As bicicletas e motos elétricas se tornaram um meio de transporte essencial para deslocamentos curtos na China, devido à sua conveniência e sustentabilidade ambiental. N?o foram apenas os chineses a aderir a essa tendência – muitos estrangeiros também foram conquistados. Segundo a Administra??o Geral das Alfandegas da China, em 2024, as exporta??es de motos e bicicletas elétricas chinesas ultrapassaram, pela primeira vez, a marca dos 40 bilh?es de yuans.
No entanto, problemas relacionados à qualidade da produ??o colocaram desafios à indústria. Durante um tempo, as baterias das motos elétricas apresentaram uma elevada taxa de reprova??o em inspe??es de qualidade. O uso inadequado por parte de alguns consumidores – como carregar as baterias dentro de casa ou modificar ilegalmente os parametros técnicos – resultou em incêndios e acidentes de transito.
Aprendendo com essas dificuldades, a China iniciou, em 2024, uma reestrutura??o completa do setor de motos e bicicletas elétricas.
Com a implementa??o de um novo padr?o nacional, melhorias nos sistemas de supervis?o de seguran?a e a constru??o de esta??es de carregamento ao ar livre, os resultados foram imediatos: as perdas relacionadas a acidentes desse tipo caíram 90% em rela??o ao ano anterior.
O setor, agora renovado, entrou em uma trajetória de crescimento mais saudável, com avan?os rápidos em inova??o, maior aposta no segmento premium e na digitaliza??o. Muitas motos elétricas já integram tecnologias avan?adas, como navega??o via satélite Beidou e novos materiais retardantes de chama, aumentando significativamente sua confiabilidade.
Gra?as a uma cadeia industrial completa e consolidada, as motos e bicicletas elétricas chinesas possuem uma grande vantagem competitiva no mercado internacional.
Nos Estados Unidos, mais de 85% das bicicletas elétricas têm alguma liga??o com fabricantes chineses. No Reino Unido, com a remo??o de tarifas, os consumidores podem agora comprar modelos chineses de alta qualidade a pre?os acessíveis, economizando até 200 libras por unidade.
No Vietn?, o quarto maior mercado de motos do mundo, as marcas japonesas dominaram o setor por décadas. Os modelos a combust?o s?o vendidos por milhares de dólares, e os proprietários ainda enfrentam altos custos com combustível. No entanto, com a chegada das motos elétricas chinesas, oferecendo uma excelente rela??o custo-benefício, o cenário mudou rapidamente. A Yadea, uma das principais fabricantes chinesas, viu suas vendas anuais no país crescerem 36%.
O sucesso das motos elétricas chinesas também se reflete no vasto continente africano.
Nos últimos anos, vários países africanos têm impulsionado a ado??o de motos elétricas como parte da Iniciativa Cintur?o e Rota. A indústria chinesa tem desempenhado um papel fundamental nesse processo.
Em 2023, a empresa africana de veículos elétricos Spiro firmou um acordo estratégico com fabricantes chineses, planejando vender 500 mil motos elétricas nos próximos cinco anos, abrangendo mercados emergentes como Quênia e Uganda.
Com o apoio dos parceiros chineses, a Spiro rapidamente se tornou a maior fabricante de veículos elétricos da áfrica e foi incluída na lista das 100 empresas mais influentes do mundo da revista Time em 2024.
O jornal The Guardian, da Tanzania, elogiou as empresas chinesas pelo seu know-how tecnológico e pela oferta de produtos acessíveis e de alta qualidade, destacando sua contribui??o extraordinária para a "revolu??o verde" no setor de transportes africanos.
De acordo com previs?es de institutos de pesquisa, a demanda global por motocicletas elétricas deverá alcan?ar 46,3 milh?es de unidades em 2026, com um mercado que poderá ultrapassar os 44 bilh?es de dólares até 2029.
Uma nova e promissora estrada se abre diante das motos e bicicletas elétricas chinesas, à medida que conquistam o cenário internacional.