O Brasil superou pela primeira vez os 100 mil veículos híbridos e elétricos em circula??o no país, com um aumento de 47% das vendas desse tipo de transporte no primeiro semestre do ano, em compara??o com o mesmo período de 2021, segundo dados da Associa??o Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
O aumento do número de veículos híbridos e elétricos em circula??o no maior mercado automobilístico da América Latina indica uma tendência de alta por parte da popula??o que deseja utilizar veículos n?o poluentes, algo que deve se consolidar nas próximas décadas.
"S?o números muito bons, mas representamos uma pequena propor??o mundial, se levarmos em conta que se calcula que haverá uns 30 milh?es de veículos eletrificados no mundo até o fim deste ano. Ainda nos falta muito para avan?ar", explicou à Xinhua o conselheiro da ABVE, Carlos Augusto Serra.
No dia 26 de julho, a ABVE divulgou que o Brasil tinha alcan?ado a marca de 100.292 veículos eletrificados em circula??o, gra?as, principalmente, a um sensível incremento das vendas este ano.
Entre janeiro e junho, foram vendidos no Brasil 20.427 veículos elétricos híbridos (HEV), híbridos plug-in (PHEV) e elétricos a bateria (BEV) em compara??o com os 13.899 comercializados no mesmo período do ano passado.
Apesar do aumento, Serra alertou que o governo precisa implementar mais políticas de eletromobilidade, com menos impostos para o setor e mais facilidades para que os motoristas possam recarregar seus veículos no país.
"é verdade que nos últimos anos tem havido um aumento da infraestrutura de recarga pública e semipública no país e, atualmente temos uns 1.500 eletropostos disponíveis nas principais cidades e estradas do país, mas ainda é pouco para um país continental como o Brasil. A previs?o é chegar a 3.000 eletropostos no final deste ano e a uns 10.000 em três anos", acrescentou Serra.
"é necessário que haja uma política nacional de eletromobilidade, que haja políticas públicas alinhadas e coordenadas entre o governo federal e os governos estaduais e municipais para incentivar a transi??o do veículo a combust?o para o veículo elétrico", comentou o conselheiro da ABVE.
Outro problema apontado por Serra é o complexo sistema tributário brasileiro. "é notório que nosso sistema tributário é complexo e que, muitas vezes, os subsídios s?o medidas para reduzir as distor??es que temos em um sistema ineficiente. No Brasil, ainda incentivamos tecnologias ultrapassadas, baseadas em combustíveis fósseis e em veículos com baixa tecnologia", lamentou.
Serra ressaltou que "o futuro da mobilidade será elétrico, aut?nomo e conectado, e a maioria dos empregos estar?o nesses novos parques produtores e nos sistemas digitais que conectar?o carros, celulares e toda a infraestrutura de nossas casas e cidades".
Segundo os cálculos da ABVE, apesar de os carros elétricos ou semi híbridos ainda serem mais caros dos que aqueles a gasolina ou diesel, a diferen?a está no gasto ao utilizá-lo: um quil?metro rodado com um veículo elétrico ou híbrido é, atualmente, 6 vezes mais barato do que o quil?metro rodado com um veículo usando gasolina.