Na sexta-feira (31) teve lugar o simpósio “Refor?ando a seguran?a dos dados”, na Conferência Anual 2023 do Fórum Boao para a ásia (BFA), em Hainan, no sul da China.
Após a reuni?o, Alessandro Teixeira, ex-presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e ex-ministro ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, disse em uma entrevista ao Diário do Povo Online que o presidente chinês, Xi Jinping, e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, compartilham ideias semelhantes na governan?a do país, ambos insistem em colocar o povo em primeiro lugar e compartilham a mesma vis?o de desenvolvimento, o que possibilitará um novo capítulo de amizade e coopera??o bilateral no futuro.
Brasil e China compartilham mesma vis?o de desenvolvimento
De acordo com Texeira, a aproxima??o política entre a China e o Brasil é uma consequência das vis?es de dois países através dos seus líderes. Eles têm uma vis?o de que as políticas públicas devem ser centradas nos povos. Os povos têm direito a comer, saúde, educa??o, e ao desenvolvimento.
"Portanto, tenho certeza que a proximidade política nas vis?es de mundo e nas vis?es de objetivos de país fazem o Brasil e a China estar muito próximos de políticas similares e participem da mesma vis?o em organismos internacionais. Isso é muito importante para o Brasil e para a China, como parceiros comerciais e parceiros políticos", apontou.
Ele mencionou ainda que o Brasil e a China s?o ambos países populosos e verdadeiramente focados nos direitos da popula??o. Durante o surto da Covid-19, o Brasil e a China cooperaram no desenvolvimento, produ??o e vacina??o, salvando inúmeras vidas e dando uma contribui??o significativa para a luta mundial contra a pandemia.
A coopera??o entre o Brasil e a China floresceu nas últimas décadas e a rela??o estratégica entre os dois países desempenhou um papel positivo na promo??o do desenvolvimento econ?mico e social. A este respeito, Teixeira observou que a próxima visita do presidente Lula à China promoverá mais o desenvolvimento das rela??es entre os dois países.
Brasil e China negociar?o em suas próprias moedas
O governo brasileiro anunciou na quarta-feira (29), hora local, um acordo com a China para a realiza??o de transa??es de comércio bilateral em suas próprias divisas, sem a necessidade de recorrer ao dólar.
Em resposta, Teixeira disse que, embora isto n?o signifique um abandono total do dólar, é um passo muito importante na rela??o comercial entre os dois países. A China já estabeleceu tais mecanismos com outras na??es, como a Argentina, na América Latina. Este passo melhorará a conveniência das empresas de ambos os países, tornando o comércio mais inclusivo.
Teixeira enfatizou que muitas empresas multinacionais ainda precisam se estabelecer em dólares, pois enfrentam os mercados internacionais e precisam de uma cadeia de fornecimento global. Entretanto, este acordo ajudará muitas pequenas e médias empresas a reduzir o custo de suas transa??es comerciais através de uma troca direta entre o real e o renminbi.
Durante a miss?o das autoridades econ?micas do Brasil à China, foram designados os dois bancos que tornar?o essas opera??es possíveis: o Bank of Communications BBM e o Banco Industrial e Comercial da China.
Por meio destas duas institui??es, os exportadores de ambos lados ir?o receber em sua moeda os pagamentos realizados na moeda do país de origem, um passo que permite concretizar um princípio de acordo selado no final de janeiro, lembrou no fórum de Beijing a secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda brasileiro, Tatiana Rosito, citada pela imprensa.
Iniciativa do Cintur?o e Rota n?o é um "meio", mas uma "oportunidade"
O Fórum Boao para a ásia defende o multilateralismo e, no contexto a recupera??o econ?mica geral, é ainda mais importante que os países trabalhem juntos. O simpósio “Cintur?o e Rota: Compartilhando Oportunidades de Desenvolvimento” foi também mencionado no fórum, tendo Teixeira comentado sobre a iniciativa: “gostaria de dizer que o 'Cintur?o e Rota' é um poderoso mecanismo de coopera??o internacional. N?o é apenas um projeto, é um mecanismo de coopera??o internacional. N?o é apenas um meio, é uma oportunidade. A China n?o é o único país que se beneficia disso, os outros países também desfrutam de oportunidades de desenvolvimento".
Teixeira indicou ainda que o investimento financeiro da China na Iniciativa do Cintur?o e Rota proporcionou benefícios tangíveis para os países participantes, tendo a China compartilhado ativamente sua experiência de moderniza??o com o mundo.