Em 2 de janeiro de 2023, Luciana Santos tomou posse como nova ministra de Ciência, Tecnologia e Inova??o do governo de Luís Inácio Lula da Silva. Ela é a primeira mulher a chefiar o ministério. (Foto oferecida pela assessoria de imprensa de Luciana Santos)
O Brasil e a China aprofundaram muito o relacionamento nesta área durante essas quatro décadas desde o estabelecimento das rela??es diplomáticas em 1974, mas há ainda espa?o para ampliar a coopera??o científica e tecnológica entre ambos os países, segundo a recém-empossada ministra brasileira da Ciência, Tecnologia e Inova??o, Luciana Santos.
Em uma entrevista exclusiva à Xinhua, ela avaliou a parceira sino-brasileira no setor e ainda indicou possíveis caminhos e políticas a serem implementadas futuramente.
Para ela, a China é um parceiro chave na industrializa??o da ciência e tecnologia brasileira e a troca de experiências será fundamental nesse processo. "Precisamos avaliar a viabilidade de se formar um grupo de trabalho bilateral específico sobre este tema, agregando, também, outras pastas do governo brasileiro envolvidas na industrializa??o. Por exemplo, como a cria??o de um fórum para compartilhamento de experiências em políticas públicas para inova??o, incentivos fiscais, compras públicas e encomendas tecnológicas".
Sobre os quarenta anos de assinatura do Acordo de Coopera??o Científica e Tecnológica China-Brasil, a ministra disse: "Tivemos bons resultados, como os satélites da série CBERS, o Centro Brasil-China de Inova??o em Nanotecnologia, coopera??o na área de energia e clima e na área de uso do bambu, em matemática e na parte de empreendedorismo inovador".
Com rela??o às medidas do governo dos EUA que imp?s um bloqueio tecnológico à China e criticou a rela??o que o país asiático está construindo com outros países, Santos enfatizou: "As rela??es de coopera??o científica e tecnológica do Brasil sempre foram com parceiros diversos. Com rela??o à China, o governo brasileiro pretende continuar e fortalecer a coopera??o n?o apenas pela parceria de longa data, mas também porque a China, assim como o Brasil, é um player global, com problemas semelhantes, cujas solu??es passam pela produ??o do conhecimento e pelo desenvolvimento de produtos e processos inovadores".
A ministra ainda lembrou que Brasil e China têm um relevante histórico de coopera??o na área de mudan?a climática, por meio do Centro Brasil-China de Mudan?a Climática e Tecnologias Inovadoras para Energia, liderado pela UFRJ no Brasil, com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inova??o, e pela Universidade Tsinghua, na China.
"Pretendemos avan?ar ainda mais com esse centro e estimular outras iniciativas nessas áreas estratégicas. S?o campos em que a CT&I têm contribui??es fundamentais para melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro e do povo chinês. A preserva??o ambiental deve contar com a participa??o das comunidades locais, promovendo conhecimento e desenvolvimento de tecnologias e, assim, contribuindo para a gera??o de emprego e renda para essas comunidades, além do uso dos recursos naturais de forma responsável e sustentável".
Por fim, Santos exemplificou algumas medidas que o governo brasileiro pode oferecer às empresas chinesas em termos de acesso a mercados, incentivos fiscais e políticas preferenciais. "O ministério tem alguns programas importantes de incentivo à inova??o, direcionados a empresas, como a Lei do Bem e a Lei da Informática. Tais incentivos s?o direcionados a empresas nacionais, que podem ter origem chinesa. Além disso, há chamadas públicas para inova??o que envolvem apoio a empresas, como as chamadas da FINEP e da Embrapii."