O envolvimento de alto nível entre Washington e Beijing é essencial para que as duas maiores economias do mundo resolvam o impasse nas rela??es bilaterais, afirmam os analistas, depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ter mantido uma conversa por telefone com o presidente chinês, Xi Jinping, na sexta-feira, apenas a segunda desde que Biden assumiu a presidência.
Durante a conversa, Xi disse a Biden que "desde há algum tempo, devido à política dos EUA sobre a China, as rela??es China-EUA têm enfrentado sérias dificuldades" e que n?o se trata de "uma quest?o de múltiplas respostas sobre se deveríamos ter boas rela??es, mas uma quest?o obrigatória".
A Casa Branca afirmou em comunicado que durante a chamada de 90 minutos feita a pedido do lado norte-americano, os dois líderes "discutiram a responsabilidade de ambas as na??es de garantir que a concorrência n?o se transforme em conflito".
"é essencial que os dois líderes falem com frequência e usem seu longo relacionamento pessoal para resolver disputas comerciais e outras", disse Douglas Barry, diretor sênior de comunica??es e publica??es do Conselho de Negócios EUA-China.
"O impasse atual n?o será resolvido sem o seu envolvimento", disse Barry ao China Daily, acrescentando: "Dito isso, é necessário haver engajamento em muitos níveis técnicos e mais participa??o das comunidades empresariais."
Barry disse que mais liga??es regulares que levem a discuss?es cara a cara s?o necessárias, como o que acontece com a primeira fase do acordo comercial, que expira no final do ano; o qual é exigido de ambos os países para elevar ou reduzir tarifas punitivas. é preciso também a coordena??o de esfor?os para prevenir amea?as existenciais, como o aquecimento global e pandemias.
"O status quo manter-se-á ou se deteriorará ainda mais, a menos que os dois presidentes mantenham o contacto", disse.
O último telefonema presidencial, no início de fevereiro, foi o culminar da intera??o entre a China e os EUA desde que Biden assumiu o cargo no final de janeiro, depois que as rela??es bilaterais caíram ao ponto mais baixo em quatro décadas.
Um alto funcionário do governo Biden disse que o presidente iniciou a intera??o com Xi "para ter uma discuss?o ampla e estratégica sobre como administrar a competi??o entre os Estados Unidos e a China", de acordo com relatos da mídia norte-americana.
"é bem provável que o engajamento no nível de líder seja realmente o que é necessário para mover a bola para a frente", disse a National Public Radio, citando uma autoridade n?o identificada na sexta-feira.
Em mar?o, o principal diplomata chinês Yang Jiechi e o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, lideraram equipes para negocia??es em Anchorage, Alasca, nas quais Yang rejeitou que Washington assumisse uma "posi??o de for?a" em sua abordagem à China.
Na reuni?o de Tianjin, no final de julho, o conselheiro de Estado e ministro das Rela??es Exteriores, Wang Yi, exp?s as "três linhas de fundo" da China à vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman.
O primeiro ponto é que os EUA n?o devem desafiar, caluniar ou tentar subverter o caminho e o sistema do socialismo com características chinesas. A segunda é que os EUA n?o devem tentar obstruir ou interromper o processo de desenvolvimento da China. A terceira é que os EUA n?o devem infringir a soberania da China ou prejudicar sua integridade territorial.
Em suas conversas com Sherman, o vice-ministro de Rela??es Exteriores Xie Feng disse que a política dos EUA parece exigir coopera??o quando quer algo da China e a dissocia??o, corte, bloqueio ou imposi??o de san??es contra a China quando acreditam que a China está em vantagem.
Douglas Paal, ilustre membro do Programa da ásia do Carnegie Endowment for International Peace, disse: "Espero que alguém do lado dos EUA tenha percebido que as recentes intera??es de alto nível n?o estavam indo a lugar nenhum, e, mais provavelmente até, piorando, sendo hora de envolver os principais líderes".
Gary Hufbauer, pesquisador sênior e especialista em comércio do Instituto Peterson de Economia Internacional em Washington, disse que o telefonema é "o melhor evento" em muito tempo, o que poderá sinalizar uma redu??o gradual da tens?o.
"Ambos os líderes se comprometeram a reduzir as emiss?es de carbono. Na COP de novembro (Conferência das Partes), eles podem reafirmar esses compromissos e estabelecer políticas específicas para alcan?ar a neutralidade de carbono", disse Hufbauer sobre a conferência das Na??es Unidas sobre mudan?as climáticas que será realizada em Glasgow em novembro.