O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, afirmou que o Brasil está aberto a novas possibilidades e parcerias com a China, em um momento em que o país quer ser um protagonista na quest?o da sustentabilidade. Alckmin participou, por meio de vídeo, do encerramento da Conferência Anual do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) 2022 na quarta-feira (9). A partir de 2023 ele presidirá a Comiss?o Sino-Brasileira de Alto Nível de Concerta??o e Coopera??o (Cosban), principal mecanismo de diálogo bilateral.
Na abertura, o vice-presidente brasileiro que hoje desempenha o papel à frente da Cosban, Hamilton Mour?o, destacou a reativa??o do mecanismo de diálogo bilateral desde que assumiu o posto, num processo de consultas internas a ministérios e agências governamentais, além do CEBC, que classificou como um aliado de primeira hora, servindo como um canal de comunica??o dos governos com a comunidade empresarial e contribuindo para a elabora??o de uma vis?o cada vez mais estratégica sobre a rela??o do Brasil com a China. Mour?o encerrou sua fala dizendo que continuará disposto a trabalhar em prol da rela??o sino-brasileira durante seu mandato como senador, que vai de 2023 a 2031.
A Conferência, realizada de maneira híbrida, com encontro em S?o Paulo e transmitida via vídeo para convidados, teve como tema “Brasil e China - Construindo pontes em uma nova ordem mundial”. Executivos de empresas com negócios na China, caso da Vale, que em 2023 completará 50 anos de exporta??es à China, da Comexport e da Suzano, também acreditam que a sustentabilidade está no centro da rela??o. "Vamos continuar fazendo suprimento para a China com minério verde, sustentável, contribuindo para diminuir a emiss?o de CO2 e ajudando no desenvolvimento urbano e industrial chineses", afirmou o diretor global de Rela??es Institucionais da Vale, Luiz Ricardo de Medeiros Santiago.
A líder global de Rela??es Corporativas da Suzano, Mariana Lisb?a, revelou que a empresa, que atua no ramo de celulose, está construindo um centro de pesquisa e desenvolvimento em Pudong, em Shanghai, com investimento de US$7 milh?es, para desenvolver materiais sustentáveis e alternativos ao plástico e ao petróleo. O objetivo é produzir artefatos de base sustentável. A empresa quer oferecer 10 milh?es de produtos deste padr?o ao mercado nos próximos anos. “Para atingir tais metas, a empresa depende de um parceiro grandioso como a China", afirmou a executiva, completando que é o país com o qual a Suzano quer contribuir para o seu processo de descarboniza??o.
Ao falar sobre o futuro da rela??o sino-brasileira, o presidente do CEBC, Luiz Augusto de Castro Neves, que participou da abertura e do encerramento da Conferência, notou que a seguran?a é central para a China hoje, seja em termos de defesa, de seguran?a alimentar e de quest?es relativas à sociedade. Para ele, a sustentabilidade do processo de desenvolvimento chinês também está neste guarda-chuva de seguran?a. Segundo Castro Neves, esta é uma oportunidade para o Brasil valorizar sua inser??o no mundo.
Na plateia, diversos executivos brasileiros e chineses de empresas de ambos os países acompanharam o evento, caso de representantes da Cofco, Great Wall Motors, CCCC, entre outras, todas com escritórios no Brasil. Segundo dados da pesquisa de Investimento Chinês do próprio CEBC, o país é destino de mais de US$70 bilh?es desde 2007, com 202 projetos, especialmente nas áreas de energia e petróleo, mas também manufatura e economia digital.
O encontro contou ainda com a participa??o via vídeo do presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Marcos Troyjo, do sócio e diretor de Pesquisa da Gavekal Dragonomcis, Arthur Kroeber, e do economista-chefe da Bloomberg, Tom Orlik, além de outros executivos e diplomatas que atuam nas rela??es sino-brasileiras.
![]() |