O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o governo brasileiro assinaram nesta segunda-feira cartas de inten??o para fomentar o investimento estrangeiro em a??es de mitiga??o e adapta??o às mudan?as climáticas, protegendo esses investimentos da volatilidade do tipo de cambio.

Segundo nota divulgada pelo Banco Central brasileiro, o acordo foi assinado pelo presidente do BID, Ilan Goldfajn, pelo secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron de Oliveira, pela ministra de Meio Ambiente e Mudan?a Climática, Marina Silva, e pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto.

O compromisso foi firmado na semana em que se realiza a reuni?o de ministros da Economia e presidentes de bancos centrais do G20, grupo das maiores economias desenvolvidas e em desenvolvimento, que é presidido este ano pelo Brasil.

"O risco cambial é um fator que dificulta investimentos em mercados emergentes, como o Brasil, contribuindo para o atual déficit de investimento em infraestruturas sustentáveis e outros projetos verdes em grande escala", afirmou a autoridade monetária brasileira.

"Os esfor?os anunciados hoje pretendem incentivar os investimentos e oferecer prote??o cambial aos projetos que promovem a transforma??o ecológica e a transi??o para práticas e tecnologias sustentáveis", ressaltou.

O BID apoiará o Programa de Mobiliza??o de Capital Privado Estrangeiro e Prote??o Cambial, no marco do Fundo Nacional de Mudan?a Climática, com uma linha de crédito de 2 bilh?es de dólares e apoio técnico.

Com o Banco Central, o BID apoiará o desenvolvimento, liquidez e eficiência do mercado de coberturas cambiais de longo prazo no país, pondo à disposi??o do Programa um limite de 3,4 bilh?es de dólares para coberturas cambiais.

O Programa também introduz inova??es financeiras que buscam oferecer aos investidores interessados no Brasil alternativas para melhorar suas perspectivas de investimento, incluindo uma linha de liquidez a longo prazo operada pelo Fundo Nacional de Mudan?a Climática, que poderá contar com recursos da linha de crédito do BID.

O presidente do BID, Ilan Goldfajn, disse que é necessário mudar o nível de financiamento para enfrentar os impactos das mudan?as climáticas.

"As inova??es financeiras que o Governo do Brasil e do BID est?o impulsionando têm o potencial de aumentar o nível de investimentos verdes. Este programa ajudará o Brasil em seu caminho para a transforma??o ecológica e fortalecerá uma economia mais resistente, sustentável e próspera", destacou.

O Secretário do Tesouro, Rogério Ceron, disse que a transi??o para uma economia baixa em carbono é uma necessidade global e, para o Brasil, é também uma oportunidade única.

"Temos uma matriz energética limpa, potencial de reflorestamento e necessitamos aproveitar esta janela enquanto há um movimento global de relocaliza??o das cadeias produtivas", afirmou.

Por sua vez, a ministra do Meio Ambiente e Mudan?a Climática, Marina Silva, explicou que o governo trabalha nos dois eixos estratégicos do desenvolvimento sustentável: enfrentar os crimes contra o patrim?nio natural de nosso país e criar um novo ciclo de prosperidade econ?mica e social.

"O evento de hoje com o BID representa outro passo concreto para a constru??o de uma economia sustentável que ajude a combater a desigualdade", ressaltou.

O BID assumiu a lideran?a do grupo de Chefes de Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (BMD) e Bancos Regionais de Desenvolvimento (BRD) em 2024, cuja agenda coincide em vários temas com a presidência brasileira do G20 durante o mesmo ano.