Yi Fan
O ano novo traz para todos, tal como para as rela??es sino-brasileiras, uma oportunidade para se reinventar. No dia 1o de janeiro, o vice-presidente da China Wang Qishan, na qualidade de representante especial do presidente chinês Xi Jinping, participou da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva frente a uma delega??o. Wang Qishan entregou uma carta do presidente Xi Jinping, e manteve reuni?es respectivamente com o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin, e o ex-vice-presidente Hamilton Mour?o. Na transmiss?o ao vivo da TV Brasil, o vice-presidente Wang Qishan e o presidente Lula, além de trocarem abra?o e aperto de m?o, também fizeram sinal positivo com o polegar, demonstrando a amizade e a aspira??o de ambos por maior desenvolvimento das rela??es China-Brasil.
Os dois países acabaram de completar respectivamente as grandes agendas políticas internas. O 20o Congresso Nacional do Partido Comunista da China foi realizado com sucesso, elegeu uma nova lideran?a coletiva central tendo o camarada Xi Jinping como núcleo, e fez disposi??es estratégicas para o desenvolvimento das causas do partido e do Estado para o período futuro. O Brasil concluiu a transi??o de governos, e a equipe de Lula já come?ou o trabalho, empenhado na implementa??o da “reconstru??o do Brasil mais igual, democrático e unido”.
A visita de Wang Qishan é tanto uma nova intera??o quanto um reencontro. Os dirigentes dos dois países mantêm comunica??o estreita. O presidente Xi Jinping visitou o Brasil duas vezes, respetivamente em 2014 e 2019. E o presidente Lula, nos mandatos entre 2003 e 2010, realizou três visitas à China. Wang Qishan veio ao Brasil em 2012 sendo o ent?o vice-primeiro-ministro, e tem sido por anos o presidente chinês da Comiss?o Sino-Brasileira de Alto Nível de Concerta??o e Coopera??o - COSBAN, tendo copresidido com o seu homólogo brasileiro três sess?es plenárias do mecanismo. Nesta visita, Wang Qishan e Lula mantiveram uma conversa cordial entre amigos íntimos, revocando juntos momentos de amizade.
A China e o Brasil s?o ambos grandes países em desenvolvimento e importantes mercados emergentes com proje??es globais, e têm naturalmente amplos temas de interesse comum. As rela??es sino-brasileiras, com uma história de quase meio século, já s?o maduras e ativas entre os grandes países em desenvolvimento, e apresentam um desenvolvimento estável de ritmo rápido. Podemos esperar da amizade consolidada e novas intera??es amistosas, um maior desenvolvimento das rela??es China-Brasil.
A confian?a política mútua será ainda mais refor?ada. Os dois chefes de Estado se empenham pessoalmente em promover as rela??es sino-brasileiras. O presidente Xi Jinping expressou na carta que atribui grande importancia ao desenvolvimento da Parceira Estratégica Global China-Brasil e está disposto a orientar e elevar junto com Lula a parceira aos novos patamares e trazer maiores benefícios aos dois países e aos dois povos. O presidente Lula, por sua vez, manifestou o desejo de visitar a China, para aprofundar a coopera??o e aumentar a amizade entre os dois povos, e promover novos avan?os das rela??es Brasil-China.
A coopera??o prática logrará mais êxitos frutíferos. A China tem sido, por 13 anos consecutivos, o maior parceiro comercial e o maior mercado de exporta??o do Brasil. E o Brasil, por sua vez, é o maior destino de investimentos chineses na América Latina. As duas partes alcan?aram resultados profícuos de coopera??o nas áreas tradicionais como infraestrutura, agropecuária, energia e minera??o, eletricidade e indústria automotiva, ao passo que também obtiveram novo progresso na coopera??o em áreas emergentes como tecnologia e inova??o, economia digital e economia verde. A coopera??o prática sino-brasileira n?o apenas estreita os la?os de interesse entre os dois países, como também traz benefícios tangíveis aos dois povos.
O intercambio cultural e entre os povos será ainda mais intensificado. A civiliza??o chinesa valoriza a diversidade e a aprendizagem mútua. E o Brasil, como apontou o presidente Lula no seu discurso de posse, tem a alma que “reside na diversidade inigualável da gente e das manifesta??es culturais.” A valoriza??o de ambas as na??es pela diversidade cultural faz com que os chineses e os brasileiros se apreciem mutuamente com mais facilidade. Para os chineses, o Brasil é o reino do samba e do futebol, e registram-se cada vez mais clubes de Jiu-jitsu brasileiro nas cidades chinesas. Kung-fu, o chá, e a culinária chinesa também s?o conhecidos no Brasil, e a cultura pop chinesa também chama a aten??o dos jovens brasileiros.
A coordena??o estratégica multilateral estará mais aprofundada. Como disse o presidente Lula, o Brasil quer reconstruir o diálogo com os Estados Unidos, a Europa, a China e outros atores globais, fortalecer o BRICS, e voltar a ser um líder no enfrentamento à crise climática. A China pratica o conceito de governan?a global de consulta extensiva, constru??o conjunta e benefício para todos, promove o refor?o da parceria do BRICS, e participa ativamente da governan?a global na resposta às mudan?as climáticas com todas as partes. Naturalmente, os dois países continuar?o salvaguardando juntos o verdadeiro multilateralismo e defendendo os interesses comuns dos países em desenvolvimento.
Temos todos os motivos para acreditar que, nas novas circunstancias, China e Brasil realizar?o, de m?os dadas, um novo desenvolvimento dos dois países e da amizade, e escrever?o juntos um novo capítulo das rela??es sino-brasileiras.