) chegaram a um acordo para reduzir as emiss?es de gases de efeito estufa do bloco regional em pelo menos 55 por cento até o final da próxima década em rela??o ao nível de 1990, anunciou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, na sexta-feira.
Os estados-membros deram permiss?o à proposta da Comiss?o Europeia de endurecer a meta de médio prazo do bloco como parte da meta de longo prazo de atingir a neutralidade climática até 2050.
No início deste mês, Johnson anunciou uma nova meta que fará com que o país se comprometa a reduzir as emiss?es de gases de efeito estufa em pelo menos 68 por cento até o final da década, em compara??o com os níveis de 1990.
TERRENO COMUM PARA COOPERA??O
A UE e a China se comprometeram a alcan?ar emiss?es líquidas de dióxido de carbono zero, criando assim um terreno comum para uma coopera??o muito mais profunda, disse Laurence Tubiana, o ex-principal negociador da Fran?a para mudan?as climáticas, recentemente no site do Project Syndicate.
Esta coopera??o n?o tem necessariamente de se limitar a nível nacional, e as parcerias entre municípios, regi?es, províncias e indústrias têm mostrado grande potencial, disse Tubiana.
Em setembro, a montadora Volkswagen Group China anunciou que está planejando investir um total de cerca de 15 bilh?es de euros (cerca de 17,5 bilh?es de dólares americanos), juntamente com suas joint ventures em e-mobilidade entre 2020 e 2024.
Seguindo uma estratégia de eletrifica??o e digitaliza??o, a Volkswagen planejou produzir um total de 15 modelos diferentes de veículos novos de energia (NEV) localmente até 2025, com 35 por cento do portfólio de produtos na China composto por modelos totalmente elétricos.
"Enquanto a China e o resto do mundo enfrentam o desafio de se recuperar da pandemia de Covid-19, agora podemos ver que os investimentos em capital físico e natural sustentável geram resultados que podem ser realizados rapidamente e criam muitas oportunidades de emprego. Investimentos sustentáveis s?o o caminho para uma forte recupera??o econ?mica", comentou Nicholas Stern, presidente do Instituto de Pesquisa Climática e Ambiental Grantham da Faculdade de Ciência Política e Economia de Londres.
O setor de energia renovável é uma área-chave na coopera??o verde entre a China e a Gr?-Bretanha e outros países europeus.
Em mar?o de 2019, o Centro de Pesquisa Catapult TUS-ORE (TORC), uma instala??o conjunta de pesquisa eólica offshore do Reino Unido e da China, foi inaugurado em Yantai, na província de Shandong, no leste da China.
A TORC atua como um centro líder de pesquisa e desenvolvimento em tecnologia de energia renovável, com vínculos exclusivos na Gr?-Bretanha e na China para apoiar o crescimento de suas respectivas indústrias eólicas offshore.
Desenvolverá programas de pesquisa colaborativa, apoiará a entrada no mercado e a incuba??o de empresas britanicas na China e fornecerá suporte comercial para desenvolvedores eólicos offshore chineses.
"A China é líder nos mercados de energia renovável e nossos dados mostram que permanecerá de longe o maior país nos próximos anos", disse Heymi Bahar, analista-sênior de mercados de energia renovável e política da Agência Internacional de Energia (AIE).
A capacidade instalada de fontes de energia renováveis da China tem crescido a uma taxa média anual de 12 por cento desde 2016, com novas fontes de energia como a energia eólica e solar ocupando mais da metade da capacidade total instalada de fontes de energia renováveis, de acordo com números oficiais.
No futuro, a China poderia acelerar o desenvolvimento de uma economia renovável, transporte de emiss?es zero, reflorestamento contínuo e ecologiza??o e desenvolver a agricultura organica e edifícios amigáveis ao meio ambiente, disse em entrevista recente à Xinhua, Hans-Josef Fell, fundador do grupo de reflex?o alem?o Energy Watch.
Ele disse que o comércio de tecnologias e bens ambientais entre a China e o resto do mundo criará muitos empregos.