Desde a introdu??o do Pensamento de Xi Jinping sobre Cultura, em outubro de 2023, "cultura" tornou-se uma palavra chave em toda a China.
Antes do Ano Novo Lunar chinês, o país tem se ocupado em organizar vários eventos culturais para abra?ar essa nova tendência.
Na Província de Zhejiang, no leste da China, um museu tem cativado turistas com a tecnologia RA, revivendo cenas da vida cotidiana e do trabalho de 8.000 anos atrás. Na Província de Shaanxi, no noroeste, os visitantes a museus têm a oportunidade de saborear delícias culinárias tradicionais retratadas em antigos poemas chineses.
Enquanto isso, em Beijing, membros de um recém-criado comitê de filmes de fic??o científica est?o se preparando para o próximo blockbuster, após o sucesso fenomenal de "Terra à Deriva", para oferecer ao público uma alternativa aos filmes de fic??o científica de Hollywood.
Em janeiro, uma importante reuni?o política sobre comunica??o pública saudou o pensamento cultural de Xi, afirmando que ele "fornece sólida garantia ideológica, inspira??o poderosa e condi??es culturais favoráveis para tornar a China um país mais forte e revitalizar a na??o chinesa em todas as frentes".
O Partido Comunista da China (PCCh), nascido há mais de um século após o Movimento da Nova Cultura e a dissemina??o do marxismo no país, tem sempre se orgulhado de sua essência cultural. Agora, sob a lideran?a de Xi, o Partido está usando meios culturais para melhorar sua governan?a e promover a moderniza??o da China.
UM ENTUSIASTA DA CULTURA
Xi nasceu em 1953 em uma família de revolucionários. Quando crian?a, ele foi muito inspirado pela cultura tradicional da China. Ele disse que nunca esquecerá a história de Yue Fei, contada por sua m?e. Yue era um comandante militar patriótico do século 12 cuja m?e tinha tatuado "servir ao país com a maior devo??o" em suas costas, uma frase que incorpora "Zhong", ou lealdade, na filosofia confucionista. Xi fez de seguir esse lema o seu objetivo de vida.
Xi mencionou que a leitura é seu hobby favorito. Seus professores de escola lembram dele como um aluno excepcional, com paix?o pela leitura de literatura clássica, particularmente como f? de Du Fu, um renomado poeta realista da dinastia Tang (618-907).
No final da década de 1960, Xi foi enviado de Beijing a Liangjiahe, uma pequena aldeia na Província de Shaanxi, no Planalto de Loess, como um "jovem educado" para se envolver no árduo trabalho agrícola. Transportando uma caixa inteira de livros para a aldeia, Xi mergulhou-se em uma jornada de leitura diversificada, explorando obras-primas da literatura, desde chinesas às de Shakespeare e de Tolstói, de "Servir ao Povo", do presidente Mao, a "O Capital", de Karl Marx.
Cerca de 40 anos depois, o homem que costumava ler até tarde da noite sob o brilho fraco de uma lampada de querosene em uma caverna estava em um palanque na sede da UNESCO como presidente da China, compartilhando suas opini?es sobre cultura e civiliza??o. "Ele recorreu a poetas e escritores famosos para destacar a longa história de seu país e a importancia da diversidade cultural", conforme reportagens da mídia.
Xi se referiu a Liangjiahe como sua "universidade", onde aprendeu as virtudes tradicionais da China. Ao longo de seus sete anos nesta aldeia, Xi suportou uma vida desafiadora e compartilhou trabalho e refei??es com os moradores carentes. Ele se lembra vividamente da generosidade dos alde?es, que ensinaram li??es valiosas sobre a vida e o trabalho e compartilharam o pouco que tinham.
Em troca, Xi estendeu a mesma gentileza. Ele compartilhou suas ra??es para ajudar os necessitados, ofereceu seus sapatos extras a um alde?o mais jovem sem nenhum, deu seu chapéu a alguém que n?o tinha um no tempo frio e generosamente presenteou livros e cadernos para aqueles que apreciavam a leitura e o aprendizado. Os alde?es usaram "Ren Yi", ou benevolência e retid?o, os mais altos padr?es de virtude moral tradicional, para louvar o jovem.
O agricultor Liang Yujin, agora com 70 anos, lembrou de ter feito visitas n?o anunciadas a Xi em quatro ocasi?es depois que Xi deixou Liangjiahe. Já um funcionário de alto escal?o, Xi recebeu Liang em sua casa, e eles comeram refei??es preparadas por sua esposa, Peng Liyuan. Liang trouxe milho, abóboras e batata-doce para Xi e, em troca, Xi ofereceu-lhe chá e pastéis. "Ele perguntou sobre todas as famílias da aldeia", disse Liang.
Em 1982, Xi come?ou a trabalhar em Zhengding, um distrito histórico na Província de Hebei, primeiro como vice-chefe do Partido e depois como chefe do Partido. Depois de descobrir duas antigas árvores de alfarroba em seu local de trabalho, ele verificou a idade delas e as cercou para prote??o. Ele também iniciou uma pesquisa abrangente de relíquias culturais em todo o distrito, e os esfor?os de conserva??o holística come?aram.
A profunda paix?o de Xi pela história e cultura era t?o intensa que, em um determinado momento, ele pensou em se dedicar à arqueologia; no entanto, esse interesse ia além da mera fascina??o pessoal.
Ele frequentemente compartilha um antigo provérbio chinês com funcionários e amigos estrangeiros, defendendo o uso da história como uma bússola para empreendimentos presentes e futuros. Ele acredita que tirar li??es da tradi??o é fundamental para formular decis?es políticas.
Situadas na Província de Zhejiang, as ruínas arqueológicas de Liangzhu, agora Patrim?nio Mundial da UNESCO, foram cercadas por campos de minera??o no início dos anos 2000. O excesso de poeira industrial e polui??o sonora transformou toda a área no que Jiang Weidong, funcionário do comitê de gest?o do local, descreveu como "algo como uma zona de guerra".
Ao tomar conhecimento dessa situa??o em julho de 2003, Xi, ent?o chefe do Partido de Zhejiang, ordenou prontamente o fechamento das minas. Sua dedica??o a Liangzhu perdurou ao longo das décadas seguintes. Quando os arqueólogos confirmaram a importancia de Liangzhu como um testemunho de 5.000 anos da civiliza??o chinesa, ele deu instru??es meticulosas para a prote??o do local. Em sua mensagem de felicita??es ao Fórum de Liangzhu no ano passado, Xi saudou o local como um tesouro das civiliza??es mundiais.
Desde que assumiu o papel de lideran?a do Partido -- secretário-geral do Comitê Central do PCCh -- em 2012, Xi emitiu mais de 170 instru??es significativas sobre relíquias culturais, arqueologia e patrim?nio cultural imaterial. Ele também realizou mais de 100 inspe??es presenciais de locais históricos e culturais.
Xi também nutre um profundo amor pela "Cultura Vermelha". Ao longo dos anos, ele vem visitando quase todos os locais históricos significativos relacionados a capítulos críticos do passado revolucionário. Esses locais incluem um lago em Zhejiang, onde o primeiro Congresso Nacional do PCCh foi realizado, em 1921, e as Montanhas Perfumadas, no subúrbio de Beijing, onde os líderes mais velhos do Partido estabeleceram a base para a cria??o da Nova China.
"Enquanto caminhamos para o sucesso, temos de nos lembrar de onde viemos", disse Xi.
Ele é um f? de ricas culturas humanas. Falando sobre suas extensas viagens pelo mundo, Xi disse: "Mergulhar-se nas diversas civiliza??es nos cinco continentes me traz a maior alegria".
Desde que assumiu a presidência, Xi visitou mais de 70 países. Na Grécia, ele discutiu uma antiga frase chinesa sobre o fim das guerras e a contempla??o da guerra e da paz por Atena. Ele tra?ou paralelos entre o chá chinês e a cerveja belga na Bélgica, destacando o valor de apreciar diferentes culturas. No México, ele mostrou grande interesse nas semelhan?as entre elementos da civiliza??o maia e elementos chineses como o drag?o. No Templo de Luxor, no Egito, ele falou sobre as origens e desenvolvimentos das civiliza??es antigas.
Xi também compartilhou reflex?es pessoais sobre literatura, como suas impress?es de "O Velho e o Mar", de Ernest Hemingway, e suas experiências visitando lugares associados a Hemingway em Cuba.
Pessoas familiarizadas com Xi dizem que sua educa??o cultural tem influenciado profundamente seu forte senso de idealismo e sua abordagem pragmática do trabalho. Ele frequentemente se refere à filosofia "Zhi Xing He Yi", ou "unidade de conhecimento e a??o", defendida pelo antigo filósofo chinês Wang Yangming (1472-1529), e a considera uma essência da cultura tradicional chinesa.
ARTE DA GOVERNAN?A
Em 2012, Xi incorporou o conceito de "confian?a cultural" no relatório do 18o Congresso Nacional do PCCh. Mais tarde, ele integrou esse conceito às "Quatro Convic??es" do socialismo com características chinesas, descrevendo a confian?a cultural como a "for?a mais fundamental, mais profunda e mais duradoura".
"Sem plena confian?a em nossa cultura, sem uma cultura rica e próspera, a na??o chinesa n?o será capaz de se revitalizar", disse ele.
Enquanto o mundo está passando por mudan?as profundas n?o vistas em um século, Xi tem levado a China a uma nova era.
Os teóricos acreditam que os graves desafios que o país enfrenta no século 21 exigem um renascimento cultural para reconstruir a identidade nacional no mundo pós-Guerra Fria, onde várias civiliza??es e sistemas de valores competem e coexistem. Eles até dizem que a ascens?o e a queda dos principais países nos últimos 500 anos s?o o resultado da for?a das culturas.
Xi tem cultivado a convic??o na cultura chinesa a servi?o da revitaliza??o da na??o e tem estabelecido uma barreira impenetrável contra os elementos negativos da cultura ocidental, de acordo com os observadores.
Em 1o de julho de 2021, quando o Partido celebrou seu centenário, Xi prop?s "duas integra??es", enfatizando a necessidade de "integrar os princípios básicos do marxismo com as realidades específicas da China e a bela cultura tradicional". A "segunda integra??o" -- aquela com uma cultura tradicional fina -- representa uma profunda "rea??o química" e a emancipa??o da mente, disse Xi.
Em junho de 2023, em uma reuni?o chave sobre heran?a e desenvolvimento culturais em Beijing, Xi resumiu cinco características distintivas da civiliza??o chinesa, enfatizando sua notável continuidade, inova??o, unidade, inclus?o e natureza pacífica.
Mais de um mês após a reuni?o, Xi visitou o sítio arqueológico de Sanxingdui, na Província de Sichuan. Durante sua visita, ele dedicou seu tempo para examinar os detalhes dos artefatos que datam de milhares de anos.
"De onde vêm?", perguntou ele.
"Eles se originaram do ber?o das civiliza??es do Rio Yangtzé e do Rio Amarelo e nasceram das cria??es inovadoras da antiga popula??o local", respondeu o docente.
No final de 2023, quando Xi leu sua mensagem de Ano Novo de seu escritório, no centro de Beijing, uma fotografia sobre sua observa??o dos artefatos de Sanxingdui com grande aten??o foi exibida em sua estante.
O Pensamento de Xi Jinping sobre Cultura, apresentado formalmente em outubro de 2023, engloba vários aspectos chave, incluindo o fortalecimento da lideran?a do Partido sobre comunica??o pública e cultura e a promo??o da transforma??o criativa e do desenvolvimento inovador da cultura tradicional fina da China.
Os teóricos afirmam que o estabelecimento do pensamento mostra que a convic??o na história e na cultura do Partido atingiram novos patamares.
"Se n?o houvesse 5 mil anos da civiliza??o chinesa, de onde viriam as 'características chinesas'? E se n?o fosse por essas características chinesas, como poderíamos ter o caminho bem-sucedido do socialismo com características chinesas de hoje?" disse Xi certa vez.
Os teóricos afirmam que Xi é pioneiro em uma nova maneira de governar o país ao alavancar a cultura.
Xi acredita firmemente no materialismo histórico marxista, que considera as massas criadoras da história. Ele eleva a antiga cren?a de "Min Wei Bang Ben" -- que significa " o povo é a base do país; com uma base sólida, o país fica em paz" -- ao princípio do Partido de "colocar as pessoas em primeiro lugar".
Depois de levar a China a eliminar a pobreza absoluta, Xi se esfor?a para a próxima meta: prosperidade comum.
"A prosperidade comum é uma meta fundamental do marxismo e também tem sido uma busca básica do povo chinês desde a antiguidade", disse Xi aos funcionários do Partido, citando filósofos antigos. Confúcio disse: "O problema reside n?o na escassez, mas na distribui??o desigual; n?o na pobreza, mas na inseguran?a", e Mencius exortou as pessoas a "cuidar dos idosos e dos filhos dos outros como cuidam dos seus próprios".
"Nosso objetivo é inspirador e simples. Por fim, trata-se de proporcionar uma vida melhor para as pessoas", disse Xi.
Ele combina a filosofia de governan?a do Partido de que "o país pertence ao povo, e o povo é a base do país" com a ideia tradicional de que "a ascens?o ou queda de um poder político depende do fato de ele acomodar a vontade do povo".
Em seu primeiro dia no cargo de mais alto líder do Partido, Xi citou um provérbio chinês para pedir "autodisciplina de ferro" e lan?ou a mais ampla campanha anticorrup??o da história do PCCh. Xi sempre compartilha histórias sobre personalidades antigas conhecidas por sua integridade com os funcionários do Partido, pedindo que eles pratiquem a autodisciplina. Ele usa um ditado chinês para advertir todo o Partido: "Muitos vermes desintegrar?o a madeira, e uma rachadura grande o suficiente levará ao colapso de uma parede".
Em mar?o de 2018, Xi se tornou o primeiro presidente chinês a fazer o juramento de posse em frente à Constitui??o. Ele mencionou o antigo ditado: "Quando aqueles que defendem a lei s?o fortes, o Estado é forte; quando eles s?o fracos, o Estado é fraco", enfatizando a necessidade de avan?ar as reformas sob o Estado de direito e fortalecer o Estado de direito no processo de reforma.
"A quest?o do Estado de direito versus o Estado do homem é uma quest?o fundamental na história da política e um problema significativo que todos os países devem enfrentar e resolver no processo de alcan?ar a moderniza??o", declarou ele.
Xi construiu e aperfei?oou a "linhagem espiritual do PCCh", destacando a enorme for?a mental que o Partido demonstrou em momentos ou capítulos importantes de sua história. Ele é um oponente convicto do "niilismo histórico". Quando algumas pessoas difamaram mártires revolucionários como Qiu Shaoyun na Internet, centenas de milhares de membros da Liga da Juventude Comunista da China postaram refuta??es. Xi elogiou a resposta deles: "A retid?o superou a má conduta, muito bem!"
Xi apresentou o conceito de "mudan?as profundas nunca vistas em um século", incorporando percep??es de uma vis?o marxista da história e da antiga filosofia chinesa de "mudan?as". Em seu relatório para o 20o Congresso Nacional do PCCh, ele incluiu "descartar o obsoleto em favor do novo" no "Livro das Mudan?as", dirigindo reformas em áreas chave.
Xi, um comprovado promotor de mudan?as, baseia-se em suas experiências transformadoras em Liangjiahe, onde desafiou os céticos e prosseguiu com a constru??o do primeiro po?o gerador de metano em toda a Província de Shaanxi.
Agora, ele defende a ado??o do espírito empreendedor e inovador da na??o chinesa para levar a China a uma era de inova??o.
Em uma discuss?o com acadêmicos, ele mencionou como, durante o século 18, sob a dire??o do governo Qing, os missionários ocidentais passaram 10 anos criando "O Mapa da China Imperial", um mapa avan?ado e sem precedentes. Esse mapa era mantido em segredo dentro da corte imperial, enquanto os missionários levavam os dados para o Ocidente, organizando-o e publicando-o, o que resultou em uma melhor compreens?o da geografia da China por parte do Ocidente.
Xi usa esse exemplo para enfatizar que o desenvolvimento científico e tecnológico deve ser integrado ao progresso social. Ele destaca a necessidade de aprofundar as reformas no gerenciamento da ciência e tecnologia, permitindo que todas as fontes de inova??o fluam livremente.
Ao incorporar os princípios da teoria de desenvolvimento marxista e da dialética tradicional chinesa, Xi apresentou uma nova filosofia que defende um desenvolvimento inovador, coordenado, verde e aberto, acessível para todos. Ele pede uma abordagem voltada a "consolidar a estabilidade por meio do progresso e estabelecer o novo antes de abolir o antigo", empregando perspectivas filosóficas chinesas para orientar os esfor?os econ?micos da na??o.
Como um fervoroso f? de literatura e arte, ele promoveu vigorosamente o florescimento da cultura chinesa. Xi presidiu o segundo seminário sobre literatura e arte na história do PCCh, em 2014, 72 anos após o primeiro evento do tipo, propondo conceitos como "usar a literatura para transmitir moralidade" e "cultivar as pessoas por meio da cultura". Os participantes lembraram que Xi falou "como se estivesse conversando com amigos e familiares" e apertou a m?o de todos após o seminário de três horas de dura??o.
Ele é entusiasta da cultura e das artes populares, como mitos, épicos, narra??o de histórias e óperas locais. Ele incentiva jovens romancistas, poetas e pintores contemporaneos a inovar e oferece apoio ao setor nacional de filmes de fic??o científica. Isso reflete seu profundo compromisso com o cultivo e a promo??o de diversos aspectos do patrim?nio cultural chinês e das express?es artísticas contemporaneas.
Ele enfatizou os tesouros herdados da cultura chinesa -- a indivisibilidade do território, a ordem do Estado, a unidade da na??o e a continuidade da civiliza??o -- afirmando: "Nosso país deve ser reunificado e certamente será reunificado".
Xi adotou a filosofia tradicional de "Tian Ren He Yi", ou "unidade da natureza e do homem", para iniciar uma campanha sem precedentes de restaura??o e prote??o ecológica. Isso resultou em uma proibi??o à pesca de 10 anos no Rio Yangtzé para proteger a vida aquática. Ele comparou a prote??o do Rio Yangtzé ao tratamento da medicina tradicional chinesa, enfatizando os esfor?os para tratar as doen?as existentes e prevenir as futuras. Sob sua lideran?a, a China testemunhou mudan?as históricas em seu meio ambiente, resultando em céus mais azuis, montanhas mais verdes e águas mais claras.
Xi aproveitou a antiga filosofia de favorecer a paz e a coexistência harmoniosa na formula??o da política externa, propondo o conceito de construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade. Certa vez, ele disse a líderes estrangeiros que a China n?o pretende desenvolver apenas seu quintal, mas sim um jardim compartilhado por todos os países.
NOVO CAMINHO DA CIVILIZA??O
Um instituto de pesquisa sediado nos EUA observou que Xi n?o é mais considerado apenas um herdeiro ou protetor de uma grande civiliza??o, mas também o criador de uma.
As tradi??es culturais e as condi??es nacionais da China determinam que a moderniza??o chinesa, uma nova forma de civiliza??o humana liderada por Xi, seguirá um caminho diferente do Ocidente.
Abrangendo quase 20% da popula??o mundial, o país tem como objetivo reduzir a diferen?a de riqueza, alcan?ar a harmonia entre os aspectos materiais e espirituais, buscar o desenvolvimento sem sacrificar o meio ambiente e nunca buscar a expans?o ou o domínio no exterior.
Em sua juventude, Xi leu "O Homem Unidimensional" de Herbert Marcuse. Vendo as desvantagens de uma existência humana "unidimensional" causada pela invas?o do capital na moderniza??o ocidental, Xi sempre desejou resolver os desequilíbrios entre as necessidades materiais e espirituais e entre os seres humanos e a natureza. A China está comprometida com o desenvolvimento coordenado de civiliza??es material, política, espiritual, social e ecológica. Xi se refere a isso como a característica distintiva da "civiliza??o moderna da na??o chinesa".
Xi descreve metaforicamente a exclusividade da moderniza??o chinesa usando a terminologia da física: Os países ocidentais desenvolvidos seguiram um processo de desenvolvimento em "série". A China, buscando recuperar os "200 anos perdidos", deve seguir um caminho de desenvolvimento comparável a um processo "paralelo", que envolve o desenvolvimento simultaneo da industrializa??o, informatiza??o, urbaniza??o e moderniza??o agrícola.
Ele designou Shenzhen como a área de Demonstra??o Piloto do Socialismo com Características Chinesas. Adjacente a Hong Kong, Shenzhen é uma zona econ?mica especial estabelecida há mais de 40 anos por Deng Xiaoping. Frequentemente chamada de "cidade da inova??o", Shenzhen, com uma popula??o duas vezes maior que a da cidade de Nova York, oferece um vislumbre do futuro da moderniza??o chinesa.
Ao chegar à cidade, os visitantes s?o recebidos no aeroporto por uma cita??o de boas-vindas de Jules Verne: "Tudo o que um homem pode imaginar, outros homens podem tornar realidade". Outro slogan proeminente se destaca na área de referência da cidade, Shekou, proclamando a sabedoria tradicional chinesa: "Conversas vazias n?o far?o nada pelo nosso país, somente o trabalho sólido o fará florescer".
De carros elétricos a drones de última gera??o, de iniciativas de baixo carbono a projetos de cidades inteligentes, a cidade continua a fomentar a inova??o. Parques e bibliotecas podem ser encontrados a cada poucas centenas de metros. Com um sistema de servi?o público conveniente, várias organiza??es sociais e uma equipe oficial que atende às pessoas e é favorável aos negócios, Shenzhen é um modelo do futuro.
Bem ao norte, a Nova área de Xiong'an, perto de Beijing, é uma nova cidade de moderniza??o socialista planejada por Xi. Em maio do ano passado, Xi visitou essa "cidade do futuro" em constru??o, dando aten??o especial às condi??es ecológicas do Lago Baiyangdian. Destacando a conserva??o da fonte de água e o desenvolvimento verde, sua constru??o incorpora a antiga sabedoria ecológica de "usar o que a natureza tem para oferecer e fazê-lo com modera??o".
Xi designou Zhejiang como uma área de demonstra??o de prosperidade comum. Durante sua visita à aldeia de Lizu, no ano passado, testemunhou a transforma??o dessa aldeia, que antes era suja, caótica e pobre, em uma aldeia de demonstra??o de prosperidade comum, limpa e bonita. A renda dos moradores ultrapassou a média rural nacional, e a aldeia é conhecida por sua rica atmosfera cultural. Xi participou de discuss?es com jovens empreendedores que retornaram de cidades de todo o país e expressou satisfa??o com o papel que eles desempenharam no desenvolvimento rural.
O novo tipo de país socialista moderno liderado por Xi desmascarou efetivamente a vis?o histórica linear de que todas as na??es deveriam convergir para um modelo ocidental.
No cenário mundial, Xi prop?s uma série de novos conceitos relacionados ao intercambio civilizacional e às rela??es internacionais, demonstrando o compromisso da China em ser uma construtora da paz mundial, uma contribuidora ao desenvolvimento global e uma defensora da ordem internacional.
A proposta de Xi de construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade reflete o compromisso do país com a paz e a estabilidade. Introduzida em 2013, essa ideia está em sintonia com a vis?o consagrada pela na??o chinesa de que "o mundo inteiro é uma grande família", imaginando um mundo onde prevale?a a harmonia universal. Ela marca uma nova trajetória para o avan?o das civiliza??es globais e pavimenta o caminho para a realiza??o definitiva do desenvolvimento pleno e livre de cada indivíduo, conforme previsto por Karl Marx.
No entanto, há preocupa??es de que uma China assertiva possa desafiar a ordem mundial existente. Mas Xi está otimista e acredita que a natureza inclusiva da civiliza??o chinesa pode promover a coexistência com outras na??es marcada pela "harmonia na diversidade".
Ao falar sobre "A Arte da Guerra", de Sun Tzu, com convidados estrangeiros, Xi enfatiza que a mensagem fundamental desse antigo e clássico livro militar chinês é a importancia de envidar todos os esfor?os para evitar a guerra e exercer grande cautela se o conflito se tornar inevitável. Em consonancia com o compromisso profundamente enraizado da na??o chinesa com a paz, Xi prop?s a Iniciativa de Seguran?a Global em um apelo a esfor?os conjuntos para manter a paz e a estabilidade mundiais.
Desde outubro do ano passado, a escalada do conflito entre Palestina e Israel levou a um desastre humanitário. Durante suas intera??es com líderes estrangeiros e suas participa??es em eventos multilaterais, Xi pediu repetidamente um cessar-fogo, enfatizando que a solu??o fundamental do conflito está na implementa??o da solu??o de dois Estados.
Em esfor?os para diminuir os conflitos e restaurar a paz na regi?o, a China convocou e presidiu uma reuni?o de alto nível do Conselho de Seguran?a da ONU sobre a quest?o palestino-israelense, facilitando a ado??o da primeira resolu??o do Conselho de Seguran?a da ONU desde a eclos?o do conflito. A China despachou seu enviado especial para promover negocia??es de paz, aumentou a assistência humanitária e estendeu uma m?o de ajuda ao povo em Gaza em um momento difícil.
A China também serviu como mediadora, facilitando com sucesso a restaura??o dos la?os diplomáticos entre a Arábia Saudita e o Ir? no ano passado. Daniel A. Bell, professor titular de teoria política da Universidade de Hong Kong, elogiou os esfor?os da China, descrevendo-a como "um exemplo inspirador". Países grandes e influentes podem desempenhar o papel de pacificadores, pois têm mais poder e influência para trazer os lados em guerra para a mesa, disse ele.
Uma máxima chinesa que Xi menciona frequentemente durante suas viagens ao exterior é: "Construir amizades entre pessoas é crucial para promover rela??es positivas entre Estados". Sob sua lideran?a, a China fortaleceu e ampliou suas parcerias globais com base em princípios de igualdade, abertura e coopera??o.
Como defensor dos valores compartilhados da humanidade, Xi lan?ou a Iniciativa de Civiliza??o Global, pedindo esfor?os colaborativos para respeitar a diversidade das civiliza??es e aproveitar o profundo significado de suas histórias e culturas no mundo contemporaneo. Essa iniciativa é uma resposta robusta aos conceitos que apoiam o distanciamento, o confronto ou a superioridade das civiliza??es.
A Iniciativa de Desenvolvimento Global de Xi enfatiza a importancia de priorizar o desenvolvimento e adotar uma filosofia centrada nas pessoas para garantir que "nenhum país seja deixado para trás no processo de moderniza??o global".
Para explicar os valores e sentimentos que sustentam a dedica??o do povo chinês à coopera??o de benefício recíproco, Xi recorre a provérbios chineses antigos que promovem a??es para o bem maior. A Iniciativa Cintur?o e Rota é um excelente exemplo. às vezes referida como a moderna Rota da Seda, a iniciativa contou com a colabora??o de mais de 150 países e mais de 30 organiza??es internacionais, com quase US$ 1 trilh?o em investimentos.
Quando era jovem, Xi uma vez exp?s a ideia confucionista de "Ping Tian Xia", ou trazer paz e ordem ao mundo, que representa o estágio final da busca pessoal de quatro níveis. Os outros três s?o cultivar a própria moral, administrar a família e governar o Estado.
Xi disse: "Ping Tian Xia" n?o envolve conquistar ou governar o mundo. Em vez disso, seu objetivo é tirar as pessoas comuns da pobreza, permitindo que elas vivam pacificamente com alimentos e roupas suficientes. Ele disse que, se todos os países buscarem o desenvolvimento pacífico e lutarem pela unidade e harmonia, o mundo se aproximará do objetivo.
Ao liderar seus colegas para prestar homenagem aos restos mortais de Mao Zedong para marcar o 130o aniversário do nascimento de Mao, em dezembro do ano passado, Xi enfatizou que a melhor maneira de comemorar o falecido líder chinês é continuar a promover a causa que ele iniciou. Xi citou as palavras de Mao: "Devemos sempre nos esfor?ar! Devemos sempre seguir em frente! Nosso mundo dourado, brilhante e esplêndido está à frente!"
"A melhor heran?a da história é criar uma nova história, e a maior homenagem à civiliza??o humana é criar uma nova forma de civiliza??o humana", disse Xi.