à medida que as restri??es de COVID-19 foram flexibilizadas ainda mais na Austrália, alguns epidemiologistas australianos acreditam que a resposta e a prepara??o da saúde pública ainda s?o necessárias para enfrentar a pandemia.
"Acho que a Austrália foi bem até meados do ano passado. E ent?o, no final de 2021, todos pareciam desistir", disse à Xinhua, Mike Toole, professor do Instituto Burnet.
"Isso come?ou em Nova Gales do Sul, onde eles flexibilizaram todas as restri??es, e logo depois os outros estados seguiram, e você pode ver que 2022 foi de longe a maior taxa da epidemia na Austrália desde o início da pandemia", disse ele.
A Austrália registrou cerca de 5,37 milh?es de casos de COVID-19 desde o início da pandemia, dos quais cerca de 5 milh?es foram relatados em menos de quatro meses este ano, e dois ter?os de todas as mortes foram registradas em 2022, observou ele.
Citando o número de quase 51.000 casos relatados na quarta-feira, ele enfatizou que era cerca de 9 por cento do total mundial de um dia, tornando a Austrália, com uma popula??o de apenas 25 milh?es, no topo da lista de países com grandes números de COVID-19.
"Temos uma média de cerca de 200 mortes por semana, o que é muito mais do que pessoas que morrem nas estradas ou por suicídio", disse Toole.
"Eles foram informados de que a ?micron é leve. Mas quando você tem muitos casos, uma pequena porcentagem de um grande número ainda é um grande número", acrescentou ele.
A Austrália costumava tomar medidas rigorosas para lidar com a pandemia de COVID-19. Mais da metade de sua popula??o foi confinada no inverno passado, e sua segunda maior cidade, Melbourne, teve a quarentena mais longa do mundo, com mais de 260 dias.
No entanto, o número de casos aumentou desde o início deste ano, após a flexibiliza??o das restri??es. Estatísticas oficiais mostraram que, na tarde de quinta-feira, a Austrália registrou mais de 54.000 novos casos nas últimas 24 horas, enquanto o número de mortos era de 6.893.
Na sexta-feira, os dois estados populosos da Austrália, Nova Gales do Sul e Victoria, flexibilizaram ainda mais as restri??es, permitindo que contatos próximos fiquem isentos de quarentena de sete dias.
Outra epidemiologista líder, a professora Nancy Baxter, que dirige a Escola de Popula??o e Saúde Global da Universidade de Melbourne, disse que a medida significaria que o país n?o seria capaz de reduzir sua contagem diária de casos recentemente.
"Neste momento, na Austrália, basicamente, as ideias que est?o sendo promovidas s?o que isso será semelhante à gripe, e terá surtos anuais e terá um programa anual de vacina??o, e poderemos viver com o vírus", disse ela à Xinhua.
"Teremos mais ondas relacionadas a novas variantes", disse ela. "No entanto, n?o temos o tipo de resposta de saúde pública. N?o temos a educa??o da popula??o para garantir que eles estejam cientes e preparados para isso".
Ela disse que se pensava que as variantes ficariam mais leves, o que n?o foi baseado em nenhuma evidência. "N?o será necessariamente menos grave e mais leve", acrescentou ela.
Toole disse que os países precisam de boa vigilancia e flexibilidade para reduzir e reimpor restri??es dependendo da gravidade da pandemia e fácil acesso a testes, gratuitamente.
"Eles n?o s?o gratuitos na Austrália. A rea??o em cadeia da polimerase (PCR) é gratuita, mas os testes rápidos de antígenos n?o s?o gratuitos", acrescentou ela.
Baxter deu sugest?es semelhantes. "Você precisa preparar a popula??o para que possamos precisar reimpor algumas das medidas de prote??o".
Ela também reconheceu a detec??o de águas residuais como uma medida útil para monitorar os casos de COVID-19.
A professora havia alertado anteriormente em um relatório do The Canberra Times que a mudan?a no foco dos governos sobre a pandemia, de números de casos para vidas perdidas, teria o efeito de "mascarar" o verdadeiro impacto do vírus na comunidade.
"Isso tornará o COVID-19 menos vívido na mente da comunidade, o que é bom se o objetivo é que ninguém preste aten??o ao COVID-19, mas o que n?o fará é mudar o fato de que as pessoas est?o morrendo ou surgindo com COVID Long todos os dias, e que poderíamos estar prevenindo isso", disse ela.