O interesse renovado dos investidores estrangeiros no mercado chinês deve aumentar este ano, impulsionado por esfor?os políticos intensificados para reavivar o consumo doméstico e um boom de inova??o que está se espalhando pela economia, afirmaram executivos e analistas.

Prevendo uma rápida implementa??o das medidas de estímulo monetário e fiscal anunciadas recentemente, eles disseram que suporte político adicional pode ser introduzido ainda este ano, já que a meta pragmática de infla??o do governo sinaliza um compromisso mais forte para evitar quaisquer press?es deflacionárias.

"Reconhecemos que a atualiza??o do consumo na China está bem encaminhada e que há um potencial significativo para uma recupera??o econ?mica impulsionada pelo consumo", disse Kenny Pan, vice-presidente da Huntsman Polyurethanes para a ásia-Pacífico, uma empresa química global.

"Com um grupo de renda média crescente, aumento da confian?a do consumidor em meio à recupera??o econ?mica e forte apoio governamental à economia, a China continua sendo um importante impulsionador da demanda global", disse Pan.

Meng Lei, estrategista de a??es da China na UBS Securities, explicou que a confian?a dos investidores no mercado de capitais também está se recuperando, impulsionada por um conjunto abrangente de estímulos políticos, uma recupera??o nos lucros corporativos e o impacto dos avan?os da inteligência artificial, como o DeepSeek.

"Com o índice de pre?os ao produtor estreitando sua contra??o e o índice de pre?os ao consumidor tendendo para cima, espera-se que uma recupera??o no crescimento nominal do PIB impulsione aumentos de receita em empresas n?o financeiras de a??es A", disse ele. "O crescimento dos lucros dos componentes do índice CSI 300 alcan?ará cerca de 6% este ano, o que atrairá ainda mais a aten??o dos investidores globais", prevê ele.

Meng explicou que o acesso de menor custo a modelos de IA facilita o desenvolvimento de aplicativos de software, o que por sua vez beneficiará setores como dire??o aut?noma, robótica industrial, produtos farmacêuticos e finan?as. "Tudo isso impulsionará as avalia??es do mercado de a??es", ele acrescentou.

Os comentários deles vieram depois que o Relatório de Trabalho do Governo deste ano listou o aumento vigoroso do consumo como uma das principais prioridades em 2025 diante das elevadas incertezas externas. Num movimento raro, o relatório define uma meta de crescimento do índice de pre?os ao consumidor de cerca de 2%, marcando a primeira meta de infla??o abaixo de 3% em duas décadas.

"Estamos encorajados pela nova meta de 2% para a infla??o ao consumidor", disse Xiong Yi, economista-chefe para a China no Deutsche Bank. "Achamos que isso significa que o governo se afastou da abordagem anterior de estabelecer um teto de infla??o em dire??o a uma meta formal de infla??o de 2%, o que demonstra seu comprometimento em evitar a defla??o."

De acordo com o Departamento Nacional de Estatística da China (DNE), o índice de pre?os ao consumidor da China caiu anualmente 0,7% em fevereiro, após um aumento de 0,5% em janeiro. Esta foi a primeira queda no IPC desde janeiro de 2024.

O declínio foi devido principalmente ao momento do Festival da Primavera, que criou uma base de compara??o alta. Excluindo esse fator, o IPC subiu anualmente 0,1%, indicando que uma recupera??o moderada de pre?os permanece intacta, disse o DNE.

No entanto, Xiong Yuan, economista-chefe da Guosheng Securities, avalia que o motor fundamental do declínio do IPC é a demanda fraca. "A necessidade e a urgência de cortes na taxa de depósito obrigatório e redu??es nas taxas de juros aumentaram", observou ele.

O DNE informou que o índice de pre?os ao produtor, que mede os pre?os na porta da fábrica, caiu 2,2% na compara??o anual em fevereiro, em compara??o com uma queda de 2,3% em janeiro, em meio à crescente demanda de produ??o em alguns setores.