O embaixador chinês nos Estados Unidos, Qin Gang, advertiu contra o uso da crise da Ucrania como desculpa para atrapalhar as rela??es EUA-China, dizendo que isso n?o serve de nada para ninguém agora ou no futuro.
No artigo assinado publicado na revista The National Interest na segunda-feira, Qin disse que, embora a rela??o bilateral entre a China e a Rússia tenha alcan?ado grandes progressos nas últimas três décadas, os dois países n?o s?o aliados e sua rela??o n?o tem como alvo países terceiros.
As rela??es EUA-Rússia, no entanto, "est?o deslizando para uma nova Guerra Fria", disse Qin, acrescentando que isso "n?o é do interesse nem da China, nem dos Estados Unidos nem da Rússia, e n?o é o que a China quer ver".
"Afinal, uma pior rela??o Rússia-EUA n?o significa um relacionamento melhor China-EUA, e da mesma forma, uma pior rela??o China-Rússia também n?o significa um melhor relacionamento EUA-Rússia. Mais importante ainda, se o relacionamento entre a China e os Estados Unidos for complicado, isso n?o é um bom presságio para as rela??es entre a Rússia e os Estados Unidos nem para o mundo", afirmou.
"De forma perturbadora, à medida que a crise continua, algumas pessoas est?o amea?ando com san??es contra a China para coagir a renúncia de sua política externa independente de paz. Alguns est?o clamando por um "Eixo Beijing-Moscou" em uma perigosa interpreta??o err?nea das rela??es China-Rússia, pedindo à China que assuma a responsabilidade pela crise. Alguns est?o ligando Taiwan à Ucrania e propagando riscos de um conflito através do Estreito de Taiwan. Outros ainda, apesar das li??es que deveriam ser aprendidas, est?o alimentando mal-entendidos, confronta??o e inseguran?a na ásia-Pacífico, sem a mínima preocupa??o de que esta regi?o possa seguir os passos da Europa. Estas palavras e a??es n?o s?o úteis para resolver a crise nem para assegurar a estabilidade das rela??es China-EUA. Arrastar todos para baixo n?o faz bem às nossas futuras gera??es", disse o embaixador.
"As diferen?as na percep??o da crise n?o justificam acusa??es infundadas nem press?es e n?o devem prejudicar nossos esfor?os conjuntos para acabar com ela", disse Qin, apelando para que a China e os Estados Unidos "tenham uma vis?o a longo prazo e um diálogo pragmático e construtivo, coordena??o e coopera??o sobre os assuntos fora e depois da crise".
"Desta forma, podemos conseguir um arranjo de paz e estabilidade duradoura na Europa aceitável por todas as partes; resolver adequadamente outros pontos críticos globais; prevenir e enfrentar o impacto da crise na economia global e no comércio, finan?as, energia, alimentos e cadeias industriais e de suprimentos; além de minimizar as perdas para a economia e a vida da popula??o", observou o diplomata.
Terminar o conflito indesejado o mais rápido possível "é agora o mais importante", disse Qin sobre a situa??o na Ucrania, acrescentando que "deve haver n?o só um fim para esta guerra, mas também uma resposta fundamental para uma paz e estabilidade duradouras na Europa".