Diante de uma economia global repleta de incertezas, os países do Sul Global precisam avan?ar em suas agendas de desenvolvimento e a moderniza??o chinesa oferece li??es valiosas, enfatizou Dilma Rousseff, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) e ex-presidente do Brasil, no Fórum de Desenvolvimento da China 2025, realizado recentemente em Beijing.

A China se transformou de uma "fábrica do mundo" em um polo global de inova??o e, gradualmente, consolidou-se como líder mundial em ciência, tecnologia e inova??o. Essa mudan?a n?o ocorreu por acaso, mas foi impulsionada por um planejamento estratégico, políticas visionárias, investimentos públicos contínuos e uma lideran?a proativa, destacou Rousseff, ressaltando que a inova??o tecnológica sempre foi o núcleo da estratégia nacional da China.

Rousseff observou que a China atualmente lidera em pedidos internacionais de patentes e forma mais graduados em ciências, tecnologia, engenharia e matemática.

O país se encontra na vanguarda em diversas áreas de energia renovável e tem alcan?ado avan?os rápidos em setores emergentes como inteligência artificial (IA), robótica, computa??o quantica e biotecnologia, segundo ela.

Empresas chinesas, como a DeepSeek, est?o promovendo quebras de paradigmas na área de IA e competem globalmente de forma mais econ?mica e com solu??es de código aberto. Essas inova??es têm o potencial n?o apenas de transformar a indústria de alta tecnologia, mas também de revolucionar setores tradicionais, afirmou.

De acordo com Rousseff, a experiência de desenvolvimento da China enfatiza a importancia de equilibrar um mercado eficiente com um governo bem administrado -- a base para um desenvolvimento sustentável. Isso exige reformas estruturais profundas, que tornem a economia mais produtiva, inclusiva e resiliente, acrescentou.

Rousseff também apontou que atualmente, o crescimento da economia mundial é amplamente impulsionado pelos mercados emergentes e pelos países do Sul Global. No entanto, muitos desses países ainda possuem uma estrutura econ?mica rudimentar, produtividade limitada e insuficiente capacidade de inova??o.

Para superar esses desafios, é necessário desenvolver um planejamento de políticas de longo prazo, aumentar os investimentos em educa??o, pesquisa e desenvolvimento, e fortalecer o capital humano, além de promover ativamente a coopera??o internacional, segundo ela.

"à medida que os países do Sul Global se inspiram na experiência chinesa, a estrutura do BRICS e o trabalho do NBD demonstram que, com o compromisso de uma coopera??o internacional fundamentada em uma vis?o comum, o desenvolvimento é plenamente possível", concluiu Rousseff.