Cercada por um enorme reservatório e vegeta??o densa, uma ilhota em Hefei, capital da Província de Anhui, no leste da China, parece tranquila. No entanto, o lugar é dedicado a algo muito importante, ou seja, à pesquisa de fus?o nuclear com o futuro da humanidade em mente.
A Ilha da Ciência é um epítome da inova??o e da abertura da ciência e da tecnologia da China em busca de energia limpa para o futuro, bem como de solu??es para as mudan?as climáticas e problemas de saúde, por meio da coopera??o global.
"Uma coisa que realmente me agrada aqui é, como se pode ver na sala de controle, o grande número de jovens envolvidos no projeto. é exatamente disso que a fus?o precisa", observou Richard Pitts, líder de Experimentos e Opera??o de Plasma do Reator Termonuclear Experimental Internacional (ITER, em inglês).
Criado na Fran?a por sete membros do ITER -- China, Uni?o Europeia, índia, Jap?o, República da Coreia, Rússia e Estados Unidos, o ITER será o maior reator experimental de fus?o nuclear tokamak do mundo. Um tokamak é basicamente uma gaiola magnética projetada para confinar, moldar e controlar os plasmas superquentes que possibilitam as rea??es de fus?o.
Conforme Pitts, o ITER deve ser visto como um projeto fundamental para unir as na??es, e a China é um exemplo brilhante disso.
A China participou oficialmente do programa ITER em 2006. Cerca de 10% dos pacotes de aquisi??o foram realizados pela China. O Instituto de Física de Plasma da Academia Chinesa de Ciências (ASIPP, em inglês), localizado na ilhota, é o principal instituto responsável pelo ITER.
"A China está liderando a fus?o nuclear. Nossa coopera??o em pesquisa básica deu resultados muito bons em pesquisa aplicada", afirmou Grigory Trubnikov, diretor do Instituto Conjunto de Pesquisa Nuclear e acadêmico da Academia Russa de Ciências, ao visitar a ilha em 1o de julho.
"Temos muitos planos em conjunto, e n?o apenas em pesquisa básica, mas também em engenharia, física, nova energia, biomedicina e muito mais para melhorar a qualidade de vida das pessoas", observou ele.
A Ilha da Ciência abriga o Experimental Tokamak Supercondutor Avan?ado (EAST, em inglês), conhecido como o "Sol artificial" chinês, cujo objetivo final é criar fus?o nuclear como o sol, usando substancias abundantes no mar para fornecer um fluxo constante de energia limpa.
Em 2023, um novo plano de constru??o e opera??o foi desenvolvido para o programa ITER, que exige experimenta??o para encontrar e resolver possíveis problemas. Com o mesmo caminho tecnológico e condi??es experimentais do ITER, a EAST foi escolhida pela organiza??o do ITER como parceira na otimiza??o de seus novos planos.
A China tem compartilhado as conquistas do EAST com o resto do mundo.
Em maio de 2023, a Academia Chinesa de Ciências lan?ou oficialmente um programa piloto de pesquisa de energia de fus?o de confinamento magnético para inova??o aberta, com o objetivo de criar um ecossistema de inova??o aberta globalmente competitivo.
Com o apoio das principais instala??es científicas, incluindo a EAST, a ASIPP facilitou ativamente o desenvolvimento de disciplinas e dispositivos experimentais relevantes em países do Sudeste Asiático, ásia Ocidental, América do Sul e Norte da áfrica.
Em 25 de julho de 2023, o primeiro dispositivo experimental de tokamak da Tailandia foi lan?ado oficialmente, fruto de uma colabora??o conjunta entre a ASIPP e o Instituto de Tecnologia Nuclear da Tailandia.
Com o objetivo de fortalecer a capacidade da Tailandia em pesquisa de fus?o, os dois lados decidiram construir conjuntamente o primeiro dispositivo de tokamak em um país da ASEAN e, ao mesmo tempo, ajudar a Tailandia a cultivar uma equipe de jovens talentos em pesquisa de fus?o.
"Mais de 100 pessoas da nossa equipe viajam para a sede do ITER quase todos os anos para realizar pesquisas conjuntas", informou Gong Xianzu, chefe da divis?o de Física e Opera??es Experimentais do EAST.
Enquanto isso, mais de 500 acadêmicos estrangeiros visitam a ilhota todos os anos para intercambio e colabora??o com seus colegas chineses. A ilhota apresentou mais de 130 profissionais estrangeiros e estabeleceu uma rede de inova??o que abrange mais de 150 institui??es de pesquisa de cerca de 70 países e regi?es, de acordo com a ASIPP.
A cerca de 16 quil?metros da Ilha da Ciência está o Origin Wukong, o computador quantico supercondutor de terceira gera??o desenvolvido independentemente pela China.
Batizado com o nome de uma lenda mítica da China, o computador de alta tecnologia demonstrou seus poderosos poderes. Desde o início da opera??o, em 6 de janeiro, o equipamento concluiu cerca de 250 mil tarefas de computa??o quantica para usuários globais, e o número de instancias de acesso ao computador para mais de 125 países e regi?es ultrapassou 12 milh?es, de acordo com as autoridades locais.
A China aumentará sua capacidade de abertura e, ao mesmo tempo, expandirá a coopera??o internacional, enquanto as empresas privadas capazes de liderar as iniciativas nacionais receber?o apoio para fazer avan?os nas principais tecnologias, de acordo com a devis?o do Comitê Central do PCCh sobre o aprofundamento da reforma de forma abrangente para avan?ar a moderniza??o chinesa.
O poder da computa??o será a base da economia no futuro, e o poder da computa??o quantica é muito mais forte do que o de um supercomputador e requer menor consumo de energia, explicou Guo Guoping, cientista-chefe da Origin Quantum Computing Technology Co.
"Podemos usar a tecnologia de computa??o quantica para obter avan?os em vários setores para melhorar a produtividade, criar mais valor e ajudar a promover o desenvolvimento econ?mico", acrescentou Guo.