A China desenvolveu medidas políticas para refor?ar os gastos dos consumidores, com foco no aumento da renda das pessoas e na expans?o do programa de troca de bens de consumo, depois que o país fez dos esfor?os de aumento do consumo sua principal prioridade durante as recém-realizadas Duas Sess?es, as reuni?es anuais dos mais altos órg?os legislativos e consultivos políticos do país.
Essas iniciativas pró-consumo n?o só ajudar?o a segunda maior economia do mundo a atingir sua meta de crescimento de cerca de 5% este ano, diante de incertezas externas, como também facilitar?o sua transi??o para uma economia mais voltada para o consumo, segundo os especialistas.
O Gabinete Geral do Comitê Central do Partido Comunista da China e o Gabinete Geral do Conselho de Estado, emitiram um plano de a??o especial no domingo para impulsionar o consumo, em um esfor?o para enfrentar os principais desafios que afetam a confian?a do consumidor e o poder de compra.
O plano surge na esteira das Duas Sess?es, nas quais os formuladores de políticas, no início deste mês, definiram a rela??o déficit/PIB do país no nível mais alto já registrado, a fim de fornecer um impulso muito necessário ao consumo nacional.
A promo??o do aumento da renda para residentes urbanos e rurais recebeu alta prioridade no plano de a??o, por meio de medidas como o apoio ao emprego em setores-chave para permitir um crescimento razoável na renda baseada em salários e a estabiliza??o do mercado de a??es para expandir a renda baseada em propriedades.
No seguimento das medidas políticas implementadas desde setembro do ano passado, os mercados de a??es e o setor imobiliário da China mostraram sinais claros de recupera??o, disse Guo Chunli, vice-presidente da Academia Chinesa de Pesquisa Macroecon?mica.
"As tendências ascendentes ajudaram a estabilizar os pre?os dos ativos, tratando-se de um pré-requisito crucial para que os consumidores se sintam mais seguros sobre sua situa??o financeira e estejam mais dispostos a despender", disse Guo, acrescentando que a melhoria da confian?a do consumidor é um componente essencial dos esfor?os mais amplos do país para atingir sua meta de crescimento de cerca de 5% para 2025.
No decorrer dessas medidas de apoio político, os mercados imobiliários em cidades de alto nível, em particular, devem se estabilizar e recuperar o equilíbrio no segundo semestre do ano. O peso do setor imobiliário no desempenho econ?mico, incluindo o consumo, deverá diminuir, de acordo com um relatório divulgado na ter?a-feira pelo Citigroup.
O país aumentará também seu apoio a programas de troca de bens de consumo, utilizando mais fundos fiscais para capacitar as autoridades locais na expans?o dessas iniciativas, de acordo com o plano de a??o.
A China anunciou em seu Relatório de Trabalho do Governo de 2025, entregue durante as duas sess?es, que dobrará os títulos especiais do tesouro de ultralongo prazo destinados ao seu programa de troca para 300 bilh?es de yuans (US$ 41,43 bilh?es) este ano.
O incentivo, uma expans?o dos 150 bilh?es de yuans do ano passado para o programa, cobrirá de 15 a 20 por cento do pre?o de compra de uma gama mais ampla de produtos selecionados, incluindo smartphones, eletrodomésticos e veículos de nova energia.
Com base na experiência do ano passado, as vendas geradas por meio de trocas neste ano devem ultrapassar 2,4 trilh?es de yuans e aumentar o crescimento total das vendas no varejo de bens de consumo em quase 5 pontos percentuais, de acordo com a China Merchants Securities.
O consumo é essencial para a transi??o da China do antigo modelo impulsionado por investimento e infraestrutura para uma nova economia que elevará ainda mais o país. Essa tendência já foi observada na última década, com o consumo aumentando consistentemente como uma porcentagem do PIB, disse Ole Gerdau, diretor de opera??es do Deutsche Bank China, citando a pesquisa do banco.