Perante um pano de fundo de baixo crescimento prolongado, a expectativa internacional é elevada em rela??o às propostas da China para revitalizar a economia. O primeiro-ministro Li Qiang junta-se à elite global para a 54a Reuni?o Anual do Fórum Econ?mico Mundial, a qual será realizada entre segunda e sexta-feira em Davos, Suí?a.

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, dialoga com a presidente da Confedera??o Suí?a, Viola Amherd, em uma atmosfera relaxante e amigável, em um trem especial de Zurique para Berna, capital da Suí?a, em 14 de janeiro de 2024. (Xinhua/Rao Aimin)

Li chegou à cidade suí?a de Zurique no domingo, naquela que é sua primeira viagem ao exterior do ano. Numa desloca??o além-fronteiras que durará até quarta-feira, Li realizará visitas oficiais à Suí?a e à Irlanda.

O primeiro-ministro deverá realizar um discurso especial na ter?a-feira, na abertura da reuni?o de Davos, que contará com a presen?a de mais de 2.800 delegados de empresas, governos, organiza??es internacionais e da sociedade civil de todo o mundo, incluindo mais de 60 chefes de estado e governo, para discutir as quest?es mais prementes do mundo e definir prioridades para o próximo ano.

A reuni?o ocorre num contexto de divis?o e incerteza crescentes que continuam a desestabilizar o mundo. Várias organiza??es internacionais, incluindo o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e as Na??es Unidas, anteveem que a economia global irá desacelerar ainda mais em 2024.

Um ambiente financeiro restritivo e uma fraca procura por parte dos consumidores ir?o abrandar o crescimento económico. As tens?es geopolíticas n?o só dever?o afetar os países envolvidos, mas também exacerbar?o a fragmenta??o da economia global, disseram os observadores.

"Há grandes expectativas em torno da participa??o do primeiro-ministro Li na reuni?o anual, para ouvir sua perspectiva sobre a economia chinesa", disse Chen Liming, presidente da Grande China do Fórum Económico Mundial, numa entrevista exclusiva ao China Daily.

Desde que a delega??o chinesa participou pela primeira vez em Davos, em 1979, a China nunca esteve ausente do evento anual, disse Chen. O PIB da China, que representava apenas cerca de 2% do total global em 1979, representa agora quase 20%.

"é evidente que a China desempenha um papel significativo quando se trata de gerir quest?es relacionadas com a geopolítica, a economia, a inova??o ou as altera??es climáticas. Em todos os aspetos, a China tem um papel indispensável a desempenhar", disse Chen. "Neste sentido, esperamos ansiosamente que a delega??o chinesa envie sinais ao mundo sobre suas prioridades de desenvolvimento atuais e futuras".

O presidente Xi Jinping expressou a sua confian?a no desenvolvimento de alta qualidade do país na sua mensagem de Ano Novo para 2024, dizendo que o ano de 2023 viu a economia da China resistir à tempestade e tornar-se "mais resiliente e dinamica do que antes".

Em 2024, as perspetivas fundamentais da economia chinesa, que há muito s?o positivas, permanecem inalteradas, segundo Chen. Enquanto segunda maior economia do mundo, a China continuará a contribuir com cerca de um ter?o do crescimento económico global e continuará a ser um dos motores mais críticos para a recupera??o económica global, afirmou.

"Embora a economia chinesa enfrente certas dificuldades e desafios, a implementa??o de uma série de políticas, incluindo aquelas que promovem o desenvolvimento do sector privado, incentivando o investimento estrangeiro e implementando políticas financeiras, é ansiosamente aguardada pelo seu potencial efeito positivo no crescimento do país".

A reuni?o de Davos deste ano tem como tema “Reconstruindo a Confian?a”. Chen disse que o tema é de importancia crucial no mundo de hoje pois, nos últimos anos, o mundo tem estado dividido e enfrenta conflitos.

"Num mundo fraturado, como pode a confian?a ser reconstituída? A confian?a é a base da coopera??o. Sem confian?a, é difícil falar de coopera??o. Sem coopera??o, é difícil enfrentar os vários desafios que enfrentamos a nível global, quer se trate da recupera??o económica , altera??es climáticas, transforma??o energética ou governa??o sobre o desenvolvimento de alta tecnologia", disse ele.

Embora reconhe?a que a globaliza??o enfrenta desafios neste momento, Chen disse que é altamente improvável que ocorra uma desglobaliza??o abrangente e de longo prazo.

"Ouvimos muitos termos novos, como desglobaliza??o, dissocia??o e redu??o de riscos. No entanto, pessoalmente, acredito que uma dissocia??o ou desglobaliza??o abrangente e de longo prazo tornaria o mundo menos eficiente", disse.

"é desnecessário fazer alarido sobre a dissocia??o parcial ou de curto prazo em certas áreas. A longo prazo, o mundo necessita de melhor coopera??o e coordena??o para enfrentar os desafios de curto e longo prazo que enfrentamos".