Reuni?o de alto nível representa oportunidade de refor?ar confian?a na estabilidade, recupera??o

Espera-se que Beijing e Washington aproveitem totalmente as oportunidades criadas pelo seu próximo diálogo estratégico de alto nível para mitigar a hostilidade, prevenir crises, consolidar a confian?a mútua e, assim, fortalecer a confian?a global na estabilidade e recupera??o, de acordo com líderes mundiais e acadêmicos seniores.

Eles fizeram a previs?o em um momento em que a China e os Estados Unidos s?o vistos como um par de motores capazes de conduzir o mundo à saída da severa recess?o econ?mica que atravessa. Ele surge também em meio a preocupa??es com as incertezas que assombram as rela??es das duas principais economias.

O diálogo estratégico de alto nível, inicialmente proposto por Washington, será realizado na quinta e sexta-feira em Anchorage, Alasca.

O evento reunirá Yang Jiechi, membro do Bir? Político do Comitê Central do PCCh e diretor do Gabinete da Comiss?o de Rela??es Exteriores do Comitê Central do PCCh, Wang Yi, conselheiro de Estado e ministro das Rela??es Exteriores, Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, e Jake Sullivan, conselheiro de Seguran?a Nacional dos EUA,

A reuni?o será o primeiro contato pessoal de alto nível entre os dois governos desde que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assumiu o cargo em 20 de janeiro.

A Organiza??o das Na??es Unidas disse na ter?a-feira que espera um "resultado positivo" da reuni?o.

"Esperamos que a China e os EUA possam encontrar formas de colaborar em quest?es críticas, designadamente nas mudan?as climáticas e na reconstru??o do mundo pós-Covid", disse Stephane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres.

"Todos esperamos e encorajamos as duas grandes potências a pensar com cautela antes de decidir que a outra é um adversário", disse o primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien Loong, em uma entrevista à BBC que foi para o ao ar no domingo. "N?o é possível escolhermos um ou outro porque temos la?os muito intensos e extensos tanto com os Estados Unidos quanto com a China".

Yuan Zheng, vice-diretor do Instituto de Estudos Americanos da Academia Chinesa de Ciências Sociais, disse que os ataques de alto nível de Washington contra a China antes do seu diálogo com Beijing "visam aumentar a tens?o e suas tentativas de pressionar a China n?o ter?o sucesso".

"Os repetidos ataques (à China), por sua vez, traem a falta de confian?a de Washington, e tais comentários servem como uma ferramenta de guerra psicológica", disse Yuan.

O porta-voz do Ministério das Rela??es Exteriores, Zhao Lijian, disse na quarta-feira que a aceita??o da China do convite dos EUA para participar da reuni?o do Alasca "manifesta nossa boa vontade e sinceridade" em retomar o diálogo e intercambio bilateral e melhorar e desenvolver os la?os entre os dois países.

Espera-se que Washington se concentre na coopera??o, mostrando respeito mútuo, e "administre e resolva as diferen?as de maneira construtiva", disse Zhao. Ambos países compartilham responsabilidades no combate às mudan?as climáticas e na promo??o da recupera??o global pós-Covid, disse ele.

"O confronto China-EUA n?o serve aos interesses da comunidade internacional", acrescentou Zhao.

Reagindo aos resultados de uma pesquisa recente divulgada pela Gallup, relatando um aumento na hostilidade contra a China entre o público dos EUA, Zhao disse que os danos causados pela campanha de difama??o massiva da administra??o anterior dos EUA contra a China "n?o foram ainda mitigados". O novo governo deve romper com a mentalidade de Guerra Fria e olhar a China e os la?os com o país de forma objetiva, disse.

Durante a sua viagem ao Jap?o esta semana, Blinken tomou uma posi??o dura em várias ocasi?es contra a China em tópicos como direitos humanos.

Em resposta, Zhao disse que a China usará o próximo diálogo para deixar claras as suas posi??es, e acredita que os EUA est?o totalmente conscientes da determina??o da China em proteger a sua soberania, seguran?a e interesses de desenvolvimento.

Jia Qingguo, diretor do Instituto de Coopera??o e Compreens?o Global da Universidade de Beijing, disse que a China manifestou sua disposi??o de cumprir o princípio de nenhum conflito, nenhum confronto, respeito mútuo e coopera??o ganha-ganha, e "esperamos que os EUA acabem respondendo com boa vontade".

Atualmente, a desconfian?a "está ainda em alto nível" entre os dois países, e vozes que defendem sentimentos endurecidos em rela??o à China n?o podem ser ignoradas nos Estados Unidos, disse Jia.

Para melhorar as suas rela??es, os dois países enfrentam muitos desafios e dificuldades e, para enfrentar esses desafios, o diálogo e a reconcilia??o a todos os níveis devem ser retomados o mais cedo possível, afirmou Jia.

Chen Dongxiao, presidente dos Institutos de Estudos Internacionais de Shanghai, disse que a abordagem aos la?os China-EUA exige "expectativas realistas" em vez de "esperan?as irrealistas", e que ambos os lados deveriam agarrar a chance de diálogo "com um forte senso de urgência".

"Ficar parado por um muito tempo significa perder oportunidades. ... A próxima reuni?o é uma boa oportunidade para ambos os lados compararem notas e tra?arem limites", disse Chen.

Chen sublinhou a importancia de garantir o resultado final dos la?os China-EUA: evitar que erros de cálculo ou de julgamento levem a conflitos militares.

Xu Bu, presidente do Instituto de Estudos Internacionais da China, disse que, após a posse do governo Biden, as rela??es entre os principais países iniciaram uma nova rodada de ajustes e que "as rela??es China-EUA abriram uma janela de oportunidade para acertar as coisas" .

Como membros permanentes do Conselho de Seguran?a das Na??es Unidas, tanto a China quanto os EUA têm responsabilidade acrescida pela paz e pelo desenvolvimento mundiais, e a comunidade internacional está acompanhando de perto a trajetória de seus la?os, disse Xu.