Por Beatriz Cunha e Fu Yuanyuan
“é uma honra estarmos participando como convidados, homenageados do Festival Internacional de Cinema de Beijing, justamente no ano em que o Brasil comemora 50 anos da rela??o diplomática Brasil-China”, disse Cassius Antonio da Rosa, secretário executivo adjunto do Ministério da Cultura do Brasil (MinC), ao conceder uma entrevista ao Diário do Povo Online, em Beijing.
O secretário executivo adjunto do Ministério da Cultura do Brasil, Cassius Antonio da Rosa, concede uma entrevista ao Diário do Povo Online, em Beijing, em 22 de abril. (Foto: Fu Yuanyuan/Diário do Povo Online)
Este ano marca o 50o aniversário do estabelecimento das rela??es diplomáticas entre a China e o Brasil. Uma delega??o de representantes do MinC veio à China para participar do Festival Internacional de Cinema de Beijing, que ocorre de 18 a 26 de abril e tem o Brasil como país convidado.
Cassius Rosa, secretário executivo adjunto do MinC, integra a delega??o de brasileiros participando das atividades do festival, onde expressou a importancia de uma coopera??o mais profunda entre os dois países na área cinematográfica.
Ele vê esta ocasi?o como uma oportunidade n?o apenas de aprofundar as rela??es na cena cultural, mas também de avan?ar ainda mais na coopera??o comercial.
Cassius observou a importancia do mercado cinematográfico para o povo chinês, indicando inclusive que há quase uma equipara??o no número de salas exibindo filmes com baixa bilheteria na China e salas exibindo filmes recordes de bilheteria no Brasil. O que significa que a parceria entre os dois países só tende a ser positiva, especialmente para o crescimento econ?mico do Brasil, explicou ele ao Diário do Povo Online.
Além de participar do Festival Internacional de Cinema de Beijing, o Brasil exibe quatro filmes: Marte Um, Que Horas Ela Volta, Uma História de Amor e Fúria e Retrato Fantasmas. A expectativa, segundo Cassius, é de que ao contemplar a diversidade cultural exposta no festival, a popula??o chinesa se sinta instigada a conhecer mais do cinema e da cultura brasileira, e especialmente, queira visitar o Brasil.
O secretário demonstrou um profundo otimismo no sentido de que haja uma coopera??o extensa e profunda na área do audiovisual, expressando seu desejo de que o Brasil possa estar presente n?o somente em festivais de cinema, mas também tenha uma participa??o assídua nas salas de cinemas e na televis?o chinesa com produ??es brasileiras.
“Nós queremos investir nessa rela??o n?o apenas através do cinema, mas através da literatura, das artes, mostrando muito do que nos une também”, disse Cassius.
O secretário lamentou que, embora a China seja o principal parceiro comercial do Brasil, o conhecimento da cultura um do outro “ainda é muito pequeno perto do potencial que essas rela??es culturais podem ocasionar”.
O Congresso Brasileiro está atualmente tratando de dois importantes acordos de co-produ??o cinematográfica, disse ele, acrescentando que na área de televis?o, o Brasil quer “estabelecer uma série de produ??es na área de documentários, novelas e programas de diversidade, n?o apenas nas atividades estatais, mas também incentivar as TVs privadas a estabelecerem esses acordos”.
Atualmente, o Museu Cine da China e a Cinemateca Brasileira vem produzindo a??es na área de forma??o e intercambio, para “garantir a preserva??o de toda a história da cinematografia tanto da China quanto do Brasil”, indicou ele.
Em rela??o à televis?o, Cassius adiantou que o Brasil terá a estatal Empresa Brasil de Comunica??o (EBC), responsável pela TVE Brasil, acompanhando a delega??o brasileira para a VII Sess?o Plenária da Comiss?o Sino-Brasileira de Alto Nível de Concerta??o e Coopera??o (COSBAN), que será realizada em junho, na China.
De acordo com ele, o Brasil disp?e da Lei Paulo Gustavo, que “injetou R$ 13,8 bilh?es diretamente nos estados e municípios, designou 70% do seu or?amento para o audiovisual”, para a produ??o, forma??o e estrutura??o de espa?os.
As a??es na política do audiovisual s?o diretamente resolvidas pela Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura. Além disso, o Brasil conta com a Agência Nacional do Cinema (ANCINE), que através do Fundo Setorial do Audiovisual, injeta recursos para produ??es de média e longa-metragens, explicou Cassius.
Essas a??es fortalecem o mercado cinematográfico brasileiro, aumentando a demanda por espa?os de exibi??o, e a coopera??o com a China nesse aspecto é uma excelente oportunidade para ambos os lados, destacou ele.
O ministério da cultura do Brasil pretende ainda, juntamente com o ministério da educa??o (MEC) estabelecer a constru??o de programas de intercambio para aprofundar o intercambio com a China na área audiovisual e demais linguagens artísticas, para através da forma??o integrar ainda mais as duas na??es, disse Cassius.