As vendas do comércio varejista no Brasil recuaram 3,1% em agosto comparado a julho, pior resultado para o mês desde o come?o da série histórica iniciada em 2000, pondo um fim a três meses seguidos de crescimento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.
A queda das vendas no varejo em agosto foi a maior desde dezembro do ano passado (-6,1%). Em compara??o com agosto de 2020, as vendas caíram 4,1%, terminando com cinco aumentos seguidos nesse tipo de compara??o.
Segundo o IBGE, com a queda em agosto, o patamar das vendas no varejo no país retrocedeu ao de julho de 2020 e está 2,3% abaixo do nível recorde alcan?ado em novembro de 2020.
No acumulado do ano, as vendas no varejo registram um aumento de 5,1% e no acumulado dos últimos 12 meses, de 5%.
"Vários elementos em conjunto contribuem para a taxa negativa. O primeiro é a trajetória anterior, que fez com que o patamar do comércio ficasse mais elevado e muito próximo do recorde. A infla??o também continua sendo importante para o resultado, o que fica claro quando se compara com a renda. Também chama aten??o o mercado de trabalho, com uma capacidade de consumo menor", ressaltou o IBGE.
Em agosto, seis das oito atividades analisadas registraram queda nas vendas, lideradas por outros artigos de uso pessoal e doméstico (-16%). O setor de equipamentos e material para escritório, informática e comunica??o, que cresceu muito na pandemia, caiu 4,7%.
As duas atividades que tiveram um aumento no volume de vendas entre julho e agosto foram tecidos, vestuário e cal?ados (1,1%), e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,2%).
A queda das vendas no varejo, um dos motores da economia brasileira, mostra as dificuldades que o país atravessa para se recuperar do impacto causado pela pandemia da COVID-19, que provocou uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,1% em 2020.
Nessa ter?a-feira, o IBGE divulgou que a produ??o industrial caiu 0,7% em agosto, no terceiro mês seguido no negativo. Isso tem levado o mercado financeiro a reduzir nas últimas semanas sua previs?o do crescimento econ?mico do Brasil este ano, situada agora em 5,04%, enquanto que para 2022 está estimada em 1,57%.