é um "passo positivo" para o mundo o fato de os Estados Unidos e a China estarem cooperando em finan?as sustentáveis no ambito do Grupo dos Vinte (G20), afirmou a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva.
"Certamente ter as duas maiores economias cooperando em finan?as sustentáveis é um passo muito positivo em um mundo que está se transformando, principalmente por causa das press?es que vêm dos riscos climáticos, e também para garantir que as quest?es sociais e ambientais estejam bem integradas na estratégias de investimento", disse Georgieva em entrevista exclusiva à Xinhua nesta ter?a-feira.
As declara??es de Georgieva foram feitas depois que os ministros das Finan?as e presidentes dos bancos centrais do G20 concordaram na semana passada que o grupo de estudos de finan?as sustentáveis será elevado para um grupo de trabalho de pleno direito, co-presidido pela China e pelos Estados Unidos.
"O que esperamos é que o G20 defina um roteiro claro de como as finan?as sustentáveis podem ser integradas de forma mais profunda aos sistemas financeiros", disse.
Georgieva reiterou que o FMI apoia fortemente os objetivos imediatos da agenda de finan?as sustentáveis do G20, citando relatórios padronizados e o papel das institui??es financeiras internacionais nas finan?as sustentáveis.
"Claro que estaremos empenhados em fornecer suporte técnico conforme o trabalho avan?ar", destacou.
A mudan?a climática apresenta riscos proeminentes para a estabilidade financeira de duas maneiras, ou seja, riscos físicos e riscos de transi??o, disse Georgieva.
Por um lado, os desastres naturais relacionados ao clima mais frequentes e devastadores já est?o causando perdas financeiras e pressionando as institui??es financeiras para que reconhe?am e se protejam mais adequadamente contra esses riscos.
Por outro lado, à medida que as políticas mudam para um desenvolvimento resiliente ao clima e de baixo carbono, alguns setores se tornam menos atraentes para o financiamento e também apresentam alto risco na carteira de investidores, disse.
"O que o FMI está fazendo é usar um instrumento testado muito bem estabelecido, programas de avalia??o do setor financeiro, para ajudar os países a identificar esses riscos e integrá-los em suas políticas do setor financeiro", explicou.
Georgieva também elogiou o Banco Popular da China, o banco central chinês, por seus esfor?os para incentivar as institui??es financeiras a apoiar investimentos verdes, ao mesmo tempo que atribui grande importancia à qualidade desses investimentos.
"Estou muito feliz que o Banco Popular da China esteja muito sistematicamente engajado em fornecer uma boa orienta??o sobre padr?es verdes. Além disso, está levando a sério o outro aspecto da transi??o para a nova economia climática, que s?o os riscos de estabilidade financeira relacionados ao clima", disse.
O FMI e o Banco Popular da China est?o programados para realizar um seminário de alto nível sobre finan?as verdes e política climática nos dias 15 e 16 de abril, discutindo a experiência internacional em finan?as verdes e o papel dos bancos centrais, reguladores financeiros, institui??es financeiras e investidores.
No final do ano passado, os empréstimos verdes pendentes da China atingiram quase 12 trilh?es de yuans (US$ 1,84 trilh?o), os mais altos do mundo, mostraram dados oficiais.