
Os mais recentes desenvolvimentos no Afeganist?o s?o, indubitavelmente, um duro golpe para os Estados Unidos e um fracasso total da sua tentativa de transformar aquele país. A reformula??o política promovida pelos EUA em solo afeg?o provou ser incapaz de criar raízes ao longo do tempo. A retirada súbita e desordenada dos Estados Unidos demonstra perante seus aliados a falta de confiabilidade perante os compromissos assumidos: quando os próprios interesses exigem o abandono de aliados, os EUA encontram várias raz?es para o fazer.
Um país poderoso como os EUA foi incapaz de derrotar o Talib? afeg?o, que praticamente n?o teve ajuda estrangeira em 20 anos. Esta derrota é ainda mais demonstrativa da impotência dos EUA do que a derrota na Guerra do Vietn?. Em termos relativos, o fracasso dos Estados Unidos no Afeganist?o é ainda mais embara?oso do que o desaire da Uni?o Soviética no território, na década de 1980.
A situa??o no Afeganist?o irá afetar a situa??o geopolítica regional, trazendo inúmeras incertezas. A opini?o pública ocidental tem mencionado constantemente a China nos últimos dias e até mesmo apregoado que as mudan?as no Afeganist?o deixaram a China "constrangida". Esta declara??o pode parecer reconfortante no plano emocional, mas é caótica do ponto de vista da lógica.
No passado, a opini?o pública nos Estados Unidos e no Ocidente negava frequentemente a existência do "Turquist?o Oriental" e o promovia como uma desculpa para a China se engajar em "opera??es repressivas" em Xinjiang. Agora reverteram sua posi??o novamente, dizendo que o Talib? apoiará o "Turquest?o Oriental" e amea?ará a seguran?a de Xinjiang quando recuperar o poder. Por conseguinte, a China tem vários motivos para estar apreensiva com a situa??o no Afeganist?o.
é claro que a China irá examinar a situa??o afeg? tendo em vista a estabilidade em Xinjiang, mas as descri??es feitas pela opini?o pública ocidental s?o, sem dúvida, hiperbolizadas e err?neas. Apenas o corredor de Wakhan faz fronteira entre a China e o Afeganist?o, sendo que a China tem tropas ali destacadas. Além disso, vários anos de políticas aplicadas em Xinjiang permitiram que o extremismo tenha sido erradicado, sendo cada vez mais difícil que for?as externas se infiltrarem na sociedade local.
Na verdade, a maior fonte de atividades terroristas em Xinjiang nos últimos anos s?o os Estados Unidos e o Ocidente. Os Estados Unidos e o Ocidente servem-se do pretexto dos "direitos humanos" para defender os terroristas em Xinjiang, descrevendo as atividades violentas ali perpetradas como "rebeli?o contra o regime chinês", continuando a instigar ideologicamente os agentes desestabilizadores em Xinjiang. No que diz respeito às for?as terroristas internacionais, quando os ataques s?o dirigidos contra a China, o Ocidente ignora a situa??o. Os padr?es duplos ocidentais s?o o maior desafio para os esfor?os de contraterrorismo da China.
Assim sendo, a China irá enfrentar as mudan?as no Afeganist?o de forma racional. O princípio de n?o ingerência nos assuntos internos de outros países sempre foi a bússola da política externa chinesa. A China desempenhará um papel construtivo na obten??o da paz e na transi??o para a reconstru??o no Afeganist?o o mais rápido possível. A guerra dos Estados Unidos contra o terrorismo fracassou e suas opera??es no Afeganist?o foram em v?o. Os maiores desafios das mudan?as do Afeganist?o devem, obviamente, ser encarados pelos Estados Unidos e pelo Ocidente.