O último membro de uma tribo amaz?nica que n?o teve contato com a civiliza??o, conhecido como “índio do Buraco”, foi encontrado morto em sua rede no dia 23 de agosto, em Rond?nia, no Brasil.
O “índio do Buraco”, também conhecido como índio Tanaru foi visto pela primeira vez em junho de 1996, no entanto resistiu ao contato com a civiliza??o até a sua morte.
Segundo a Funda??o Nacional do índio (Funai), os membros de seu povo foram mortos em 1995, vítimas da coloniza??o desenfreada, da instala??o de fazendas e da explora??o ilegal de madeira. Sucessivos ataques aos povos isolados que viviam na regi?o resultaram na morte ou expuls?o dos íindígenas locais.
Altair Algayer, coordenador da Frente de Prote??o Etnoambiental Guaporé (FPE Guaporé) comentou a primeira tentativa de contato em 1996.
“Chegamos a ficar duas horas em frente da cabana para convencê-lo a sair, mas ele se armou dentro dela”, disse ele ao G1.
O “índio do Buraco” vivia entre os municípios de Chupinguaia (RO), Corumbiara (RO), Parecis (RO) e Pimenteiras do Oeste (RO). Dois anos após a primeira tentativa de contato, a Terra Indígena Tanaru, que tem 8.070 hectares, foi classificada como restri??o de uso.
De acordo com a Funai, durante os 26 anos de acompanhamento, foram localizadas 53 habita??es do “índio do Buraco”, com padr?o arquitet?nico único: uma porta de entrada/saída e um buraco no interior da residência.
Altair explicou que primeiramente era feiro o buraco para só depois ser construída a casa. Ele acredita que n?o havia nenhuma fun??o, mas que se tratava de um costume relacionado à sua religi?o.
Ivaneide Bandeira, ambientalista e fundadora da Associa??o de Defesa Etnoambiental Kanindé, que também participou do processo de localiza??o do indígena há mais de 20 anos, afirmou que ele foi encontrado, "paramentado como se soubesse que sua morte estava próxima".
A Funai esclareceu que n?o foram encontrados vestígios de pessoas no local, nem marcas pela mata ou sinais de violência e luta.
A Polícia Federal (PF) realizou a perícia no local com a presen?a de especialistas do Instituto Nacional de Criminalística (INC) de Brasília e apoio de peritos criminais de Vilhena (RO). A causa da morte ainda é desconhecida.