As modifica??es nas diretrizes de diagnóstico e tratamento da Covid-19 da China visam aliviar as tens?es no sistema médico perante a variante ?micron, altamente contagiosa, segundo as autoridades e especialistas.
Os protocolos menos rigorosos s?o uma atualiza??o oportuna, e n?o um abandono da política dinamica de zero Covid-19 do país, que se esfor?a para manter o equilíbrio entre o trabalho de controle do novo coronavírus e a vida normal das pessoas.
A Comiss?o Nacional de Saúde da China divulgou uma edi??o piloto das nonas diretrizes de diagnóstico e tratamento da Covid-19 na noite de ter?a-feira.
Ele disse que as pessoas com uma infe??o leve por Covid-19, definida como febre e fadiga leves, mas sem sinais de pneumonia, ser?o colocadas em uma instala??o de quarentena centralizada em vez de em um hospital de tratamento designado. "Eles receber?o terapias e ser?o monitorados durante o isolamento", disse. "Se sua condi??o piorar, ser?o transferidos para hospitais designados para tratamento adicional".
Para evitar infe??es cruzadas, instala??es de quarentena centralizadas para pacientes com casos leves n?o dever?o ser compartilhadas com viajantes estrangeiros suspeitos de estarem infetados, bem como contatos próximos, refere a diretriz.
"As autoridades locais relataram que a maioria dos pacientes de ?micron s?o assintomáticos ou apresentam apenas sintomas leves, n?o sujeitos a tratamentos intensivos", disse a comiss?o em comunicado, explicando as novas diretrizes.
Os pacientes recuperados apenas precisam monitorar sua condi??o em casa por sete dias após receberem alta do hospital, em vez de passarem 14 dias em isolamento.
Zeng Guang, epidemiologista-chefe do Centro Chinês de Controle e Preven??o de Doen?as, disse que o ajuste é pragmático, científico e adequado para regi?es recentemente atingidas pelo vírus.
O novo protocolo ajudará as institui??es médicas a implementar procedimentos de triagem e aliviará a press?o crescente, disse, acrescentando que s?o esperados mais ajustes.
A parte continental da China registrou 1.860 infe??es confirmadas e transmitidas localmente e 1.194 casos assintomáticos na ter?a-feira. Ambas as contagens caíram em rela??o ao dia anterior. Os surtos na província de Jilin, no nordeste da China e em outras regi?es, est?o ainda em desenvolvimento, segundo a comiss?o.
Zhang Hongtao, ex-professor da Escola de Medicina Perelman da Universidade da Pensilvania, disse em um artigo na quarta-feira que, devido à falta de políticas de tratamento de triagem, os hospitais públicos de Hong Kong foram sobrecarregados durante a quinta onda da epidemia na cidade e que um grande número de pacientes em risco foram afastados.
Um sistema de gerenciamento estratificado pode evitar esse problema, disse, acrescentando que a ado??o de uma quarentena centralizada, em vez do isolamento doméstico usado em alguns países estrangeiros, impedirá melhor a propaga??o do vírus.
Zhang disse que as novas diretrizes sinalizam também um alinhamento aos padr?es internacionais de testes.
Durante os testes de ácido nucleico, um valor de limiar de ciclo – o número de ciclos necessários para que uma amostra seja detetável – pode determinar se uma amostra é considerada positiva.
Por muito tempo, a China usou um valor limite de ciclo de 40, superior ao padr?o internacional de 35. O documento recém-lan?ado aprovou oficialmente o uso de um valor limite de ciclo de 35. "Esta regra reduzirá o isolamento desnecessário e tornará a opera??o de sistemas médicos mais eficiente", disse Zhang.
Dois medicamentos contra a Covid-19 aprovados recentemente pelo regulador nacional de medicamentos foram recomendados para uso pelas mudan?as nas diretrizes. S?o o Paxlovid, uma pílula antiviral desenvolvida pela Pfizer, e um anticorpo monoclonal desenvolvido internamente.
Protocolos para pessoas que testam positivo após os testes rápidos, que foram aprovados para uso nacional na semana passada, também foram estabelecidos.
Embora a China esteja ajustando suas políticas de controle de vírus e se alinhando com algumas práticas globais, especialistas disseram que o princípio básico de conter surtos locais o mais rápido possível permanece inalterado.
Wang Guiqiang, chefe do departamento de doen?as infeciosas do Primeiro Hospital da Universidade de Pequim, disse à Shenzhen Satellite Television que as mudan?as visam adaptar as respostas à variante ?micron, ao mesmo tempo em que alcan?am uma distribui??o adequada de recursos médicos.
Ele enfatizou que o documento sinaliza esfor?os intensificados na elabora??o de estratégias estratificadas e baseadas na ciência, em vez de desistir da luta contra o vírus.