Li Tielin, Diário do Povo

Os desenvolvimentos recentes na indústria automobilística da China geraram repercuss?es significativas, à medida que as montadoras chinesas compartilham cada vez mais tecnologias de ponta com parceiros globais.

Operário na linha de produ??o da fábrica de baterias da montadora chinesa BYD em Manaus, Brasil. (Foto: Hu Zexi/Diário do Povo)

Em um exemplo evidente, as marcas de veículos elétricos Dongfeng Motor, incluindo a Voyah, come?aram a trocar tecnologias com parceiros de joint venture como a Dongfeng Nissan.

Essa tendência n?o é isolada. A Xpeng está colaborando com o Grupo Volkswagen China no desenvolvimento de veículos elétricos, enquanto a SAIC Motor se uniu à marca premium da Volkswagen, Audi, para desenvolver uma plataforma digital para veículos inteligentes e elétricos.

Em mais um sinal de coopera??o estratégica, a empresa chinesa de dire??o aut?noma Pony.ai formou uma joint venture com a GAC Toyota Motor e a Toyota China Investment, destacando uma alian?a cada vez maior entre inovadores chineses e líderes globais da indústria.

Historicamente, as montadoras estrangeiras dominavam o mercado global de automóveis, com as joint ventures servindo como principal canal para as empresas chinesas aprenderem técnicas avan?adas de fabrica??o e experiência em gest?o. Essas parcerias iniciais estabeleceram as bases para o crescente cenário industrial da China. Hoje, no entanto, a dinamica colaborativa mudou drasticamente.

Avan?os nas principais tecnologias de eletrifica??o - incluindo baterias, motores e sistemas de controle sofisticados - bem como avan?os na dire??o inteligente, elevaram as marcas chinesas de meros aprendizes de tecnologia a líderes do setor. Antes caracterizadas por uma troca de acesso ao mercado por know-how tecnológico, essas joint ventures veem agora cada vez mais empresas chinesas fornecendo suporte tecnológico crítico a seus parceiros globais.

A transi??o de seguidor para líder no setor foi impulsionada por vários fatores. O mais importante entre eles é o compromisso com a inova??o independente, demonstrado pelo desenvolvimento doméstico de chips de alto desempenho, sistemas LiDAR, tecnologias híbridas e dire??o aut?noma.

Igualmente importante tem sido o esfor?o colaborativo em todo o setor, refor?ado por políticas governamentais de apoio, pesquisa e desenvolvimento robustos, melhor colabora??o entre um mercado eficaz e um governo proativo, um ecossistema industrial abrangente e um mercado alargado.

Medidas como a prolifera??o de infraestruturas de carregamento de VE, isen??es fiscais direcionadas e programas piloto de transi??o de transporte público para veículos elétricos estimularam coletivamente esse rápido avan?o.

Além disso, os fabricantes chineses de NEV se tornaram profundamente integrados às cadeias industriais e de suprimentos globais, expandindo sua presen?a internacional e ampliando seus servi?os para mercados globais. Montadoras como a Geely, Changan e Chery revelaram novas estratégias globais este ano, com planos para novas instala??es de fabrica??o no exterior avan?ando em ritmo acelerado.

A evolu??o da indústria de veículos elétricos da China - de uma dependência de tecnologias importadas para se tornar um contribuidor no cenário global - reflete o compromisso mais amplo da na??o com a abertura e colabora??o internacional. Essa abordagem é ilustrada pela implementa??o do DeepSeek, um dos modelos de inteligência artificial (IA) da China, no data center da Aramco, da Arábia Saudita.

Enquanto isso, a sonda lunar chinesa Chang'e-6 carregava instrumentos científicos desenvolvidos por meio da coopera??o internacional - um analisador de íons negativos da Agência Espacial Europeia e um detetor de gás rad?nio da Fran?a. A startup britanica Volklec fechou um acordo de licenciamento com a Far East Battery da China para usar sua tecnologia para fabricar baterias para armazenamento de energia e veículos elétricos, consolidando ainda mais a colabora??o transfronteiri?a.

Cada vez mais, as inova??es científicas e tecnológicas chinesas est?o dando frutos em todo o mundo, demonstrando que n?o s?o desenvolvidas apenas para benefício nacional, mas promovem oportunidades por meio de trocas e coopera??o. Isso facilita o compartilhamento de conquistas, incentiva a co-cria??o de ecossistemas e apoia o desenvolvimento comum em escala global.

Os acadêmicos estrangeiros veem agora a China como um "facilitador" - uma na??o que alavanca o comércio, as exporta??es de capital e a transferência de tecnologia para promover um desenvolvimento global mais equitativo e abordar disparidades globais de longa data. Como beneficiária de trocas científicas e tecnológicas internacionais, a China está ativamente abra?ando seu papel de fomentar uma coopera??o internacional aberta, justa, equitativa e n?o discriminatória no domíbio da ciência e da tecnologia.

Em meio a uma nova rodada de revolu??o tecnológicas e transforma??es industriais - impulsionada por avan?os em IA, tecnologia quantica e biotecnologia - a necessidade de trocas de ideias e melhor aloca??o de recursos nunca foi t?o grande. Abordagens isolacionistas como "desacoplamento e quebra de correntes" e "pátios pequenos e muros altos" ir?o apenas atrapalhar o progresso tecnológico.

Embora a competi??o tecnológica seja inevitável, enquadrá-la como um jogo de soma zero ignora o vasto potencial de sucesso compartilhado. O desenvolvimento do setor de veículos elétricos da China oferece uma experiência atraente: abertura e coopera??o criam oportunidades para benefício mútuo, proporcionando um ecossistema global onde a inova??o prospera.

Ao intensificar seu compromisso com a inova??o tecnológica e a coopera??o internacional, a China n?o está apenas aprimorando seu próprio cenário industrial, mas também contribuindo para o avan?o da tecnologia em todo o mundo, refor?ando a ideia de que o progresso é melhor alcan?ado por meio des parcerias em vez de divis?es.