Os países do BRICS discutiram medidas para fortalecer a colabora??o em seguran?a cibernética e tecnologia da informa??o (TIC) durante a 11a Reuni?o do Grupo de Trabalho sobre o tema, realizada presencialmente por dois dias em Brasília, informou a presidência brasileira nesta sexta-feira.

A reuni?o destacou a importancia de uma resposta conjunta aos desafios digitais, com propostas concretas para aumentar a prote??o contra amea?as cibernéticas e reduzir a desigualdade tecnológica entre as na??es.

O embaixador Carlos Márcio Bicalho Cozendey, secretário de Assuntos Políticos Multilaterais do Brasil, afirmou que o BRICS tem um papel estratégico a desempenhar na constru??o de um ambiente digital mais seguro e inclusivo.

"Os avan?os tecnológicos, juntamente com a prolifera??o de vulnerabilidades, apresentam desafios para todas as na??es, especialmente os países em desenvolvimento", disse ele.

Entre as medidas discutidas est?o o desenvolvimento de um memorando de entendimento entre os centros de resposta a incidentes cibernéticos dos países-membros, a promo??o de pesquisa e desenvolvimento em tecnologias seguras e a cria??o de canais de comunica??o diretos entre agências de seguran?a pública para combater crimes digitais.

"N?o queremos apenas declara??es, mas resultados operacionais que facilitem a comunica??o imediata em situa??es de crise. Por isso, acredito ser muito positivo poder estabelecer essa coopera??o aqui, dentro do BRICS", afirmou o embaixador Cozendey.

O Brasil, que atualmente preside o grupo, também prop?s expandir o debate para fóruns globais, como a Assembleia Geral da ONU, com o objetivo de estabelecer padr?es internacionais para o uso pacífico e seguro das TICs.

Com o aumento dos ataques cibernéticos e a crescente dependência de sistemas digitais, a unidade do BRICS nessa agenda é cada vez mais relevante, refor?ando o grupo como um ator fundamental na defini??o do futuro da seguran?a tecnológica global.

A coopera??o em investiga??es criminais também foi um dos destaques do encontro. Priscila Busnello, delegada da Polícia Federal brasileira responsável pela coopera??o internacional em crimes cibernéticos, explicou que crimes digitais geralmente envolvem múltiplas jurisdi??es.

"Um golpe pode ser aplicado no Brasil, ter vítimas na Europa e servidores em outros continentes. Sem uma coopera??o rápida, é quase impossível rastrear os criminosos", afirmou. A discuss?o para formalizar um memorando de entendimento entre os países do BRICS facilita a troca de informa??es e o apoio jurídico mútuo.

Representantes dos países expressaram sua confian?a no potencial do BRICS para influenciar a governan?a global da Internet.

O encontro refor?ou o compromisso do grupo em promover inova??o tecnológica conjunta e maior influência na governan?a digital internacional, reduzindo assimetrias por meio de arranjos operacionais, como a cria??o de canais de comunica??o direta e parcerias para capacita??o e intercambio de tecnologia.

Com a expans?o do ano passado, o BRICS agora tem 11 membros: Brasil, Rússia, índia, China, áfrica do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados árabes Unidos, Etiópia, Ir? e Indonésia.