Os países do BRICS,Brasil, Rússia, índia, China e áfrica do Sul, responsáveis por mais de 40% da popula??o mundial, 20% do PIB global e por mais de um ter?o da produ??o global de cereais, est?o na dianteira para assumir a lideran?a na erradica??o da fome e da pobreza globais até 2030. Os países em desenvolvimento em todo o mundo seguem com aten??o os sucessos do BRICS no desenvolvimento econ?mico nas últimas décadas, afirma Carlos Watson, representante da Organiza??o das Na??es Unidas para Agricultura e Alimenta??o (FAO ) na China, em declara??es ao Global Times antes da 14a Cúpula do BRICS, em Beijing, na quinta-feira.
Watson afirmou na segunda-feira que, na era pós-pandemia, a FAO deseja fortalecer a coopera??o agrícola multilateral com os países do BRICS.
Ele disse que teve o prazer de participar da 12a Reuni?o de Ministros da Agricultura do BRICS, em 8 de junho, que realizou intercambios profundos sobre o aprofundamento da coopera??o prática em agricultura e desenvolvimento rural, destacando a importancia de garantir a seguran?a alimentar global, reduzir a pobreza, entre outros.
Alguns meios de comunica??o ocidentais alegaram que o BRICS perdeu o seu apelo ou foi um fracasso, mas Watson acredita que os países em desenvolvimento encaram o sucesso dos países do BRICS no plano econ?mico durante as últimas décadas como um exemplo a seguir.
Ele explica que os países do BRICS detêm a experiência e conhecimento na acelera??o do desenvolvimento rural, os quais constituem a chave para alcan?ar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
De acordo com dados da ONU, a taxa de pobreza nas áreas rurais é de 17,2% globalmente, mais de três vezes superior às áreas urbanas.
A acelera??o do desenvolvimento rural pode ser feita através de uma combina??o de crescimento agrícola e prote??o social direcionada, mas também através do crescimento da economia rural n?o agrícola, disse.
Igualmente importantes s?o as ferramentas, abordagens e tecnologias desenvolvidas, cuja utilidade e acessibilidade aos agricultores pobres nos países em desenvolvimento permite aumentar a produ??o e a produtividade. Os países do BRICS abrigam essa experiência e conhecimento, que podem ser úteis para outros países em desenvolvimento.
Entre os membros do BRICS, a China vem trocando experiências e compartilhando li??es sobre redu??o da pobreza, em parceria com a FAO e outras agências da ONU, além de outros países em desenvolvimento, por meio da Coopera??o Sul-Sul e mecanismos multilaterais, como o BRICS, prosseguiu Watson.
No centro da Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, adotada por todos os membros da ONU em 2015, est?o 17 ODS, sendo o Objetivo 1 acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.
"Muitas vezes ouvi o ditado 'segure firmemente a tigela de arroz do país nas m?os do povo chinês', e acho que esta é a descri??o exata da determina??o e conquista que a China teve no que concerne à autossuficiência alimentar, sustentada por um forte compromisso político e um ambiente propício, infraestrutura aprimorada, maior investimento, inova??es técnicas e, acima de tudo, o trabalho árduo do povo chinês", disse Watson.
A China alcan?ou conquistas notáveis na obten??o e sustenta??o da seguran?a alimentar. A China usa um décimo da terra arável do mundo para produzir um quarto dos cereais do mundo e alimenta um quinto da popula??o global, disse ele.
Dada a experiência da China no alívio da pobreza e no desenvolvimento agrícola, a China está em uma posi??o única para se engajar em intercambios de desenvolvimento com outros países em desenvolvimento, especialmente na era pós-pandemia, disse, observando que a FAO valoriza a vontade da China de trabalhar com, e por meio da Organiza??o, em vários domínios.
Desde 2009, a China se comprometeu a alocar US$ 130 milh?es como Fundo Fiduciário para implementar o Programa de Coopera??o Sul-Sul FAO-China. Até o momento, a Fase I e II do Programa apoiou 25 projetos nacionais, regionais e globais com o envio de 252 especialistas e técnicos chineses para realizar assistência técnica agrícola e trabalhos de extens?o em várias áreas técnicas e alcan?ou mais de 70.000 beneficiários diretos no nível de base, bem como várias centenas de milhares de beneficiários indiretos, segundo Watson.