O ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad, prop?s discutir uma taxa??o global mínima sobre a riqueza durante a reuni?o de ministros das Finan?as e presidentes de Bancos Centrais do G20, integrado pelas maiores economias do mundo, que se realiza na cidade brasileira de S?o Paulo.
Haddad, que discursou nesta quarta-feira na abertura do evento, mas de forma virtual, após ter sido diagnosticado com COVID, afirmou que uma tributa??o mínima global sobre a riqueza "poderá constituir o terceiro pilar para a coopera??o tributária internacional".
"Reconhecendo os avan?os obtidos na última década, precisamos admitir que ainda precisamos fazer com que bilionários do mundo paguem sua justa contribui??o em impostos", afirmou Haddad.
Durante o discurso, o ministro afirmou que houve uma "confus?o" da integra??o econ?mica global com a liberaliza??o de mercados, a flexibiliza??o das leis trabalhistas, a desregulamenta??o financeira e a livre circula??o de capitais.
"é hora de redefinir a globaliza??o. Necessitamos criar incentivos para que os fluxos internacionais de capital se dirijam eficientemente para as melhores oportunidades, já n?o mais definidas em termos de rentabilidade imediata, mas segundo critérios sociais e ambientais", ressaltou Haddad.
O representante do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou a necessidade de uma agenda que tenha seu foco nas desigualdades.
"A Presidência brasileira assumiu o desafio de fazer um G20 inclusivo, no qual temos a oportunidade de avan?ar em uma série de temas que nos preocupam, como a luta contra a pobreza e a desigualdade", disse Haddad.
Acrescentou que outros temas que preocupam s?o "o financiamento eficaz do desenvolvimento sustentável", bem como "a coopera??o mundial e o problema do endividamento cr?nico de vários países".
O ministro brasileiro admitiu que o clima econ?mico é "difícil", ao recordar que nas últimas três décadas o discurso sobre a globaliza??o tem oscilado entre o otimismo desenfreado e a nega??o total.
"Chegamos a uma situa??o insustentável, na qual o 1% mais rico possui 43% dos ativos financeiros do mundo e emite a mesma quantidade de carbono que os dois ter?os mais pobres da humanidade", enfatizou.
A reuni?o de ministros das Finan?as e presidentes de Bancos Centrais celebrada em S?o Paulo prevê definir nesta quinta-feira um documento que contribua para a Cúpula de Chefes de Estado e de Governo do G20 que acontecerá em novembro próximo no Rio de Janeiro e encerrará a presidência brasileira do Grupo, iniciada em novembro passado.