Foto capturada em 23 de mar?o de 2022 mostra carros danificados em Mariupol da Ucrania. (Victor/Xinhua)

A China saúda qualquer iniciativa e medida que possa ajudar a aliviar e resolver a crise humanitária na Ucrania, disse nesta quinta-feira o representante permanente do país nas Na??es Unidas, Zhang Jun.

"O ponto de partida fundamental da China é incentivar a comunidade internacional e a ONU a darem grande importancia à situa??o humanitária na Ucrania", afirmou ele à Sess?o Especial de Emergência da Assembleia Geral da ONU sobre a Ucrania.

A China pede às partes pertinentes que fortale?am a coordena??o sobre a quest?o humanitária, protejam efetivamente a seguran?a dos civis, especialmente grupos vulneráveis, como mulheres e crian?as, e facilitem as opera??es de evacua??o de pessoal e ajuda humanitária.

"Com base na situa??o atual, ao lidar com a quest?o humanitária da Ucrania, os princípios da humanidade, neutralidade e imparcialidade estabelecidos pela resolu??o 46/182 da Assembleia Geral devem ser rigorosamente observados para evitar a politiza??o das quest?es humanitárias", disse o embaixador.

Zhang Jun (centro na frente), representante permanente da China nas Na??es Unidas, fez comentários explicativos depois da vota??o sobre a situa??o na Ucrania, na sede a ONU em Nova York, em 23 de mar?o de 2022. (Xinhua/Xie E)

Zhang ressaltou que "é doloroso ver a contínua deteriora??o da situa??o humanitária na Ucrania, bem como as baixas civis e o deslocamento maci?o de pessoas causado pelo conflito".

"A prioridade máxima agora é que as partes pertinentes mantenham as máximas restri??es, evitem mais vítimas civis e alcancem um cessar-fogo negociado o mais rápido possível, especialmente para evitar uma crise humanitária de maior escala", salientou ele.

Referindo-se ao projeto de resolu??o sobre a situa??o humanitária na Ucrania apresentado pela Fran?a, México e outros, que foi aprovado na Assembleia Geral, o embaixador apontou que "a China reconhece o propósito do projeto de resolu??o e agradece os esfor?os da Fran?a, México e países relevantes na promo??o do consenso".

No entanto, ele ressaltou que "é claro que alguns elementos do projeto de resolu??o v?o além do contexto humanitário e algumas quest?es s?o t?o complexas que só podem ser resolvidas através de negocia??es políticas entre as partes envolvidas".

"O projeto de resolu??o proposto pela áfrica do Sul se concentra na quest?o humanitária e aborda os aspectos importantes da situa??o atual na Ucrania, enfatizando que a cessa??o das hostilidades é o primeiro passo fundamental para melhorar a situa??o humanitária", destacou ele, acrescentando: "acreditamos que, nas condi??es atuais, o projeto de resolu??o proposto pela áfrica do Sul é mais propício para promover a unidade dos membros da ONU e abrir a porta para mais diálogo e negocia??o e uma solu??o diplomática.

"Portanto, a China co-patrocinou o projeto de resolu??o proposto pela áfrica do Sul", observou o embaixador.

Zhang alertou que "os efeitos da crise da Ucrania trouxeram ainda mais impactos globais".

"O mundo ainda está para emergir da sombra da pandemia de COVID-19, e a implementa??o cada vez maior de san??es abrangentes e n?o discriminatórias causou e causará ainda mais um enorme impacto na economia, comércio, finan?as, energia, alimentos e cadeias industriais e de suprimentos no mundo, afetando seriamente a vida normal das pessoas em todos os países, e tornando a já difícil economia mundial ainda pior", explicou ele.

"Os países em desenvolvimento, que comp?em a maioria do mundo, n?o s?o partes desse conflito. Eles n?o devem ser tirados para a quest?o e for?ados a sofrerem as consequências dos conflitos geopolíticos e da grande rivalidade de poder", disse ele.

O embaixador afirmou que, ao abordar quest?es internacionais e regionais quentes, n?o pode haver apenas duas op??es: o uso da for?a e das san??es. "Diante de situa??es complexas, todos os países têm o direito de decidir de forma independente e aut?noma suas próprias políticas externas. Os países relevantes n?o devem adotar uma abordagem simplista de amigo ou inimigo, preto ou branco, e n?o devem for?ar nenhum país a escolher um lado."

"O respeito pela soberania, independência e integridade territorial de todos os países é uma norma básica que rege as rela??es internacionais que se aplica a todos os países e a todas as situa??es. N?o deve haver exce??es, ainda menos padr?es duplos", acrescentou.

Zhang ressaltou a importancia do diálogo e da negocia??o, observando que essa é "a única saída para a crise da Ucrania".

"A China pede fortemente à comunidade internacional que permane?a racional, fortale?a a unidade e fa?a esfor?os incessantes para o cessar-fogo e a paz. A China continuará seu papel construtivo na facilita??o das negocia??es de paz", disse o embaixador.