Na ter?a-feira, a Comiss?o Europeia anunciou a decis?o final da investiga??o antissubsídios em veículos elétricos (VEs) da China. A partir de quarta-feira, a UE irá impor direitos compensatórios definitivos sobre as importa??es de VEs da China por um período de cinco anos.
No entanto, foi também declarado que a UE e a China continuam trabalhando para encontrar solu??es alternativas compatíveis com a OMC. Em resposta, um porta-voz do Ministério do Comércio chinês expressou na quarta-feira que a China n?o aprova nem aceita a decis?o, tendo apelado ao mecanismo de solu??o de controvérsias da OMC.
O porta-voz pediu ao lado europeu que trabalhasse construtivamente com a China para avan?ar para uma próxima fase de consultas da equipe técnica e se esfor?asse para chegar a uma solu??o mutuamente aceitável o mais rápido possível, de modo a evitar uma escalada de atritos comerciais.
Embora tanto a China quanto a Europa continuem trabalhando em dire??o a uma solu??o de compromisso de pre?os, devemos expressar o nosso profundo pesar em rela??o à decis?o final atual da Comiss?o Europeia, que levanta uma bandeira branca para o protecionismo.
A presidente da Associa??o Alem? da Indústria Automotiva, Hildegard Mueller, disse que a decis?o consistiu em "um passo atrás no livre comércio global", e compartilhamos a mesma preocupa??o. Fundamentalmente, o decreto tarifário da UE representa uma "lei de prote??o de carruagens puxadas por cavalos" do século XXI, que busca fechar mercados e excluir a concorrência leal, essencialmente abrigando sua própria capacidade de baixo desempenho no setor de VE em uma estufa. Isto representa um passo atrás no livre comércio.
Desde o início da alegada investiga??o anti-subsídio acionada pela Comiss?o Europeia, até ao anúncio da decis?o final, tudo se resume à Europa se envolvendo em práticas protecionistas sob o pretexto de "concorrência leal", enquanto, na verdade, implementa a "concorrência desleal".
é compreensível que a UE, enquanto potência tradicional da indústria automotiva global, se sinta ansiosa sobre os novos desenvolvimentos no setor automotivo. No entanto, culpar a desvantagem comparativa de sua própria competitividade nas empresas chinesas por "aproveitar subsídios injustos" é um tipo de evas?o, como enterrar a cabe?a na areia, e uma falta de espírito de concorrência.
A competitividade global dos VEs chineses decorre da fabrica??o eficiente, de uma cadeia de suprimentos robusta e da inova??o tecnológica contínua. Essas vantagens n?o foram alcan?adas por meio da estratégia de "quintal pequeno, cerca alta", mas por meio da coopera??o aberta.
Se a Europa continuar a combater a concorrência de mercado com protecionismo, corre o risco de perder uma janela valiosa para a atualiza??o industrial e o avan?o tecnológico.
Durante a crise do petróleo, o protecionismo n?o travou o influxo de carros japoneses acessíveis e com baixo consumo de combustível nos mercados ocidentais; da mesma forma, nos últimos 40 anos, o protecionismo n?o interrompeu o declínio da competitividade das indústrias de a?o e constru??o naval dos EUA.
Na indústria automotiva altamente globalizada de hoje, essa decis?o só impedirá que as montadoras europeias acessem novas tecnologias avan?adas de energia.
Alguns relatos da mídia indicam que antes que a UE votasse sobre a imposi??o das tarifas, diplomatas dos EUA visitaram vários Estados-membros da UE, supostamente fazendo lobby para que adotassem uma "posi??o mais dura" em rela??o à China.
Algumas vozes sugerem que a decis?o da Comiss?o Europeia de impor tarifas sobre VEs chineses é politicamente motivada, visando favorecer a avalia??o da "linha-dura contra a China".
No entanto, seja no desenvolvimento de indústrias emergentes, como veículos elétricos, ou na obten??o de estabilidade e prosperidade a longo prazo, o futuro da Europa depende do aumento de sua competitividade por meio do livre comércio. "Ser duro com a China" dificilmente conferirá à Europa qualquer vantagem estratégica.
A raz?o pela qual a Comiss?o Europeia e a China chegaram a esse ponto, perdendo inúmeras oportunidades para uma resolu??o mais simples, deve-se, em grande parte, a algumas pessoas tentarem enviar à China um suposto "sinal político".
Essa abordagem adicionou desnecessariamente uma perspectiva política polarizada a quest?es comerciais que poderiam ser resolvidas por meio do equilíbrio, da complementaridade e da coordena??o.
A UE deveria reconhecer que o livre comércio - n?o o protecionismo - é seu princípio fundamental, e retornar a um caminho de coopera??o em vez de amplificar o confronto. Somente uma Europa aberta, justa e aut?noma poderá atrair o investimento e a colabora??o globais.
Resolver diferen?as por meio do diálogo sempre foi uma característica fundamental das rela??es China-UE e continua sendo uma das suas vantagens em um cenário internacional em constante mudan?a. A China é uma firme promotora da globaliza??o econ?mica que beneficia a todos e é inclusiva. Isso é do interesse de todas as partes no mundo, incluindo a China e a Europa.
A China acredita também que uma UE estrategicamente aut?noma tem a disponibilidade e a capacidade de resolver disputas comerciais com a China por meio do diálogo e da consulta no novo cenário de comércio global, e de manter o sistema de comércio multilateral global. Esperan?osamente, a Comiss?o Europeia demonstrará uma atitude e a??es que permitam chegar a um acordo com a China o mais rápido possível.