A conferência sobre mudan?as climáticas das Na??es Unidas COP29 entrou em impasse na sexta-feira, sua data de conclus?o programada, com as principais preocupa??es dos países em desenvolvimento em grande parte n?o abordadas.
Uma tarefa fundamental da reuni?o da ONU, que come?ou em 11 de novembro em Baku, Azerbaij?o, é estabelecer um compromisso de financiamento climático pós-2025 de na??es desenvolvidas para países em desenvolvimento, com base na promessa anterior de US$ 100 bilh?es por ano.
O compromisso é oficialmente conhecido como Nova Meta Quantificada Coletiva, ou NCQG.
No último rascunho do texto das negocia??es, que foi tornado público nas primeiras horas de quinta-feira, havia um espa?o reservado 'X' n?o resolvido sobre quanto financiamento climático as na??es desenvolvidas devem fornecer e mobilizar.
Depois de serem solicitados a comentar sobre uma proposta de NCQG de US$ 200 bilh?es em uma entrevista coletiva na quarta-feira, os delegados dos países em desenvolvimento ofereceram uma resposta breve, mas desdenhosa.
"Isso é uma piada?", perguntou Diego Pacheco da Bolívia, falando em nome do Like Minded-Group of Developing Countries, ou LMDC.
Seu tom incrédulo provocou risos durante toda a coletiva de imprensa. Adonia Ayebare do Uganda, falando pelo Grupo dos 77, repetiu a pergunta retórica, provocando outra rodada de risadas.
Ali Mohamed do Quênia, em nome do Grupo Africano de Negociadores, enfatizou que os US$ 200 bilh?es sugeridos pelo jornalista estavam longe de ser suficientes.
"O quantum que estamos apresentando n?o chega nem perto do que você acabou de sugerir. Acabamos de ver o relatório sobre a lacuna de adapta??o que dizia que a lacuna para as necessidades de adapta??o para os países em desenvolvimento é de até US$400 bilh?es", afirmou.
Ele acrescentou: "Se n?o consegue nem responder à lacuna na adapta??o, muito menos outras coisas. Consideramos isso uma grande piada".
Ayebare de Uganda, enfatizando a necessidade de um número preciso do NCQG, comparou sua importancia a uma manchete de notícias convincente.
"Eu costumava ser um membro da imprensa. A manchete é importante. é melhor do que o contexto", disse ele com um sorriso. "Precisamos de uma boa manchete que realmente fale sobre um grande quantum em trilh?es, depois podemos entrar em outras quest?es."
Ayebare também repreendeu o argumento de alguns países desenvolvidos sobre incluir alguns países em desenvolvimento, como a China, na base de contribuintes para o NCQG.
"As pessoas têm falado sobre expandir a base de contribuintes. Mas, como Diego disse, o Acordo de Paris 9.1 é muito claro. é de países desenvolvidos", ele mencionou.
O Artigo 9 do Acordo de Paris estipula que os países desenvolvidos fornecer?o recursos financeiros para ajudar os países em desenvolvimento como parte de suas obriga??es existentes sob a Conven??o-Quadro das Na??es Unidas sobre Mudan?as Climáticas.
As na??es desenvolvidas s?o encorajadas a fornecer esse apoio voluntariamente, acrescenta.
Ayebare disse que as negocia??es do NCQG n?o deveriam precisar reabrir as negocia??es sobre o Acordo de Paris, embora as partes pudessem também incluir outra camada no texto sobre contribui??o voluntária, ele disse.
"Mas isso deveria ser depois da manchete", enfatizou.
Em uma entrevista ao China Daily, Eang Sophalleth, ministro do meio ambiente do Camboja, enfatizou a importancia do financiamento climático de países desenvolvidos para na??es em desenvolvimento, enquanto elas lutam para lidar com os impactos adversos da crise climática que sofrem desproporcionalmente.
O ministro disse que, nos últimos meses, viu a mudan?a climática causar problemas mais sérios n?o apenas na ásia, mas em outras partes do mundo, com tuf?es, tempestades e secas acontecendo "com mais frequência" e "causando muito mais estragos".
"Quando isso acontece com os países pobres em desenvolvimento, nós sofremos mais", ressaltou.
Enquanto os países desenvolvidos s?o financeiramente capazes de reconstruir as infraestruturas e as habita??es devastadas por esses desastres, muitas na??es em desenvolvimento s?o financeiramente limitadas para fazer isso, observou.