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No início da primavera, as flores de pêssego est?o em plena flora??o na cidade de Nyingchi, na Regi?o Aut?noma do Tibet, sudoeste da China, onde o festival da flor de pêssego foi aberto no final de mar?o, enquanto dois pessegueiros selvagens que cresceram a 4.498 metros na capital regional, Lhasa, ainda est?o em dormência.
"Devido às baixas temperaturas a uma altitude t?o elevada, os bot?es de flores terminar?o a dormência por volta do final de abril e o período de flora??o come?ará em 20 de maio", disse Zeng Xiuli, da Academia de Ciências da Agricultura e Pecuária do Tibet, que realizou um estudo de 16 anos em pessegueiros selvagens no planalto.
Em 2007, Zeng, quando tinha 37 anos, veio para Lhasa e desde ent?o tem se dedicada a estudar pessegueiros selvagens no planalto.
"Há mais de 300.000 pessegueiros tibetanos selvagens de cerca de 1.700 metros acima do nível do mar no distrito de Metok, em Nyingchi, a 4.498 metros na Montanha Lhari Nyangbu, em Lhasa", informou Zeng.
O pêssego tibetano selvagem, com milhares de anos de história, é o ancestral dos pessegueiros.
Após investiga??es minuciosas e amostragem por meses, Zeng come?ou a plantar a variedade selvagem em uma planície de inunda??o estéril pertencente à sua academia.
"Sem ajuda, fizemos tudo do zero. Quando as mudas cresceram, n?o tínhamos ideia se elas dariam frutos", lembrou.
Finalmente, suas tentativas produziram resultados frutíferos no outono de 2013. Zeng compartilhou os primeiros lotes dos pêssegos com sua equipe de pesquisa e moradores locais, e ent?o iniciou sua nova rodada de pesquisa - enviando suas mudas para aldeias em diferentes altitudes no Tibet.
"A academia nos trouxe mudas e técnicas de plantio, e ent?o come?amos a plantar pessegueiros e macieiras em nossos pomares", disse Tashi, um alde?o em Nyingchi. Ele agora ganha mais de 100.000 yuans (US$14.500) anualmente gra?as às frutas e ao turismo local em expans?o.
Hoje em dia, grandes quantidades de mudas de pêssego selecionadas pela academia regional de agricultura e pecuária s?o plantadas em todo o Tibet, mesmo na sub-regi?o de Ngari, onde a altitude média está entre as mais altas da regi?o.
"Ao ver os moradores desfrutarem de frutas cultivadas à porta, estou mais do que satisfeita, pois todos cresceram das mudas plantadas na terra estéril anos atrás", destacou Zeng.
No inverno de 2019, a pesquisadora diligente ocasionalmente encontrou dois pessegueiros tibetanos selvagens a uma altitude de 4.498 metros.
Embora os dois pessegueiros estivessem nus e dormentes, eles ajudaram os pesquisadores a estudar ainda mais a base genética de árvores frutíferas lenhosas perenes para se adaptar ao ambiente de alta altitude.
"O festival da flor de pêssego deste ano está mais animado do que nunca", disse Nyima Chokyi, morador da aldeia de Kala, em Nyingchi.
A pequena aldeia tem sido o local da cerim?nia de abertura do festival há anos, pois possui vastas manchas de pessegueiros, principalmente a variedade selvagem melhorada pela academia de Zeng.
Durante os dois primeiros dias do festival deste ano, a aldeia de Kala recebeu cerca de 67.000 turistas, arrecadando uma receita total de ingressos de quase 2 milh?es de yuans.
A receita turística de Nyingchi deve chegar a 9,2 bilh?es de yuans este ano, de acordo com o departamento de desenvolvimento de turismo da cidade.
Mas a expans?o do turismo significa tudo menos um fim para a causa de Zeng e seus colegas de pesquisa.
"Alguns pessegueiros na aldeia de Kala têm problemas de envelhecimento e flora??o pobre. Nossa academia planeja resolver o problema e fornecer treinamento técnico relevante para os moradores nos próximos quatro a cinco anos", observou Zeng.