O primeiro curso de pós-gradua??o em China Contemporanea, organizado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas), iniciou suas aulas nesta sexta-feira, oferecendo aos pesquisadores brasileiros a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre a realidade chinesa.
A iniciativa reflete o interesse cada vez maior no mundo acadêmico por conhecer melhor o maior parceiro comercial do país e do grupo BRICS -- Brasil, Rússia, índia, China e áfrica do Sul, com quem mantém vínculos diversificados, econ?micos, políticos e culturais.
A PUC-Minas criou também o Centro de Estudos Globais e China, responsável pela organiza??o do curso e por reunir especialistas que estudam os diversos aspectos do país asiático.
O objetivo do curso, oferecido na modalidade à distancia, é proporcionar ao futuro especialista uma vis?o completa e profunda da China nos ambitos econ?mico-político, comercial, institucional e histórico-cultural que conformam sua posi??o atual no sistema internacional e na economia global.
O professor de Rela??es Internacionais, Javier Vadell, coordenador do programa, destacou em sua apresenta??o que o inegável impacto da ascens?o da China afeta os cenários econ?mico, político, ambiental, cultural e tecnológico, entre outros.
"Entender a China como um ator-chave no mundo contemporaneo se converteu em uma necessidade para diversos ambitos da atividade profissional: no mundo acadêmico, nas empresas, no setor público, entre os responsáveis políticos e nas organiza??es internacionais e n?o-governamentais", afirmou.
"Esse processo de ascens?o da China tem ocasionado nos últimos anos um interesse crescente em estudar o país, o que pode ser demonstrado pela quantidade de pesquisadores em temáticas ligadas ao país asiático em seus mais diversos aspectos", acrescentou.
Na aula inaugural realizada no dia 31, prévia ao início do curso, o professor Evandro Menezes de Carvalho fez uma palestra sobre a Governan?a da China: Desafios para a política interna e internacional.
Carvalho, diretor do núcleo Brasil-China da Funda??o Getúlio Vargas (FGV), professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisador da Universidade Fudan de Shanghai, destacou que "é necessário abandonar o dicionário ocidental para entender a China".
"N?o dá para construir um conhecimento sobre a China a partir exclusivamente de um dicionário que foi elaborado pelo Ocidente para compreender a China. E quando digo Ocidente, n?o estou incluindo nem o Brasil nem a América Latina", afirmou.
"é necessário ter muito cuidado com os lugares comuns, que dificultam o conhecimento sobre a China", ressaltou.
O curso de especializa??o sobre a China Contemporanea pretende capacitar profissionais para analisar de forma crítica e reflexiva a dinamica e os fen?menos sociopolíticos da China e compreender a rela??o entre a política e a economia no processo de desenvolvimento chinês e seu impacto global.