A Uni?o Europeia (UE) espera uma proposta dos países árabes para que haja um cessar-fogo na guerra entre Israel e Hamas, disse na última quinta-feira o chefe da diplomacia do bloco europeu, Josep Borrell.

Em entrevista à imprensa no Rio de Janeiro, onde participou da reuni?o dos chanceleres do G20, Borrell afirmou que representantes dos países árabes est?o negociando os termos de uma proposta de forma antecipada com os Estados Unidos para que n?o haja um novo veto no Conselho de Seguran?a da ONU. Nesta semana, uma proposta do tipo foi rejeitada pela terceira vez pela diplomacia americana.

"Espero que nos próximos dias possamos ver uma proposta vindo do mundo árabe. Eu sei que eles est?o trabalhando muito nisso, mas certamente querem ter certeza de que, se eles fizerem uma proposta, ela será apoiada", declarou o diplomata espanhol.

"Sei que na política você n?o pode mostrar (uma proposta) a n?o ser que você tenha certeza de que ela irá decolar," acrescentou.

A afirma??o ocorre dois dias depois do terceiro veto dos EUA a uma proposta de resolu??o enviada ao Conselho de Seguran?a da ONU para um cessar-fogo no conflito. Treze membros do órg?o votaram a favor do texto redigido pela Argélia, enquanto o Reino Unido se absteve. Os EUA foram o único país a se manifestar de forma contrária à resolu??o.

Borell considerou haver um consenso dentro do G20 em rela??o à solu??o de dois Estados para a paz, "porque n?o ouvi ninguém falando nada contra".

"Pedi ao ministro brasileiro Mauro Vieira para que na sua conclus?o oral -- porque n?o haverá uma conclus?o escrita -- que toque nesse tema para explicar ao mundo que no G20 todos s?o favoráveis a essa solu??o. Se todos s?o a favor dessa solu??o, ent?o temos que mobilizar nossa capacidade política para fazer com que ela seja implementada. Sen?o, será apenas um pensamento positivo".

Borrell lamentou que as discuss?es do G20 tenham precisado se concentrar nos conflitos atuais, em vez de debater a transi??o energética e o desenvolvimento.

"é uma pena nós gastarmos tanto tempo com defesa e quest?es militares. Nós deveríamos gastar menos nisso, mas vamos gastar, todos nós, cada vez mais em todo mundo. E isso, em detrimento de outros temas, em particular as prioridades para o desenvolvimento", comentou.