Especialistas chineses condenaram a decis?o unilateral do Jap?o de despejar águas residuais nucleares no mar, chamando-a de "extremamente irresponsável".

O despejo de águas residuais resultantes do acidente da usina nuclear de Fukushima no mar n?o é a única op??o do Jap?o, disse Liu Senlin, pesquisador do Instituto de Energia At?mica da China.

A decis?o unilateral do Jap?o de lan?ar as águas residuais no oceano é extremamente irresponsável, disse Liu. A escolha, que envolve o menor custo econ?mico para o Jap?o, foi tomada antes de buscar um consenso com a comunidade internacional e seus interessados, e antes de esgotar todas as op??es disponíveis.

De acordo com Liu, existem várias outras op??es para a elimina??o das águas residuais, incluindo enterrá-las no subsolo ou evaporá-las no ar, mas o Jap?o simplesmente optou pelo plano mais barato.

"A decis?o passa a responsabilidade que deveria ser do próprio Jap?o para o mundo todo, estabelecendo um péssimo precedente", observou.

é do Estado a responsabilidade final de garantir a seguran?a da gest?o do combustível irradiado e dos resíduos radioativos, disse ele, citando a Conven??o sobre Seguran?a Nuclear e a Conven??o Conjunta sobre o Gerenciamento Seguro de Combustível Irradiado e dos Rejeitos Radioativos.

A Conven??o das Na??es Unidas sobre o Direito do Mar, da qual o Jap?o é signatário, também exige que os Estados contratantes tomem todas as medidas necessárias para garantir que a polui??o decorrente de incidentes ou atividades sob sua jurisdi??o ou controle n?o se espalhe para além das áreas onde exercem direitos soberanos.

O Jap?o deve implementar medidas prudentes de uma maneira que assuma a responsabilidade por seu próprio povo e pela comunidade internacional, disse Liu, acrescentando que deve escolher a melhor maneira de descartar as águas residuais nucleares com a participa??o e supervis?o dos intervenientes.

Também é duvidoso se as águas residuais tratadas do Jap?o realmente atendem aos padr?es de descarte, disse Zhao Chengkun, um especialista da Associa??o de Energia Nuclear da China.

Em 31 de dezembro de 2019, 73% das águas residuais nucleares ainda excediam os padr?es para descarte do Jap?o após o tratamento por um sistema avan?ado de processamento de líquidos (ALPS) capaz de remover a maioria dos contaminantes, de acordo com um relatório de uma organiza??o que pesquisa o tratamento de águas residuais do acidente nuclear de Fukushima.

Além disso, a Tokyo Electric Power Company, a operadora que lida com as águas residuais do acidente nuclear de Fukushima, tem um histórico de encobrir e falsificar informa??es, observou Zhao.

Liu Xinhua, pesquisador do Ministério da Ecologia e Meio Ambiente, acrescentou que há uma diferen?a fundamental entre as águas residuais do acidente da usina nuclear de Fukushima e os efluentes líquidos da opera??o normal de usinas nucleares em termos de fonte, tipo de radionuclídeo e dificuldade de processamento.

Os resíduos líquidos descartados após o acidente da usina nuclear de Fukushima contêm radionuclídeos e elementos de transuranio extremamente tóxicos, como plut?nio e américo. No entanto, os efluentes líquidos descarregados normalmente de usinas nucleares n?o entram em contato direto com os pellets de combustível e mal têm os elementos de transuranio, explicou Liu à Xinhua.