A capital federal reuniu na quarta-feira (15) autoridades e especialistas em China para debater a moderniza??o chinesa dos últimos anos e as novas oportunidades nas rela??es sino-brasileiras com os novos governos eleitos recentemente. O evento aconteceu semanas antes da visita oficial do presidente Lula a Pequim.

O seminário contou com a participa??o do Embaixador Chinês no Brasil, Zhu Qingqiao, do presidente do Instituto Lula, Márcio Pochmann, do diretor do Grupo de Mídia da China na América Latina, Sr. Zhu Boying, do diretor de conteúdo de jornalismo da BAND, Andre Basbaum, do presidente da Apex Brasil, Jorge Viana, do professor e coordenador do Núcleo de Estudos Brasil-China da FGV Rio, Evandro Menezes de Carvalho, e do Secretário da Secretaria-Executiva do Conselho de Desenvolvimento Econ?mico Social Sustentável da Secretaria de Rela??es Institucionais da Presidência, Paulo Pereira.

O Embaixador Zhu Qingqiao destacou a moderniza??o chinesa nos últimos anos. Zhu ressaltou que, além de encararmos a moderniza??o como vemos em países ocidentais, é essencial olhar para esse processo dentro da realidade chinesa. “A moderniza??o ao estilo chinês é dotada n?o apenas de atributos comuns da moderniza??o de outros países, como também de características chinesas baseadas na própria realidade. é uma moderniza??o que serve a uma grande popula??o, que procura a prosperidade comum de todo o povo, que busca um desenvolvimento equilibrado entre a civiliza??o material e a intelectual, que viabiliza a convivência harmoniosa entre o ser humano e a natureza, e que segue o caminho do desenvolvimento pacífico”, disse o Embaixador.

O chefe da diplomacia chinesa no Brasil ressaltou a importancia de considerar n?o apenas um único modelo de moderniza??o no mundo nem um padr?o universalmente aplicável de moderniza??o. Para ele, a moderniza??o ao estilo chinês adere a uma concep??o de desenvolvimento centrado no povo.

“A China promoverá inabalavelmente o desenvolvimento de alta qualidade, acelerará a estrutura??o de um novo paradigma de desenvolvimento, implementará de forma profunda a estratégia de revigoramento do país mediante à ciência e à educa??o, ao fortalecimento do país mediante à forma??o de talentos, e ao desenvolvimento impulsionado pela inova??o. Com isso, vamos alcan?ar uma melhora qualitativa efetiva e um aumento quantitativo razoável da economia”, destacou.

Um dos pontos abordados no evento foi a coopera??o cultural entre os povos por meio da mídia. O seminário contou com a presen?a de representantes do Grupo de Mídia da China, (CMG, em inglês), e do Grupo Bandeirantes de Comunica??o, como o diretor do CMG, Zhu Boying, e o diretor de Conteúdo Jornalismo do Grupo Bandeirantes de Comunica??o, Andre Basbaum. “As mídias chinesas e brasileiras devem trazer ainda mais notícias políticas, econ?micas e culturais de ambos os países, a fim de construir pontes de amizade entre os dois povos e contribuir para o desenvolvimento das rela??es sino-brasileiras”, disse o Diretor do Grupo de Mídia da China na América Latina, Zhu Boying.

No campo econ?mico, o seminário contou com especialista da área, como o presidente do Agência Brasileira de Promo??o de Exporta??es e Investimentos, ApexBrasil, Jorge Viana. Viana ressaltou a importancia da organiza??o de um evento que discuta rela??es Brasil-China semanas antes da viagem do presidente Lula à China. O presidente da Apex disse que o Brasil está disposto a trabalhar com a China para promover uma maior coopera??o econ?mica, levando em considera??o que país asiático é o principal parceiro econ?mico do Brasil. Durante a sua apresenta??o, Jorge Vianna apontou que o Brasil é o sétimo maior fornecedor da China, com destaque para as exporta??es de commodities.

O coordenador do Núcleo de Estudos Brasil-China da Funda??o Getúlio Vargas (FGV), Evandro Menezes de Carvalho, e o Secretário da Secretaria de Rela??es Institucionais da Presidência, Paulo Pereira, destacaram o processo de moderniza??o da China nos moldes chineses e ensinamentos desse processo ao Brasil.

A professor Evandro ainda falou sobre a necessidade de o Brasil desenvolver um projeto estratégico para o relacionamento com a na??o asiática. Ele citou, por exemplo, a iniciativa Cintur?o e Rota (BRI, da sigla em inglês), a Nova Rota da Seda.

O presidente do Instituto Lula, Marcio Pochmann, também participou do evento e destacou a oportunidade de reflex?o coletiva sobre uma virada de época histórica que favorece o sul global. "Há um desafio para compreender o novo mundo que se desloca do ocidente para o oriente", observou.

A visita do presidente Lula à China no fim deste mês traz expectativas para os dois lados. De acordo com o Embaixador chinês, Zhu Qingqiao, a China promoverá inabalavelmente a abertura ao exterior de alto nível. “Por um lado, vai se desenvolver com mercado e recursos globais e, por outro, estimular o desenvolvimento comum do mundo inteiro. No processo histórico da moderniza??o ao estilo chinês, estamos dispostos a fortalecer a coopera??o e avan?ar juntos com o Brasil”, disse.

O seminário “Moderniza??o Chinesa e As Novas Pportunidades nas Rela??es Brasil-China”, que recebeu cerca de 100 pessoas, foi organizado pelo Grupo de Mídia da China, pelo Grupo Bandeirantes de Comunica??o e pelo Instituto Lula.