Os pre?os do petróleo na Europa vêm subindo desde o início do conflito na Ucrania, em meio a temores de que a Uni?o Europeia (UE) possa proibir as importa??es de energia da Rússia, um sinal de que o embargo proposto inevitavelmente sairá pela culatra em sua própria economia.
Isso deixou a UE mais ansiosa para se livrar de sua dependência da energia russa, propondo novos planos para diversificar o fornecimento de energia e ser independente da energia russa.
DIVIS?O DOS MEMBROS DA UE
Os países membros da UE est?o divididos sobre a proibi??o da energia russa, pois sua dependência das importa??es de energia da Rússia varia.
De um modo geral, a UE depende fortemente da energia russa, que representa uma parte significativa das importa??es anuais da UE. De acordo com o Eurostat, o escritório de estatística da UE, a Rússia respondeu por mais de 40 por cento do gás natural e 30 por cento do petróleo bruto importado pela UE em 2019.
Em uma cúpula de líderes da UE na Fran?a recentemente, Let?nia, Pol?nia e Lituania pediram a proibi??o das importa??es de energia russa, mas foram rejeitadas pela Alemanha e alguns outros países que simplesmente n?o podem cortar as importa??es de energia da Rússia.
"O fornecimento de energia da Europa para aquecimento, mobilidade, eletricidade e indústria atualmente n?o pode ser garantido de outra forma", disse o chanceler alem?o, Olaf Scholz, ao defender sua rejei??o.
O ministro federal de Assuntos Econ?micos e A??o Climática da Alemanha, Robert Habeck, alertou sobre as repercuss?es da proibi??o da energia russa, observando que isso causará graves danos à economia e à sociedade.
SAINDO DA DEPENDêNCIA
Em resposta ao aumento dos pre?os da energia na Europa e à atual incerteza no fornecimento, a UE divulgou no dia 8 de mar?o um plano chamado REPowerEU destinado a diversificar o fornecimento de gás e reduzir as importa??es de energia da Rússia.
De acordo com o plano, a UE busca se tornar independente dos combustíveis fósseis russos bem antes de 2030.
Ao diversificar o fornecimento de gás, acelerar a implanta??o de gases renováveis ??e substituir o gás no aquecimento e na gera??o de energia, a UE tenta reduzir sua demanda por gás russo em dois ter?os antes do final de 2022.
A presidente da Comiss?o Europeia, Ursula von der Leyen, prop?s mais tarde em uma mensagem nas mídias sociais que a UE deveria eliminar gradualmente os combustíveis fósseis russos até 2027.
"Precisamos agir agora para mitigar o impacto do aumento dos pre?os da energia, diversificar nosso suprimento de gás para o próximo inverno e acelerar a transi??o para energia limpa", disse ela.
ACERTO NA ECONOMIA EUROPEIA
A disputa de energia já pesou na economia europeia, elevando a infla??o.
A área do euro registrou uma infla??o anual de 5,9 por cento em fevereiro, um novo recorde histórico. De acordo com o Eurostat, o principal contribuinte para o aumento da infla??o foi o pre?o da energia, que subiu impressionantes 31,7 por cento em fevereiro.
Como um cessar-fogo permanece indefinido na Ucrania, os economistas previram que a infla??o poderia subir ainda mais futuramente.
O Banco Central Europeu já baixou a sua proje??o para o crescimento econ?mico em 2022 para 3,7 por cento na zona euro.
Em uma nota de pesquisa, o economista-chefe europeu do Goldman, Sven Jari Stehn, previu com os membros de sua equipe que o crescimento do PIB da área do euro será reduzido em 2,2 pontos percentuais em 2022 se os fluxos de energia da Rússia para a Europa forem completamente cortados.