A vacina CoronaVac tem pelo menos 50% de efetividade contra a P1, variante brasileira do coronavirus Sars-Cov-2, segundo um estudo científico internacional realizado na cidade de Manaus, capital do estado do Amazonas (norte), com 67.718 profissionais do setor de saúde.
O estudo foi feito pelo grupo internacional de cientistas Vebra COVID-19, que, em um comunicado divulgado nesta quarta-feira, em S?o Paulo, informou que a CoronaVac " continua sendo eficaz para reduzir o risco de doen?a sintomática em um cenário de predominancia da variante P1 superior a 50%".
"Essas descobertas apoiam o uso contínuo dessa vacina no Brasil e em outros países com circula??o dessa variante", afirma a nota do Vebra COVID-19.
A CoronaVac é desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac Life Science, em colabora??o com Instituto Butantan, uma institui??o ligada ao governo do estado de S?o Paulo, que até agora entregou 38,2 milh?es de doses ao Programa Nacional de Imuniza??o do Ministério da Saúde.
O Vebra COVID-19 é integrado por pesquisadores de entidades brasileiras, como as secretarias de Saúde dos estados de S?o Paulo e Amazonas, do laboratório federal Funda??o Oswaldo Cruz (Fiocruz), e da Universidade de Brasília, bem como de centros estrangeiros como o Instituto pela Saúde Global de Barcelona, a Escola de Saúde Pública de Yale, a Universidade de Medicina de Stanford e da Universidade da Flórida.
"Conseguimos avaliar 14 dias depois da primeira dose e, mesmo assim, (a vacina) resultou ser efetiva e com valor de 50%", disse o coordenador do estudo, Julio Croda, infectologista da Fiocruz, em declara??es reproduzidas pelos canais CNN Brasil e Globonews.
Segundo Croda, a CoronaVac, a mais aplicada no Brasil desde 17 de janeiro, continua funcionando para a variante e o Brasil pode continuar usando essa vacina nos estados onde (a variante) é dominante.
A cepa do Amazonas surgiu em novembro em Manaus e, devido a seu alto grau de dissemina??o, está sendo considerada pelos especialistas como uma das causas da onda de contágios e letalidade que p?s o país como líder mundial de mortes desde mar?o.
O Brasil registrou nesta quarta-feira 3.869 mortes por COVID-19, cifra levemente inferior ao recorde de 4.195 óbitos contabilizado na véspera, elevando o total oficial de mortos desde o início da pandemia no país, há um ano, a 340.776.