O Brasil e a China desenvolveram uma parceria estratégica que, além de beneficiar ambos os povos, desempenha um papel crucial na promo??o de uma ordem internacional mais justa e equitativa, na busca pela paz, pela estabilidade mundial e pelos interesses dos países do Sul Global.
Em entrevista à Xinhua, a deputada Gleisi Hoffmann, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), fez um balan?o muito positivo dos avan?os nos 50 anos de rela??es diplomáticas entre os dois países, que abrangem todas as áreas.
"A primeira conquista foi o respeito mútuo que se estabeleceu entre os dois países, China e Brasil. Desde o estabelecimento das rela??es diplomáticas, caminhamos para o crescimento das rela??es comerciais, atendendo às necessidades e oportunidades que ambos os países oferecem de forma complementar, e para rela??es políticas fecundas, levando em conta as realidades e características de cada um", afirmou.
"Nesta base, têm-se desenvolvido parcerias estratégicas, aproximando os dois povos, que se aprofundaram e diversificaram nos mais diversos domínios, desde a ciência e tecnologia à cultura, ao turismo e até a gastronomia. A China e o Brasil têm muito para oferecer um ao outro e ao mundo", acrescentou.
A presidente do PT considerou a diplomacia entre chefes de Estado "fundamental" no fortalecimento da confian?a política mútua e no aprofundamento da coopera??o econ?mica e comercial entre a China e o Brasil.
"A diplomacia presidencial, especialmente no caso do Brasil e da China, gera uma dinamica fundamental para que atuem juntos n?o só nas rela??es bilaterais, mas também nas constru??es multilaterais que visam a paz mundial, a justi?a e o desenvolvimento dos povos e países. Se queremos outro tipo de governan?a mundial, temos que trabalhar neste tipo de diplomacia", ressaltou.
Hoffmann destacou também a coopera??o entre os dois países em estruturas multilaterais para promover uma governan?a global mais inclusiva e equilibrada.
"Considero que as a??es da China e do Brasil s?o fundamentais para o estabelecimento de melhores rela??es, mais justas e mais democráticas em nível global, uma verdadeira mudan?a em rela??o ao panorama atual. A atua??o em fóruns multilaterais tem sido uma prioridade tanto para o Brasil quanto para a China e estes espa?os de coopera??o têm ajudado a construir uma nova ordem global, sem hegemonismo, com o objetivo de um mundo mais pacífico e justo", afirmou.
Segundo a presidente do PT, esta sinergia é necessária, bem como agir cada vez com mais firmeza, sem nunca abrir m?o do respeito a todos os povos e países, priorizando sempre o diálogo e a coopera??o na tomada de decis?es. Ela também destacou a expans?o dos la?os bilaterais em diversas áreas.
"Em pouco mais de duas décadas, a China se tornou o principal parceiro comercial do Brasil, nos aproximando muito e agregando novos e importantes conteúdos às nossas rela??es. N?o tenho dúvidas de que daremos grandes passos em dire??o a parcerias nas áreas de tecnologia, educa??o e saúde, entre os muitos setores em que a China alcan?ou grandes feitos nos últimos anos", disse.
Hoffmann enfatizou que existe uma rela??o sólida e saudável entre a China e o Brasil para promover a paz, a estabilidade e a prosperidade globais.
"Basta constatar as posi??es muito próximas do Brasil e da China nas organiza??es internacionais das quais fazem parte, sempre que se trata da defesa da paz, da coopera??o para o desenvolvimento, do respeito à soberania dos países e da democratiza??o dos órg?os multilaterais de decis?o", acrescentou.
"A China e o Brasil s?o grandes países, países pacíficos que se posicionam positivamente na constru??o do diálogo e da estabilidade global, o que é do interesse de todos", afirmou.
Destacou que a China e o Brasil, com os seus resultados significativos na redu??o da pobreza, oferecem um exemplo ao mundo para promover a Alian?a Global contra a Fome e a Pobreza proposta pelo presidente Lula no G20.
"Através de a??es ousadas, alinhadas com suas características, necessidades e recursos, o Brasil e a China reduziram significativamente a fome e a pobreza em seus territórios. Se a China e o Brasil foram capazes de enfrentar esse desafio, por que outros países n?o o fariam?", questionou.
"E também atuando em conjunto em uma campanha política incisiva, influenciando organiza??es internacionais a adotarem esta agenda como prioridade e influenciando a necessidade dos países ricos ajudarem os mais pobres através de programas de financiamento, por exemplo, renegociando e até cancelando as dívidas que estrangulam as na??es mais pobres", frisou.
Sobre o conceito de governan?a econ?mica global proposto pela China, baseado em igualdade, abertura, coopera??o e partilha, Hoffmann se mostrou entusiasmada.
"Estou entusiasmada com este modelo de rela??es que a China apresenta, baseado na coopera??o e partilha, sem intervir na soberania dos países. Este modelo, que se espalhou por muitos países importantes, já está contribuindo para dar visibilidade ao conceito de uma nova ordem mundial. Prova disso é o fortalecimento do Sul Global. Hoje em dia, as maiores alian?as da América Latina s?o com a China, o que, sem dúvida, refor?a o espírito e a prática do multilateralismo." disse.
Por fim, a presidente do PT enfatizou a importancia dos esfor?os da China e do Brasil para promover o desenvolvimento do Sul Global e amplificar sua voz nos fóruns globais.
"Teremos mais for?a, mais voz e mais autoridade política à medida que aprofundarmos nossas rela??es e, claro, assinarmos mais acordos de coopera??o estratégica. Espero que agora sejam assinados mais acordos importantes de coopera??o estratégica", concluiu.
