O embaixador Mauricio Carvalho Lyrio, negociador-chefe do Brasil (Sherpa) no BRICS, reafirmou o compromisso de seu país em promover o uso de moedas locais no comércio e investimentos entre os membros do bloco. A declara??o foi feita durante Sess?o Solene em Homenagem aos Atuais e Novos Integrantes do BRICS, na Camara dos Deputados, em Brasília.
O Brasil exerce a presidência anual do BRICS, que culminará na cúpula presidencial marcada para 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro.
Lyrio discursou durante a Sess?o Solene em Homenagem aos Atuais e Novos Integrantes do BRICS, na Camara dos Deputados, convocada pela Frente Parlamentar do BRICS no Congresso Brasileiro.
O Sherpa enfatizou que o BRICS é um grupo muito significativo do ponto de vista demográfico, também do ponto de vista da diversidade regional, e ainda do ponto de vista econ?mico.
"Após a amplia??o do ano passado, o BRICS agora tem 11 membros: Brasil, Rússia, índia, China, áfrica do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados árabes Unidos, Etiópia, Ir? e Indonésia. Isso corresponde a aproximadamente 43% da popula??o mundial e, em termos de poder de compra, é quase 40% do PIB mundial", disse ele.
Ele lembrou ainda que na cúpula realizada em Kazan, na Rússia, em outubro passado, foi criada a categoria de país parceiro do BRICS, que conta com nove membros nessa condi??o: Belarus, Bolívia, Cazaquist?o, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailandia, Uganda e Uzbequist?o.
Lyrio, que foi sherpa durante a presidência brasileira do G20 no ano passado, disse que a experiência foi extremamente enriquecedora e ressaltou a importancia do trabalho do Parlamento.
"Gostaria de destacar a importancia do diálogo entre o Poder Executivo e o Congresso, eu diria, na evolu??o da posi??o brasileira em grupos importantes como o G20, como o BRICS", disse.
Segundo Lyrio, o cenário global "exige dos líderes do BRICS um compromisso renovado com o multilateralismo e com o fortalecimento de uma governan?a global que responda às aspira??es das sociedades".
O embaixador disse que o grupo está trabalhando para uma ordem global mais equilibrada e que recebeu diretrizes claras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre as prioridades da presidência brasileira.
Na área da saúde, foi promovida uma associa??o do BRICS para combater doen?as socialmente determinadas e doen?as tropicais negligenciadas, que têm maior impacto nos países em desenvolvimento.
Na área de comércio, investimentos e finan?as, a presidência brasileira priorizará a promo??o de um maior fluxo de comércio de investimentos entre os membros do BRICS, dado o potencial existente.
"Está abaixo do potencial, embora o relacionamento entre os países esteja se intensificando, em termos de finan?as e riqueza. Proporemos a ado??o de medidas de facilita??o do comércio, incluindo coopera??o regulatória e o uso de moedas locais para comércio e investimento", disse ele.
Outro eixo central da presidência brasileira será o combate às mudan?as climáticas, especialmente no que se refere ao financiamento climático, tendo em vista que em novembro deste ano será realizada a COP30 em Belém do Pará, na regi?o amaz?nica.
"Outro tópico será a governan?a da inteligência artificial e a reforma da arquitetura multilateral de paz e seguran?a", acrescentou Lyrio.
Por sua vez, o deputado Fausto Pinato, presidente da Frente Parlamentar do BRICS, destacou que o grupo, mais do que um bloco econ?mico, é um fórum de articula??o política entre na??es emergentes que compartilham desafios e oportunidades no cenário mundial.
"O BRICS n?o est?o trabalhando apenas para promover o desenvolvimento econ?mico e tecnológico de seus membros, mas também para dar às economias emergentes uma voz ativa nas principais decis?es internacionais", disse ele.
Durante a cerim?nia, líderes parlamentares de vários partidos também destacaram no pódio o papel do BRICS na defesa do multilateralismo, de uma ordem global mais equilibrada e da solidariedade entre as na??es.