A Polícia Federal (PF) brasileira realizou na quarta-feira em Brasília uma opera??o de busca e apreens?o na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022) e prendeu o tenente coronel Mauro Cid Barbosa, que era ajudante de ordens do antigo mandatário.
A opera??o é parte de uma investiga??o sobre a suposta inser??o de dados falsos de vacina??o contra a COVID-19 nos sistemas do Ministério da Saúde entre novembro de 2021 e dezembro de 2022.
A suposta falsifica??o teria o objetivo de garantir a entrada de Bolsonaro, familiares e auxiliares próximos nos Estados Unidos, burlando a regra de vacina??o obrigatória. O ex-presidente foi aos EUA em 30 de dezembro de 2022, às vésperas de deixar o governo, e voltou ao Brasil em 30 de mar?o deste ano.
Segundo a Polícia Federal, as fraudes "tiveram como consequência a altera??o da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condi??o de imunizado contra a COVID-19 dos beneficiários".
A PF acrescentou que a inser??o de informa??es falsas sobre a vacina??o pretendia "manter coeso o elemento identitário em rela??o a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacina??o contra a COVID-19", reiterado várias vezes por Bolsonaro.
Durante a opera??o, os policiais apreenderam os telefones celulares de Bolsonaro e sua esposa, Michelle.
Os agentes cumpriram 16 mandados de busca e apreens?o e seis mandados de pris?o preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro.
Além do tenente-coronel Cid Barbosa foram presos dois seguran?as do ex-presidente e o secretário municipal da prefeitura de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, Jo?o Carlos de Sousa Brecha, supostamente implicado nas a??es de falsifica??o.
A opera??o foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), dentro do inquérito das "milícias digitais".
Os fatos investigados configuram delitos como viola??o de disposi??es sanitárias, associa??o criminosa e inser??o de dados falsos.